sábado, 17 de dezembro de 2011

Santo do Dia


São Lázaro de Betânia
Século I


Lázaro de Betânia, na Judéia, teve a honra de merecer a amizade de Jesus e de desfrutar de sua companhia em sua própria casa. Este santo deve à amizade de Jesus, além da espetacular ressurreição do túmulo, o culto que recebe da Igreja ao longo dos séculos.

A casa de Lázaro era um lugar onde Jesus costumava passar alguns momentos de descanso. Apenas a três milhas de Jerusalém, era uma próspera propriedade agrícola, em Betânia. Lázaro era estimado e respeitado pela comunidade hebraica, pela origem nobre, honestidade e religiosidade da família. Tinha duas irmãs, Marta e Maria, e, ao que parece, os três eram solteiros. Essa amizade, não se sabe quando começou. As narrações feitas pelos evangelistas mostram Jesus sendo confortado pelas atenções dessas irmãs devido à sincera e confiante amizade do dono da casa. Notadamente, Lázaro era um amigo predileto, talvez um de seus primeiros discípulos.

Certo dia, o amigo adoeceu gravemente e as irmãs mandaram avisar Jesus, que estava pregando na distante Galiléia. Aparentando indiferença, Jesus continuou lá, em atividade, mais alguns dias. Veio, então, a triste notícia: "Lázaro, nosso amigo, dorme, vou despertá-lo do sono" disse Jesus. Os discípulos só entenderam que Lázaro havia morrido após a explicação clara de Jesus: "Lázaro morreu, mas me alegro por vossa causa por não estar presente, a fim de que acrediteis. Vamos vê-lo!" (Jo 11,14).

Quatro dias após o sepultamento, Jesus chegou. Marta chamou sua irmã Maria, e junto com Cristo foram ao sepulcro. As duas irmãs choraram e os amigos que estavam presentes se comoveram. O próprio Jesus também chorou. "Vejam quanto o amava", exclamaram os judeus que notaram o rosto de Jesus com lágrimas. Então, Jesus mandou abrir o sepulcro, entrou nele e, vendo Lázaro enfaixado, ordenou que ele saísse e andasse. Jesus tinha nas palavras a autoridade sobre a vida e a morte. E Lázaro viveu novamente. Alguns dias depois, Lázaro e suas irmãs ofereceram um banquete em agradecimento a Jesus pelo milagre realizado.

Depois desse evento, as Sagradas Escrituras não citam mais os três irmãos. A ressurreição de Lázaro assumiu valor simbólico e profético como prefiguração da ressurreição de Cristo. A casa de Betânia e o túmulo de Lázaro se tornaram as primeiras metas das peregrinações dos cristãos. Este santo é o único a ter o privilégio de ocupar dois túmulos, porque morreu duas vezes.

Embora uma antiga tradição Oriental diga que Lázaro foi bispo e mártir na ilha de Chipre e outra que ele teria viajado para a França e se tornado o primeiro bispo de Marselha, o certo é que Lázaro encerrou sua vida, santamente, como "amigo de Jesus" e, assim, merecedor de nossa veneração. A Igreja escolheu o dia 17 de dezembro para seu culto.

Evangelho do Dia


Evangelho (Mateus 1,1-17)




Sábado, 17 de Dezembro de 2011
17 de Dezembro

— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

1Livro da origem de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão. 2Abraão gerou Isaac; Isaac gerou Jacó; Jacó gerou Judá e seus irmãos. 3Judá gerou Farés e Zara, cuja mãe era Tamar. Farés gerou Esrom; Esrom gerou Aram; 4Aram gerou Aminadab; Aminadab gerou Naasson; Naasson gerou Salmon; 5Salmon gerou Booz, cuja mãe era Raab. Booz gerou Obed, cuja mãe era Rute. Obed gerou Jessé. 6Jessé gerou o rei Davi.
Davi gerou Salomão, daquela que tinha sido mulher de Urias. 7Salomão gerou Roboão; Roboão gerou Abias; Abias gerou Asa; 8Asa gerou Josafá; Josafá gerou Jorão. Jorão gerou Ozias; 9Ozias gerou Jotão; Jotão gerou Acaz; Acaz gerou Ezequias; 10Ezequias gerou Manassés; Manassés gerou Amon; Amon gerou Josias. 11Josias gerou Jeconias e seus irmãos, no tempo do exílio na Babilônia.
12Depois do exílio na Babilônia, Jeconias gerou Salatiel; Salatiel gerou Zorobabel;13Zorobabel gerou Abiud; Abiud gerou Eliaquim; Eliaquim gerou Azor; 14Azor gerou Sadoc; Sadoc gerou Aquim; Aquim gerou Eliud; 15Eliud gerou Eleazar; Eleazar gerou Matã; Matã gerou Jacó. 16Jacó gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado o Cristo. 17Assim, as gerações desde Abraão até Davi são catorze; de Davi até o exílio na Babilônia catorze; e do exílio na Babilônia até Cristo, catorze.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
Breve Comentário
Uma genealogia cheia de nomes estranhos. Nomes de pessoas que não conhecemos. Isso é interessante? Talvez não, talvez sim. Isso depende do valor que damos à Pessoa de Jesus, pois, para quem quer se aprofundar no mistério da nossa salvação, a genealogia presente neste texto é bastante interessante.
Quem não conhece a Bíblia a achará uma coisa chata e vai se perguntar: Por que Mateus começa com uma genealogia? O que ele quer dizer com isso? E por que essa genealogia começa com Abraão e não com Adão, como no Evangelho de Lucas? Por que apóstolo colocou o nome de quatro mulheres nessa genealogia? E mais uma pergunta: é uma coincidência que houve três épocas com 14 gerações? Será possível que Mateus omitiu algumas gerações? São algumas perguntas, para mostrar que essa genealogia de jeito nenhum é forçada. Quem conhece a Bíblia a achará cativante e intrigante. Essa genealogia evoca perguntas.
Olhemos primeiramente para o título desta genealogia. “Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão”. Mateus escreveu seu livro especialmente para o povo judeu. Anos depois da rejeição de Jesus pelos judeus, seu objetivo é convencer os seus irmãos que este Jesus de Nazaré é o Cristo. Para provar isso, o apóstolo, muitas vezes, usa textos do Antigo Testamento para mostrar que as promessas antigas são cumpridas em Jesus Cristo. E cita as palavras dos profetas do Velho Testamento e, depois disso, diz: “O que foi dito naquela época, agora é cumprido”.
Nesta genealogia Mateus traz à memória a vida de Jesus para convencer os judeus de que o Senhor é realmente o Cristo. Este é o alvo desse Evangelho. E isso se mostra logo no início do livro. O apóstolo quer usar essa genealogia para revelar que Jesus é o cumprimento da promessa de Deus na pessoa de Abraão e anunciado pelos profetas. E isso está bem claro no primeiro versículo, no qual se fala sobre a genealogia de Jesus Cristo.Porém, “Cristo” não é o segundo nome de Jesus – assim como muitas pessoas têm dois ou três nomes – e também não é o sobrenome; “Cristo” caracteriza o trabalho d’Ele, a Sua missão. Assim, Jesus é o Cristo. Quer dizer: o Ungido. No versículo 17 isso fica ainda mais claro, pois lá o nome é repetido, mas com o artigo: “o Cristo”. Então, esta é a genealogia de Jesus, O Cristo, quer dizer: o Ungido, o Messias.
Pregar o Cristo. Este é o objetivo dela [genealogia]. E isso também se mostra no resto deste primeiro versículo: Ele é o Filho de Davi. Ele é o Filho prometido. O Senhor havia prometido a Davi que na casa dele nasceria o Cristo. E esse Filho prometido é Nosso Senhor Jesus Cristo.
Sabendo disso, podemos entender por que Mateus também disse que Jesus é o Filho de Abraão, pois Abraão foi o patriarca do povo de Israel. Foi dito a respeito dele: “Em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12,3). Essa promessa foi realizada em Jesus, o Cristo. Este Jesus será uma bênção para todas as famílias da terra. Ele é o Salvador. O povo de Israel estava esperando por este Salvador. E, agora, Ele nasceu. Seu nome é Jesus Cristo, Filho de Davi, Filho de Abraão.
Portanto, de várias maneiras, São Mateus mostra, no título dessa genealogia de Jesus, que o Cristo nasceu. Isso não é uma enumeração seca dos ascendentes de Jesus, mas essa genealogia quer provar que o Cristo nasceu. Ela prega o Cristo!
Padre Bantu Mendonça