sábado, 19 de maio de 2012

Santo do Dia


                                                                São Pedro Celestino
Pedro nasceu em 1215, na província de Isernia, Itália, de pais camponeses com muitos filhos. Segundo os escritos, decidiu que seria religioso aos seis anos de idade, quando revelou esse desejo à mãe. Cresceu estudando com os beneditinos de Faifoli. Assim que terminou os estudos, retirou-se para um local ermo, onde viveu por alguns anos.

Depois foi para Roma, recebendo o sacerdócio em 1239. Entrou para a Ordem beneditina e, com licença do abade, voltou para a vida de eremita. Assumiu, então, o nome de Pedro de Morrone, pois foi viver no sopé do morro do mesmo nome, onde levantou uma cela, vivendo de penitências e orações contemplativas.

Em 1251, fundou, com a colaboração de dois companheiros, um convento. Rapidamente, sob a direção de Pedro, o convento abrigava cada vez mais seguidores. Assim, ele fundou uma nova Ordem, mais tarde chamada "dos Celestinos", conseguindo, pessoalmente, a aprovação do papa Leão IX, em 1273.

Em 1292, morreu o papa Nicolau V e, após um conclave que durou dois anos, ainda não se tinha chegado a um consenso para sua sucessão. Nessa ocasião, receberam uma carta contendo uma dura reprovação por esse comportamento, pois a Igreja precisava logo de um chefe. A carta era de Pedro de Morrone e os cardeais decidiram que ele seria o novo papa, sendo eleito em 1294 com o nome de Celestino V. Entretanto, a sua escolha foi política e por pressão de Carlos II, rei de Nápoles. Com temperamento para a vida contemplativa e não para a de governança, o erro de estratégia logo foi percebido pelos cardeais.

Pedro Celestino exerceu o papado durante um período cheio de intrigas, crises e momentos difíceis. Reconhecendo-se deslocado, renunciou em favor do papa Bonifácio VIII, seu sucessor. Isso gerou nova crise, com o poder civil ameaçando não reconhecer nem a renúncia, nem o novo sumo pontífice. Para não gerar um cisma na Igreja, Pedro Celestino aceitou, humildemente, ficar prisioneiro no castelo Fumone. Ali permaneceu até sua morte.

Dez meses depois de seu confinamento, Pedro Celestino teve uma visão e ficou sabendo o dia de sua morte. Assim, recebeu os santos sacramentos e aguardou por ela, que chegou exatamente no dia e momento previstos: 19 de maio de 1296. Logo, talvez pelo desejo de uma reparação, a Igreja declarou santo o papa Pedro Celestino, já em 1313.

A Ordem dos Celestinos continuou se espalhando e crescendo, chegando a atingir, além da Itália, a França, a Alemanha e a Holanda. Mas, depois da Revolução Francesa, sobraram poucos conventos da Ordem na Europa.

Evangelho do Dia

Evangelho (João 16,23b-28)

Sábado, 19 de Maio de 2012
6ª Semana da Páscoa


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
23b“Em verdade, em verdade vos digo: se pedirdes ao Pai alguma coisa em meu nome, ele vo-la dará. 24Até agora nada pedistes em meu nome; pedi, e recebereis; para que a vossa alegria seja completa.
25Disse-vos estas coisas em linguagem figurativa. Vem a hora em que não vos falarei mais em figuras, mas claramente vos falarei do Pai. 26Naquele dia pedireis em meu nome, e não vos digo que vou pedir ao Pai por vós, 27pois o próprio Pai vos ama, porque vós me amastes e acreditastes que eu vim da parte de Deus. 28Eu saí do Pai e vim ao mundo; e novamente parto do mundo e vou para o Pai”.


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor. 
 
Comentário
 
A preocupação de Jesus, neste Evangelho, nos revela que os discípulos não estavam acostumados a rezar em nome do Senhor. Então, Ele lhes diz: “Se vocês pedirem ao Pai alguma coisa em meu nome, ele lhes dará. Até agora vocês não pediram nada em meu nome; peçam e receberão para que a alegria de vocês seja completa”.
Depois, Jesus lança um olhar ao passado para dizer que se serviu de palavras e imagens  para encerrar um significado profundo, nem sempre compreendido pelos discípulos. Futuramente, após a Páscoa, Suas palavras serão compreendidas e atingirão o íntimo dos corações graças à intervenção do Espírito Santo.
A oração será o “lugar”, no qual os discípulos conhecerão a relação profunda que existe entre Jesus e o Pai, e d’Eles com os discípulos. O perfeito entendimento no amor e na fé com Jesus fará com que a oração dos discípulos seja feita de modo conveniente e, por isso, aceita pelo Pai.
Pedir “em nome” de Jesus significa pedir em união de vontade com Ele, ou seja, pedir tudo o que é necessário para a realização da Sua vontade. Esse convite – dirigido aos discípulos – lhes dá responsabilidade e os integra no dinamismo da missão.
Jesus falará aos discípulos, com clareza, por intermédio do Espírito da Verdade que será enviado por Ele. Completa-se, assim, a Sua missão: Cristo saiu do Pai, veio ao mundo e, agora, deixa-o e volta para Deus. Quem está em união com Jesus – e n’Ele com o Pai – participa de uma só vontade. O seu pedir é a realização da vontade do Senhor. Em união com Jesus, vive-se o amor na comunidade, a oração e a missão de servir os pobres em suas necessidades e direitos.
A vinda do Espírito Santo inaugurará um tempo novo, no qual poderemos nos dirigir ao Pai, em nome de Jesus, porque o Senhor, na Sua passagem para o Pai, tornou-se verdadeiro mediador entre Deus e os homens.
“Senhor Jesus, ensina-me a pedir em Seu nome, a fazer minha a Sua causa, a ver o mundo com Seus olhos e a me dar como o Senhor se deu ao Pai pelos homens. Como estou longe de tudo isso! É por essa razão que, tantas vezes, sinto-me desiludido na minha oração, desanimado no meu apostolado e no serviço aos meus irmãos. Olhe Jesus, com piedade, as minhas veleidades em servi-Lo. Venha ao encontro das minhas ilusórias esperanças de gratificação. Ampara-me, purifica-me! Dê-me um coração semelhante ao Seu. Dê-me o impulso desinteressado do Seu amor. Ajude-me a amar com o Seu amor. Amém”.
Padre Bantu Mendonça