quarta-feira, 4 de abril de 2012

Uma Mensagem de Reflexão Sobre a Semana Santa e Páscoa

 

Ressuscitar o Cristo dentro de nós
“De nada adianta o cristo nascer mil vezes em Belém se ele não nasce no coração do homem também, essa é uma frase célebre do V.M. Samael Aun Weor. Parafraseando, podemos dizer que de nada adianta o Cristo morrer e ressuscitar se não passamos adiante sua mensagem de paz e amor entre os homens de boa vontade. A Semana Santa e a Páscoa são momentos de reflexão e revisão sobre valores, conceitos e preconceitos. Deixe o Cristo nascer em seu coração!
 

     Graça e Paz  a todos!

Salmo

Santo do Dia


 

                                                                Santo Isidoro de Sevilha
Isidoro, o mais novo de quatro irmãos, nasceu em 560, em Sevilha, capital da Andaluzia, numa família hispano-romana muito cristã. Seu pai, Severiano, era prefeito de Cartagena e comandava sua cidade dentro dos mais disciplinados preceitos católicos. A mãe, Teodora, educou todos os filhos igualmente nas regras do cristianismo. Como fruto, colheu a alegria de ter quatro deles: Isidoro, Fulgêncio, Leandro e Florentina, elevados à veneração dos altares da Igreja.

Isidoro começou a estudar a religião desde muito pequeno, tendo na figura do irmão mais velho, Leandro, o pai que falecera cedo. Diz a tradição que logo que ingressou na escola o menino tinha muitas dificuldades de aprendizagem, chegando a preocupar a família e os professores, mas rapidamente superou tudo com a ajuda da Providência Divina. Formou-se em Sevilha, onde, além do latim, ainda aprendeu grego e hebraico, e ordenou-se sacerdote.

Tudo isso contribuiu muito para que trabalhasse na conversão dos visigodos arianos, a começar pelo próprio rei. Isidoro também foi o responsável pela conversão dos judeus espanhóis. Tornou-se arcebispo e sucedeu a seu irmão Leandro, em Sevilha, durante quase quatro décadas. Logo no início do seu bispado, Isidoro organizou núcleos escolares nas casas religiosas, que são considerados os embriões dos atuais seminários. Sua influência cultural foi muito grande, era possuidor de uma das maiores e mais bem abastecidas bibliotecas e seu exemplo levou muitas pessoas a dedicarem seus tempos livres ao estudo e às boas leituras.

Depois, retirou-se para um convento, onde poderia praticar suas obrigações religiosas e também se dedicar intensamente aos estudos. Por seus profundos conhecimentos, presidiu o II Concílio de Sevilha, em 619, e o IV Concílio de Toledo, em 633, do qual saíram leis muito importantes para a Igreja, de modo que a religiosidade se enraizou no país. Por isso foi chamado de "Pai dos Concílios" e "mestre da Igreja" da Idade Média.

Isidoro era tão dedicado à caridade que sua casa vivia cheia de mendigos e necessitados, isso todos os dias. No dia 4 de abril de 636, sentindo que a morte estava se aproximando, dividiu seus bens com os pobres, publicamente pediu perdão para os seus pecados, recebeu pela última vez a eucaristia e, orando aos pés do altar, ali morreu.

Ele nos deixou uma obra escrita sobre cultura, filosofia e teologia considerada a mais valorosa do século VII. Nada menos que uma enciclopédia, com vinte e um volumes, chamada Etimologias, considerada o primeiro dicionário escrito, um livro com a biografia dos principais homens e mulheres da Bíblia, regras para mosteiros e conventos, além de muitos comentários acerca de cada um dos livros da Bíblia, estudo que mais lhe agradava.

Dante Alighieri cita Isidoro de Sevilha em seu livro A divina comédia, no capítulo do Paraíso, onde vê "brilhar o espírito ardente" nesse teólogo. Em 1722, o papa Bento XIV proclamou santo Isidoro de Sevilha doutor da Igreja, e seu culto litúrgico confirmado para o dia de sua morte.

Evangelho do Dia

Evangelho (Mateus 26,14-25)

Quarta-Feira, 4 de Abril de 2012
Semana Santa


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 14um dos doze discípulos, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os sumos sacerdotes 15e disse: “Que me dareis se vos entregar Jesus?” Combinaram, então, trinta moedas de prata. 16E daí em diante, Judas procurava uma oportunidade para entregar Jesus.
17No primeiro dia da festa dos Ázimos, os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram: “Onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?” 18Jesus respondeu: “Ide à cidade, procurai certo homem e dizei-lhe: ‘O Mestre manda dizer: o meu tempo está próximo, vou celebrar a Páscoa em tua casa, junto com meus discípulos’”.
19Os discípulos fizeram como Jesus mandou e prepararam a Páscoa. 20Ao cair da tarde, Jesus pôs-se à mesa com os doze discípulos. 21Enquanto comiam, Jesus disse: “Em verdade eu vos digo, um de vós vai me trair”. 22Eles ficaram muito tristes e, um por um, começaram a lhe perguntar: “Senhor, será que sou eu?”
23Jesus respondeu: “Quem vai me trair é aquele que comigo põe a mão no prato. 24O Filho do Homem vai morrer, conforme diz a Escritura a respeito dele. Contudo, ai daquele que trair o Filho do Homem! Seria melhor que nunca tivesse nascido!” 25Então Judas, o traidor, perguntou: “Mestre, serei eu?” Jesus lhe respondeu: “Tu o dizes”.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor. 
 
Comentário
Na Quarta-feira Santa, a Igreja nos propõe meditar o Evangelho de Jesus segundo Mateus 26,14-25. Essa leitura nos apresenta a traição de Judas e nos descreve como ele foi se encontrar com os chefes dos sacerdotes e se oferecer para trair o Senhor. O traidor aceita trinta moedas de prata como recompensa por sua delação. Por apenas trinta moedas um dos doze apóstolos entrega o Mestre!
Por quantas moedas temos vendido Jesus? É chegada a hora das trevas!
Com um simples beijo, Judas planeja vender o seu Senhor. Por trinta moedas traça-se o poder financeiro, material e finito da vida, dom de Deus. Uma verdadeira contradição, pois o Dono de tudo é trocado por dinheiro.
Ontem, assim como hoje, a opção pelo dinheiro e a rejeição da vida têm falado mais alto, essa é a característica de nossa sociedade neoliberal e globalizada. Os grandes impérios desse mundo fazem guerra e destroem a vida, movidos pela ambição do dinheiro. Eles produzem uma ideologia, uma cultura de ambição e violência que passa a ser assimilada por muitos.
São Mateus nos revela, hoje, o modo como Jesus foi traído por um dos Seus homens de confiança. O Evangelho destaca que o gesto de Judas estava inserido num contexto maior do desígnio divino sobre o destino do Messias, mas nem por isso Sua responsabilidade foi menor. As palavras terríveis que recaíram sobre ele não deixam dúvida a esse respeito: “Seria melhor que nunca tivesse nascido!”. Só Judas age na contramão da vontade do Mestre, mesmo que sua decisão já estivesse no contexto da vontade de Deus.
A atitude cristã que devemos ter é de corresponder à graça divina, mas não desprezá-la, traindo o amor de Cristo como fez o apóstolo. Peçamos ao Senhor que nos conceda uma fé firme e permanente, a ponto de fazermos a diferença neste mundo cheio de ganância, no qual ainda o grito de Maquiavel – “o fim justifica os meios” – continua ditando normas. Tira-se a vida em troca de poder, prazer e posse.
Jesus faz do dom de Sua vida – doada livremente por nós – a nova e eterna aliança com o Pai celeste, a fim de que, livres do pecado, vivamos na liberdade de filhos de Deus.
Padre Bantu Mendonça