terça-feira, 19 de junho de 2012

Santo do Dia


                                                                 Santa Juliana Falconieri
Juliana nasceu em Florença no ano de 1270. Era filha única do já idoso casal Caríssimo e Ricordata, da riquíssima disnatia dos Falconieri. De grande tradição na aristocracia, bem como no clero, a família contribuiu ao longo do tempo com muitos santos venerados nos altares da Igreja. Ela era sobrinha de santo Aleixo Falconieri, um dos sete fundadores da Ordem dos Servos de Maria, e como ele também trilhou o caminho para a santidade.

Ainda criança, vivia com o coração dedicado às virtudes, longe das ambições terrenas e das vaidades. Junto com algumas amigas, em vez das brincadeiras típicas da idade, preferia cantar e rezar para o Menino Jesus e a Virgem Maria.

Aos quinze anos de idade, fez voto de castidade, ingressando na Ordem das Servitas, sob a orientação de Filipe Benício, hoje santo. Foi seguida por suas amigas aristocratas e, com o apoio de religiosas, passaram a visitar hospitais e a desenvolver dezenas de obras de caridade e assistenciais. Essas jovens se organizaram de tal forma que logo optaram por ter sua própria instituição. Com inspiração em regras escritas por Juliana, fundaram a Congregação das Servas de Maria, também chamadas de "Mantellate", numa referência ao hábito que vestem. Ordem que obteve a aprovação canônica em 1304.

A dedicação de Juliana foi tão radical ao trabalho junto aos pobres e doente, às orações contemplativas e às severas penitências que acabou por adoecer. Mesmo assim, continuou dormindo no chão e fazendo os jejuns a que se tinha proposto. Por isso os problemas estomacais surgiram, passaram a ser freqüentes e depois se tornaram crônicos, padecendo de fortes dores.

Apesar disso, não diminuiu as penitências, nem mesmo o trabalho com seus pobres e doentes abandonados. Aos setenta anos, o problema gástrico era tão grave que não conseguia manter nenhum alimento no estômago. Nem mesmo a hóstia.

No dia 10 de junho de 1341, poucos momentos antes de morrer, Juliana pediu ao sacerdote que colocasse uma hóstia sobre seu peito e, pronunciando as palavras: "Meu doce Jesus", ingressou no Reino de Deus.

Ao prepararem o corpo para ser sepultado, as irmãs constataram no seu peito uma mancha roxa, como se fosse uma hóstia impressa na sua carne, tendo no centro a imagem de Jesus crucificado. Em memória desse milagre, as irmãs "Mantellate" trazem sobre o lado esquerdo do escapulário a imagem de uma hóstia.

Canonizada em 1737 pelo papa Clemente XII, santa Juliana Falconieri é celebrada no dia de sua morte.

Evangelho do Dia


Evangelho (Mateus 5,43-48)

Terça-Feira, 19 de Junho de 2012
11ª Semana Comum


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 43“Vós ouvis­tes o que foi dito: ‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo!’ 44Eu, porém, vos digo: ‘Amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem!’ 45Assim, vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos céus, porque ele faz nascer o sol sobre maus e bons, e faz cair a chuva sobre os justos e injustos.
46Porque, se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Os cobradores de impostos não fazem a mesma coisa? 47E se saudais somente os vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Os pagãos não fazem a mesma coisa? 48Portanto, sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito”.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor. 
 
Comentário 
 
Amar e rezar pelos nossos inimigos e perseguidores é o conselho de Jesus. Por isso, não podemos nos limitar a amar somente aqueles que nos amam, pois, desta forma, não haveria mérito.
Não somos obrigados a gostar ou admirar todas as pessoas, mas Jesus ordena que as  amemos. E amar é querer o bem, é ajudar, reconhecer que todas as pessoas são objetos do amor de Deus. À primeira vista, nós não encontramos nenhuma coerência nem sentido em rezar pelos inimigos, mas, se nos dizemos filhos do Pai que está no céu e se, de fato, quisermos sê-lo, não podemos agir de outra maneira.
Aqui na terra, quando os nossos pais são pessoas de bem, nós alimentamos o propósito de imitá-los. Mais ainda nós precisamos copiar o Senhor perfeito do céu, que nos ama como somos e não nos cobra nada, mas nos perdoa mesmo quando somos filhos e filhas ingratos.
A perfeição, a grandeza e o poder de Deus estão no amor que foi derramado em nossos corações pelo poder do Espírito Santo, portanto podemos amar os nossos inimigos.
O amor perfeito! Assim é o amor de Deus, porque passa por cima do ódio que deveríamos sentir pelos nossos inimigos: “Vocês ouviram o que foi dito: ‘Ame os seus amigos e odeie os seus inimigos’. Mas eu lhes digo: ‘Amem os seus inimigos e orem pelos que perseguem vocês, para que vocês se tornem filhos do Pai de vocês, que está no céu’” (cf. Mateus 5,44-45).  Nestas palavras de Jesus está a perfeição do amor.
Jesus, hoje, nos exorta longamente para que respondamos ao ódio com amor. Esse texto nos ajuda a compreender que Mateus vê, no amor aos adversários, a característica específica dos discípulos de Cristo.
As Palavras de Jesus indicam duas maneiras de viver. A primeira é a dos que se comportam sem referência a Deus e Sua Palavra. Esses agem em relação aos outros em função da maneira como eles os tratam. Dividem o mundo em dois grupos: os amigos e os que não o são, e fazem prova de bondade só em relação aos que são bons para eles. A segunda forma de viver não põe em primeiro lugar um grupo de homens, mas sim o próprio Deus. Ele, por Seu lado, não reage de acordo com a maneira como O tratam; pelo contrário, “Ele é bom até para os ingratos e os maus” (Lucas 6,35).
Jesus chama, assim, a atenção para a característica essencial do nosso Deus, fonte transbordante de bondade. Ele não se deixa condicionar pela maldade de quem está à Sua frente. Diferente dos homens, o Senhor está sempre pronto a nos perdoar: “Os meus planos não são os vossos planos, os vossos caminhos não são os meus caminhos” (Isaías 55,7-8). O profeta Oséias, por seu lado, ouve o Senhor lhe dizer: “Não desafogarei o furor da minha cólera, porque sou Deus e não um homem (cf. Oséias 11,9).
A grande novidade do Evangelho não é tanto o fato de Deus ser fonte de bondade, mas de que os homens podem e devem agir à imagem do seu Criador: “Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso!” (Lucas 6,36). Pela vinda de Seu Filho até nós, esta Fonte de bondade está agora acessível. Tornamo-nos, por nosso lado, “filhos do Altíssimo” (Lucas 6,35), seres capazes de responder ao mal com o bem, ao ódio com amor. Vivendo uma compaixão universal, perdoando aos que nos fazem mal, damos testemunho de que o Deus de misericórdia está no coração de um mundo marcado pela recusa do outro, pelo desprezo em relação àquele que é diferente.
Impossível para os humanos entregues às suas próprias forças, o amor pelos inimigos testemunha a atividade do próprio Deus no meio de nós. Nenhuma ordem exterior o torna possível. Só a presença, nos nossos corações, do amor divino em pessoa, o Espírito Santo, permite amar assim. Este amor é uma consequência direta do Pentecostes. Não é em vão que Estêvão, cheio do Espírito Santo, termine com estas palavras: “Senhor, não lhes atribua este pecado” (Actos 7,60).
Como Jesus, o verdadeiro discípulo faz com que a luz do amor divino brilhe no país sombrio da violência como é o nosso Brasil.
Este amor, longe de ser um simples sentimento, reconcilia as oposições e cria uma comunidade fraterna a partir dos mais diversos homens e mulheres, da vida desta comunidade sai uma força de atração que pode agitar os corações. É este o amor que eu chamo de perfeito, o amor que perdoa até aqueles que nos podem tirar a vida.
Pai, faça-me Seu imitador, que eu aprenda a amar perfeitamente como o Senhor amou a mim e aos outros. Não me deixe cair na tentação de fazer acepção de pessoas. Que eu ame a todos sem qualquer distinção.
Padre Bantu Mendonça

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Coincidência ou providência? Você decide.

O FARMACÊUTICO E O MENINO


João era dono de uma bem sucedida farmácia numa cidade do interior. Era um homem bastante inteligente mas não acreditava na existência de Deus ou de qualquer outra coisa além do seu mundo material.Um certo dia, estava ele fechando a farmácia quando chegou uma criança aos prantos dizendo que sua mãe estava passando mal e que se ela não tomasse o remédio logo iria morrer.
Muito nervoso, e após a insistência da criança, resolveu reabrir a farmácia pra pegar o remédio. Sua insensibilidade perante aquele momento era tal que acabou pegando o remédio mesmo no escuro, entregou-o à criança, que agradeceu e saiu dali às pressas.

Minutos depois percebeu que havia entregado o remédio errado pra criança e, se aquela mãe o tomasse, seria morte instantânea.
Desesperado tentou alcançar a criança mas não teve êxito. Sem saber o que fazer e com a consciência pesada, ajoelhou-se e começou a chorar e dizer que se realmente existia um Deus que não o deixasse passar por assassino.
De repente, sentiu uma mão a tocar-lhe o ombro esquerdo e ao virar deparou- se com a criança a dizer:

"Senhor, por favor não brigue comigo, mas é que caí e quebrei o vidro do remédio, dá pro senhor me dar outro ?"


 

Salmo


Santo do Dia

 
                                                                                                                                                      São Gregório João Barbarigo
 Gregório João Barbarigo nasceu em Veneza, no dia 16 de setembro de 1625, numa família rica da aristocracia italiana. Aos quatro anos de idade ficou órfão de mãe, sendo educado pelo pai, que encaminhou os filhos no seguimento de Cristo. Foi tão bem sucedido que Gregório, aos dezoito anos de idade, era secretário do embaixador de Veneza.

Em 1648, acompanhou o embaixador à Alemanha para as negociações do Tratado de Vestefália, referente à Guerra dos Trinta Anos. Na ocasião, conheceu Fábio Chigi, o núncio apostólico, que o orientou nos estudos e o encaminhou para o sacerdócio.

Quando o núncio foi eleito papa, com o nome de Alexandre VII, nomeou Gregório Barbarigo cônego de Pádua; em 1655, prelado da Casa pontifícia e dois anos mais tarde foi consagrado bispo de Bérgamo. Finalmente, em 1660, tornou-se cardeal.

O papa sabia o que estava fazendo, pois as atividades apostólicas de Gregório Barbarigo marcaram profundamente a sua época. Dotou o seminário de Pádua com professores notáveis, provenientes não só da Itália, mas também de outros países da Europa, aparelhando a instituição para o estudo das línguas orientais. E fundou uma imprensa poliglota, uma das melhores que a Itália já teve.

Pôde desenvolver plenamente seu trabalho pastoral, fundando escolas populares e instituições para o ensino da religião, para orientação de pais e educadores. Num período de peste, fez o máximo na dedicação ao próximo. Cuidou para estender a assistência à saúde para mais de treze mil pessoas.

Gregório Barbarigo fundou, ainda, inúmeros seminários, que colocou sob as regras de são Carlos Borromeu, e constituiu a Congregação dos Oblatos dos Santos Prosdócimo e Antônio. Foi um dos grandes pacificadores do seu tempo, intervindo, pessoalmente, nas graves disputas políticas de modo que permanecessem apenas no campo das idéias.

Depois de executar tão exuberante obra reformista, morreu em Pádua no dia 18 de junho de 1697. Foi canonizado por seu conterrâneo, o papa João XXIII, em 1960, que, como afirmou no seu discurso na solenidade, elevou são Gregório João Barbarigo ao posto que ele merecia ocupar na Igreja.

Evangelho do Dia


Evangelho (Mateus 5,38-42)

Segunda-Feira, 18 de Junho de 2012
11ª Semana Comum


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 38“Ouvistes o que foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente!’ 39Eu, porém, vos digo: Não enfrenteis quem é malvado! Pelo contrário, se alguém te dá um tapa na face direita, oferece-lhe também a esquerda! 40Se alguém quiser abrir um processo para tomar a tua túnica, dá-lhe também o manto! 41Se alguém te forçar a andar um quilômetro, caminha dois com ele! 42Dá a quem te pedir e não vires as costas a quem te pede emprestado”.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor. 
 
Comentário
  Estamos diante da lei do Talião: “Ouvistes o que foi dito: olho por olho, dente por dente”, embora, à primeira vista, esta lei pareça alimentar um sentimento de vingança, ela justamente deseja frear um ímpeto de vingança individual.
Vivemos numa época caracterizada pela ilegalidade, mal que tem invadido nossa sociedade a um grau imprevisto e sem precedentes. Os que fazem da lei a sua profissão estão sendo convocados para repensar o propósito desse conjunto de regras na sociedade. Em nossos dias o indivíduo exige o direito de agir como bem entender, manifestando pouca ou nenhuma consideração ao efeito de seus atos  sobre o outro.
Encontramos esse princípio em todo o Novo Testamento. Vejamos o que Paulo diz: “O amor seja sem hipocrisia. Detestai o mal, apegando-vos ao bem. Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros” (Romanos 12,9-10). O justo manifesta amor, que é atencioso e altruísta. Como se revela esse sentimento?
São Paulo declarou: “Abençoai aos que vos perseguem, abençoai, e não amaldiçoeis. Alegrai-vos com os que se alegram, e chorai com os que choram”. “Não vos vingueis a vós mesmos, amados [não vos apegueis a vossos direitos, não demandeis pelo que vos é devido], mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu retribuirei, diz o Senhor”. Se for cometido algum erro, o entregue ao Senhor. Não se vingue, não busque seus próprios direitos. “Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem”.
O apóstolo dos gentios mostrou-nos o que Nosso Senhor afirmou no capítulo 5 de Mateus: A pessoa tem direitos. Seus direitos foram violados. Ela pode exigir indenização. Mas o justo deixa esse problema com Deus, e demonstra amor e perdão até mesmo aos seus inimigos. Isso é justiça em ação.
Paulo menciona de novo este mesmo princípio em I Coríntios 6. Aqui ele luta com o problema de um crente recorrer ao tribunal contra outro crente para cobrar o que de direito lhe pertence. Certo homem insistia em seus próprios direitos, e o apóstolo criticou o descrédito que esse testemunho trazia ao mundo incrédulo: “Por que não sofreis antes a injustiça? Por que não sofreis antes o dano?” O apóstolo nos ensinou que o sinal do homem piedoso é abrir mão de seus direitos para que possa manifestar o amor altruísta de Cristo.
O amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor”, diz o apóstolo Paulo em Romanos 13,10.
A lei nos dá direitos, mas também nos dá a liberdade de renunciar a eles, e assim manifestar a justiça de Cristo. Temos nossos direitos, e a Palavra de Deus os protege. Temos, também, a liberdade de renunciar a eles para demonstrar o amor de Cristo. Não é a demanda por seus direitos que caracteriza o justo, mas sim o desistir deles, em prol de um bem maior. Esse homem agrada a Deus.
Jesus, no Evangelho de hoje, com palavras, vai progressivamente nos conduzindo a ultrapassar essa lei. Fazendo-nos reconhecer o valor do não revidar: oferecer a outra face; deixar também o manto; caminhar com ele dois mil passos. Cristo apresenta uma referência baseada não na lei da justiça judaica, isto é, o que é devido a cada um, mas na lei da graça e do amor. “Ouvistes o que foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente!’ Eu, porém, vos digo: Não enfrenteis quem é malvado! Pelo contrário, se alguém te dá uma tapa na face direita, oferece-lhe também à esquerda! Se alguém quiser abrir um processo para tomar a tua túnica, dá-lhe também o manto! Se alguém te forçar a andar um quilômetro, caminha dois com ele! Dá a quem te pedir e não vires às costas a quem te pede emprestado”.
Desta maneira, Ele nos leva ao mandamento da caridade, não só para melhor compreendê-lo, mas também como concretamente vivê-lo. O Senhor nos ordena a dar a todos tudo o que eles nos pedem: que todos sejam cumulados, por nossa generosidade, de tudo o que lhes falta.
Façamos tudo ao nosso alcance de modo que eles não sofram nem de sede, nem de fome, nem da falta de vestes. E então, seremos considerados dignos de obter os bens que nos faltam e que pedimos a Deus, pois o costume de dar nos merecerá obtê-los. Ademais, há mais alegria em dar do que em receber.
É urgente que aos nossos ouvidos soem as palavras de Jesus: vencer o mal com o bem, e tornar concreto em nosso agir o mandamento do amor fraterno.
Peçamos ao Senhor que encha nossos corações com as graças do Seu Espírito Santo; com amor, alegria, paz, paciência, bondade e humildade. E nos ensine a amar os que nos odeiam; a rezar pelos que nos perseguem. E com o Seu auxílio, a renunciar aos prazeres deste mundo e a desejar uma nova terra e novos céus.
Pai, não permita que a violência tome conta do meu coração; antes, torna-me capaz de responder, com gestos de amor, a quem me faz o mal.
Padre Bantu Mendonça