Evangelho (Mateus 5,38-42)
Segunda-Feira, 18 de Junho de 2012
11ª Semana Comum
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 38“Ouvistes o que foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente!’ 39Eu, porém, vos digo: Não enfrenteis quem é malvado! Pelo contrário, se alguém te dá um tapa na face direita, oferece-lhe também a esquerda! 40Se alguém quiser abrir um processo para tomar a tua túnica, dá-lhe também o manto! 41Se alguém te forçar a andar um quilômetro, caminha dois com ele! 42Dá a quem te pedir e não vires as costas a quem te pede emprestado”.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 38“Ouvistes o que foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente!’ 39Eu, porém, vos digo: Não enfrenteis quem é malvado! Pelo contrário, se alguém te dá um tapa na face direita, oferece-lhe também a esquerda! 40Se alguém quiser abrir um processo para tomar a tua túnica, dá-lhe também o manto! 41Se alguém te forçar a andar um quilômetro, caminha dois com ele! 42Dá a quem te pedir e não vires as costas a quem te pede emprestado”.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
Comentário
Estamos diante da lei do
Talião: “Ouvistes o que foi dito: olho por olho, dente por dente”,
embora, à primeira vista, esta lei pareça alimentar um sentimento de
vingança, ela justamente deseja frear um ímpeto de vingança individual.
Vivemos numa época caracterizada pela
ilegalidade, mal que tem invadido nossa sociedade a um grau imprevisto e
sem precedentes. Os que fazem da lei a sua profissão estão sendo
convocados para repensar o propósito desse conjunto de regras na
sociedade. Em nossos dias o indivíduo exige o direito de agir como bem
entender, manifestando pouca ou nenhuma consideração ao efeito de seus
atos sobre o outro.
Encontramos esse princípio em todo o Novo
Testamento. Vejamos o que Paulo diz: “O amor seja sem hipocrisia.
Detestai o mal, apegando-vos ao bem. Amai-vos cordialmente uns aos
outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros”
(Romanos 12,9-10). O justo manifesta amor, que é atencioso e altruísta.
Como se revela esse sentimento?
São Paulo declarou: “Abençoai aos que vos
perseguem, abençoai, e não amaldiçoeis. Alegrai-vos com os que se
alegram, e chorai com os que choram”. “Não vos vingueis a vós mesmos,
amados [não vos apegueis a vossos direitos, não demandeis pelo que vos é
devido], mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a
vingança; eu retribuirei, diz o Senhor”. Se for cometido algum erro, o
entregue ao Senhor. Não se vingue, não busque seus próprios direitos.
“Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de
beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça.
Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem”.
O apóstolo dos gentios mostrou-nos o que Nosso Senhor afirmou no
capítulo 5 de Mateus: A pessoa tem direitos. Seus direitos foram
violados. Ela pode exigir indenização. Mas o justo deixa esse problema
com Deus, e demonstra amor e perdão até mesmo aos seus inimigos. Isso é
justiça em ação.
Paulo menciona de novo este mesmo
princípio em I Coríntios 6. Aqui ele luta com o problema de um crente
recorrer ao tribunal contra outro crente para cobrar o que de direito
lhe pertence. Certo homem insistia em seus próprios direitos, e o
apóstolo criticou o descrédito que esse testemunho trazia ao mundo
incrédulo: “Por que não sofreis antes a injustiça? Por que não sofreis
antes o dano?” O apóstolo nos ensinou que o sinal do homem piedoso é
abrir mão de seus direitos para que possa manifestar o amor altruísta de
Cristo.
O amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor”, diz o apóstolo Paulo em Romanos 13,10.
A lei nos dá direitos, mas também nos dá a liberdade de renunciar a
eles, e assim manifestar a justiça de Cristo. Temos nossos direitos, e a
Palavra de Deus os protege. Temos, também, a liberdade de renunciar a
eles para demonstrar o amor de Cristo. Não é a demanda por seus direitos
que caracteriza o justo, mas sim o desistir deles, em prol de um bem
maior. Esse homem agrada a Deus.O amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor”, diz o apóstolo Paulo em Romanos 13,10.
Jesus, no Evangelho de hoje, com
palavras, vai progressivamente nos conduzindo a ultrapassar essa lei.
Fazendo-nos reconhecer o valor do não revidar: oferecer a outra face;
deixar também o manto; caminhar com ele dois mil passos. Cristo
apresenta uma referência baseada não na lei da justiça judaica, isto é, o
que é devido a cada um, mas na lei da graça e do amor. “Ouvistes o que
foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente!’ Eu, porém, vos digo: Não
enfrenteis quem é malvado! Pelo contrário, se alguém te dá uma tapa na
face direita, oferece-lhe também à esquerda! Se alguém quiser abrir um
processo para tomar a tua túnica, dá-lhe também o manto! Se alguém te
forçar a andar um quilômetro, caminha dois com ele! Dá a quem te pedir e
não vires às costas a quem te pede emprestado”.
Desta maneira, Ele nos leva ao mandamento da caridade, não só para melhor compreendê-lo, mas também como concretamente vivê-lo.
O Senhor nos ordena a dar a todos tudo o que eles nos pedem: que todos
sejam cumulados, por nossa generosidade, de tudo o que lhes falta.
Façamos tudo ao nosso alcance de modo que
eles não sofram nem de sede, nem de fome, nem da falta de vestes. E
então, seremos considerados dignos de obter os bens que nos faltam e que
pedimos a Deus, pois o costume de dar nos merecerá obtê-los. Ademais,
há mais alegria em dar do que em receber.
É urgente que aos nossos ouvidos soem as
palavras de Jesus: vencer o mal com o bem, e tornar concreto em nosso
agir o mandamento do amor fraterno.
Peçamos ao Senhor que encha nossos
corações com as graças do Seu Espírito Santo; com amor, alegria, paz,
paciência, bondade e humildade. E nos ensine a amar os que nos odeiam; a
rezar pelos que nos perseguem. E com o Seu auxílio, a renunciar aos
prazeres deste mundo e a desejar uma nova terra e novos céus.
Pai, não permita que a violência tome
conta do meu coração; antes, torna-me capaz de responder, com gestos de
amor, a quem me faz o mal.
Padre Bantu Mendonça
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