sábado, 10 de novembro de 2012

Salmo


Santo do Dia

São Leão I
Eleito com o nome de Leão I, foi um dos maiores pontífices da história do cristianismo, embora pouco se saiba sobre sua vida antes de ocupar a Cátedra de Pedro. É venerado por sua profunda sabedoria, suas extraordinárias virtudes e sua brilhante direção, como relatam os historiadores e teólogos. 

Leão nasceu por volta do ano 400, na região da Toscana, onde está situada a cidade de Roma. Tornou-se sacerdote muito jovem e fez carreira consolidada num trabalho brilhante. Em 430, já era arcediácono e depois foi conselheiro dos papas Celestino I e Xisto III. Era tão respeitado e conceituado que, após a morte deste último papa, foi eleito para substituí-lo Com o título de Leão I, assumiu o governo da Igreja em agosto do ano 440. 

Eram tempos difíceis. Por um lado, o Império Romano esfacelava-se e já não conseguia conter as hordas de bárbaros que invadiam e saqueavam seus domínios. Por outro lado, a Igreja enfrentava divisões e dissidências doutrinárias em seu interior. Um panorama tão sombrio que só não levou o Ocidente ao caos por causa da atuação de Leão I nos dois terrenos: o espiritual e o material. 

Na esfera espiritual, ele permaneceu firme, defendendo as verdades do catolicismo diante das grandes heresias que sacudiram o século V, e atuou participando de discussões, encontros e concílios. Foi nessa época que escreveu um dos documentos mais importantes para a fé: a "Carta dogmática a Flaviano", o patriarca de Constantinopla, defendendo as posições ortodoxas do cristianismo. "Pedro falou pela boca de Leão", diziam os sacerdotes da Igreja que acabavam concordando com os argumentos. Estão guardados mais de cem dos seus sermões, além de cento e quarenta e três cartas contendo ensinamentos sobre a fé cristã, seguidos e respeitados ainda hoje. 

Já no plano material, era o único que poderia conseguir, graças ao seu prestígio e à sua eloqüência, que o terrível rei Átila, comandante dos bárbaros hunos, não destruísse Roma e a Itália. A missão poderia ser fatal, pois Átila já invadira, conquistara e destruíra a ferro e fogo o norte do país. Mesmo assim Leão I foi ao seu encontro e saiu vitorioso da situação. Mais tarde, foi a vez de conter os vândalos, que, liderados pelo chefe bárbaro Genserico, entraram em Roma. Só não atearam fogo à Cidade Eterna e não dizimaram sua população graças à atuação do grande pontífice. 

Não existem relatos sobre os seus últimos dias de vida. O livro dos papas diz que Leão I governou vinte e um anos, um mês e treze dias. Faleceu no dia 10 de novembro de 461 e foi sepultado na Basílica de São Pedro, em Roma. O papa Bento XIV proclamou-o doutor da Igreja em 1754. Leão I foi o primeiro papa a receber o título de "o Magno".

Evangelho do Dia


Evangelho (Lucas 16,9-15)

Sábado, 10 de Novembro de 2012 
São Leão Magno




— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 9“Usai o dinheiro injusto para fazer amigos, pois, quando acabar, eles vos receberão nas moradas eternas. 10Quem é fiel nas pequenas coisas também é fiel nas grandes, e quem é injusto nas pequenas também é injusto nas grandes. 11Por isso, se vós não sois fiéis no uso do dinheiro injusto, quem vos confiará o verdadeiro bem? 12E se não sois fiéis no que é dos outros, quem vos dará aquilo que é vosso? 13Ninguém pode servir a dois senhores: porque ou odiará um e amará o outro, ou se apegará a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro”. 14Os fariseus, que eram amigos do dinheiro, ouviam tudo isso e riam de Jesus. 15Então Jesus lhes disse: “Vós gostais de parecer justos diante dos homens, mas Deus conhece vossos corações. Com efeito, o que é importante para os homens, é detestável para Deus”.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Comentário
Depois de ter contado a parábola do administrador desonesto, Jesus volta ao tema e nos aponta para a importância das escolhas de fundo, a fidelidade nas pequenas e grandes coisas. O que na verdade marca o itinerário nosso para o céu é a vivência da pobreza e do desapego.
Sabendo que as riquezas humanas são ditas injustas, não porque más em si, mas porque desviam o homem da verdadeira riqueza. Aliás, se costuma dizer que o poder corrompe.
Assim, a Palavra de Deus hoje quer que tenhamos idéias claras sobre o papel do dinheiro na vida. O cristão sabe que o mundo, com todos os seus bens são de Deus. E que pessoas e Estados são simplesmente administradores. Tudo vem de Deus em função da comunhão humana. O nosso egoísmo é que faz deles motivos de exploração. Cada um de nós não pode, por si só, revolucionar um sistema econômico como o nosso, baseando-se exclusivamente na competição. Mas o testemunho de um grupo de cristãos, mesmo reduzido, é um ponto luminoso. E vários pontos podem iluminar o mundo, para que este veja as coisas diversamente. Também aqui o testemunho cristão é essencialmente comunitário. O cristão não quer ter mais do que o necessário, para que os outros não fiquem sem o necessário.
A grande lição de Jesus hoje é da fidelidade, do serviço e da prática do bem em favor dos pobres. Essa é a dignidade de quem abraça o Reino. Pois são eles que nos receberão no Reino dos Céus. Por isso, toda a caridade praticada principalmente aos pobres – por serem os menos favorecidos – é bálsamo para a eternidade.
Quero recordá-lo que, se somos fiéis no amor aos outros, seremos imediatamente alvos das palavras de Jesus: “Quem é fiel nas coisas pequenas também será nas grandes; e quem é desonesto nas coisas pequenas também será nas grandes. Pois, se vocês não forem honestos com as riquezas deste mundo, quem vai pôr vocês para tomar conta das riquezas verdadeiras? E, se não forem honestos com o que é dos outros, quem lhes dará o que é de vocês?”
Seja fiel e abrace o pobre, e não se envergonhe pelo que os de fora possam dizer a seu respeito. O pobre é o seu passaporte para o Céu. Saiba que Deus conhece o seu coração. Até porque a esperteza dos homens é nula aos olhos de Deus.
Padre Bantu Mendonça