sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Salmo

Reflexão


Todo dia existe Deus
Um dia me perguntaram se eu acreditava em Deus.
Eu então lhes respondi da maneira como eu pensava.
Entre a lua e as estrelas num galope, num tropel,
Pisando nas nuvens brancas eu vi Deus passar no Céu.
Todo dia existe Deus...No sorriso da criança, no canto dos passarinhos,
No olhar, na esperança...

Todo dia existe Deus...Na harmonia das cores, na natureza esquecida,
Na fresca aragem da brisa, na própria essência da vida...

Todo dia existe Deus...No regato cristalino, pequeno servo do mar,
Nas ondas lavando as praias, na clara luz do luar...

Todo dia existe Deus...Na escuridão do infinito, todo ponteado de estrelas,
Na amplidão do universo, no simples prazer de vê-las...

Todo dia existe Deus...Nos segredos desta vida, no germinar da semente,
Nos movimentos da Terra, que gira incessantemente...

Todo dia existe Deus...No orvalho sobre a relva, na natureza que encanta,
No cheiro que vem da terra, e no sol que se levanta...

Todo dia existe Deus...Nas flores que desabrocham perfumando a atmosfera,
Nas folhas novas que brotam anunciando a primavera...

Deus é capaz, Deus é paz,
Deus é a esperança, é o alento do aflito,
O Criador do Universo, da luz, do ar, da aliança...

Deus é a justiça perfeita, que emana do coração.Ao perdoar quem ofende, Ele é o próprio perdão...

Será que você não viu ainda o rosto de Deus
No colorido mais belo dos olhos dos filhos seus?

Deus é constante e perene, é Divino, de tal sorte
Que sendo a essência da vida é o descanso na morte...

Não há vida sem a volta e não há volta sem vida.
A morte não é a morte, é só a porta da vida...

Todo dia existe Deus...No ciclo da natureza, neste ir e vir constante,
No broto que se renova, na vida que segue adiante,
Em quem semeia bondade, em quem ajuda o irmão
Colhendo felicidade, cumprindo a sua missão...

Todo dia existe Deus...No suor de quem trabalha, no calo duro das mãos,
No homem que planta o trigo, no trigo que faz o pão,
Você pode sentir Deus dentro do seu coração...

Santo do Dia




Santo Aleixo Falconieri
Aleixo nasceu em 1200 na cidade de Florença, Itália. Era filho de Bernardo Falconieri, um príncipe mercante florentino, e um dos líderes daquela república. A cidade vivia em luta. Brigavam pelo poder duas famílias poderosas: os Guelfi e os Ghibelini. A família Falconieri pertencia ao partido dominante dos Guelfi. 

Nesta época, Aleixo era um jovem comerciante influente, nobre, rico, inteligente e alegre, que resolveu crescer acima deste mundo material. Ele tinha uma conduta cristã exemplar, era muito piedoso e devoto da Virgem Maria. Junto com seis amigos, ligados por uma estreita amizade fraterna, formaram um grupo que se encontrava para rezar e cantar "laudas" para Maria. No dia 15 de agosto de 1233, os sete: Bonfiglio, Bonaiuto, Amadio, Ugocio, Sostenio, Manejo e Aleixo, estavam reunidos rezando diante da imagem da Virgem quando ela se mexeu. Depois, na volta para casa Nossa Senhora apareceu vestida de luto chorando e, disse que a causa de sua tristeza era a longa guerra civil daquela cidade. 

Decidiram abandoar tudo e fundaram a "Ordem dos Servidores de Nossa Senhora", ou Servitas, em monte Senário, perto da cidade. Vestiram-se de preto em reverência à Virgem de luto e adotaram a Regra de Santo Agostinho. A ordem foi aceita pelo Vaticano e os fundadores foram consagrados sacerdotes, menos Aleixo que se recusou a vestir o hábito. 

Aleixo possuía uma humildade infinita. Na gruta em que vivia no monte Senário, tinha momentos de profunda comunhão espiritual com a Virgem Maria e seu Filho Redentor. Saia do seu retiro apenas para pedir e mendigar a caridade para os necessitados e para rezar na pequena capela de Nossa Senhora situada na beira da estrada. Sua vida foi austera e sincera de eremita penitente. As roupas eram as mais pobres, o leito era de tábuas ásperas e sem cobertores. Comia pouquíssimo, permanecendo em constante oração. Assim era o sincero e humilde irmão Aleixo, que mesmo vivendo mais de cem anos, nunca se sentiu digno o suficiente para representar o Pai Eterno através da ordenação sacerdotal. 

Aleixo era responsável pelo setor financeiro e administrativo das várias casas da ordem que surgiram na Itália, tendo vivido em todas elas. Em 1252, a igreja nova em Cafagio, nos arredores de Florença, foi terminada sob seu cuidado, e totalmente financiada pelas famílias dos Guelfi e os Ghibelini. Ele transformou aquela pequena igreja em que ia rezar à beira da estrada, numa grande igreja dedicada a Nossa Senhora das Dores, dando origem ao seu culto que se propagou entre os cristãos do mundo inteiro. Foi diretor espiritual de muitos vultos do clero, que se tornaram santos, como sua sobrinha: Santa Juliana Falconieri. 

Em 1304, quando a Santa Sé aprovou oficialmente a "Ordem dos Servidores de Maria" apenas Aleixo ainda estava vivo. A tradição diz que antes de morrer ele ficou rodeado de anjos e recebeu a visita de Cristo, na figura de menino, que lhe oferecia uma coroa de ouro. 

Com cento e dez anos, ele morreu sereno no dia 17 de fevereiro de 1310 em monte Senário. Ele foi beatificado oito anos antes que os outros seis fundadores. Em 1888, todos foram canonizados juntos, para assim serem cultuados no dia da morte de Santo Aleixo Falconieri.

Evangelho do Dia


Evangelho (Marcos 8,34–9,1)




Sexta-Feira, 17 de Fevereiro de 2012                                                                                   Santos Fundadores dos Servitas


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 34chamou Jesus a multidão com seus discípulos e disse: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. 35Pois quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; mas quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho vai salvá-la.
36Com efeito, de que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro se perde a própria vida?37E o que poderia o homem dar em troca da própria vida? 38Se alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras diante dessa geração adúltera e pecadora, também o Filho do Homem se envergonhará dele quando vier na glória do seu Pai com seus santos anjos”.
9,1Disse-lhes Jesus: “Em verdade vos digo, alguns dos que aqui estão não morrerão sem antes terem visto o Reino de Deus chegar com poder”.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
Comentário

Nesta passagem do Evangelho, Jesus indica o caminho para nossa felicidade terrena e eterna: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga” (Mc 8,34)Com esse ensinamento podemos perceber que o sofrimento nem sempre causa a infelicidade. Sobretudo, quando é visto como um “completar na carne o que falta à Paixão de Cristo”, como nos ensina São Paulo.
Seguir Jesus significa vivenciar Seus ensinamentos, tornar prática a fé que temos na pessoa d’Ele. Porém, tudo isso feito conscientemente, não levado apenas pelas circunstâncias: “Já que não tenho outra saída, então que seja assim”.
É necessário termos plena consciência de que Jesus não veio para organizar o mundo pelo exercício do poder, mas para transformá-lo pela prática do amor humilde e solidário. Isto implica sacrifício, jejum, penitência, partilha e despojamento. Por isso, o Senhor retoma a instrução aos discípulos quanto ao despojamento de si mesmos e à disponibilidade a serem assumidos por eles.
“Perder a vida” por causa de Jesus é desprezar os sedutores projetos de sucesso, enriquecimento e consumismo oferecidos pelos poderosos deste mundo. “Perder sua vida” é estar a serviço dos mais necessitados e excluídos, assim como fez Jesus. É viver o amor, comprometendo-se com a luta em vista da restauração da vida e da conquista da paz.
“Senhor Jesus Cristo, muitas vezes, eu e minha família estamos bem agarrados à nossa vida. Não queremos abandoná-la, mas guardá-la totalmente para nós. Queremos possuí-la, não oferecê-la. No entanto, o Senhor nos precede e nos mostra que é apenas dando a vida que podemos tê-la em plenitude. Ensina-nos que o caminho para que isso aconteça é o da cruz.”
Jesus nos diz que a cruz é a oferta de nós mesmos, todavia, isto nos pesa bastante.
“Dê-me a graça de entender que, na Sua Via-sacra, o Senhor levou também a minha cruz. E não a levou apenas num momento qualquer do passado – uma vez que o Seu amor é contemporâneo à minha existência -, pois a carrega hoje, comigo e por mim. De maneira admirável, quer que também eu – como outrora Simão de Cirene – leve com o Senhor a Sua cruz e, acompanhando-O, ponha-me a serviço da redenção do mundo. Ajuda-me não só a acompanhá-Lo com nobres pensamentos, mas a caminhar pelo Seu caminho com o coração. Mais ainda, com os passos concretos da vida no meu dia a dia. Liberta-me, Senhor, da vergonha, do medo da cruz, do medo daquilo que as pessoas possam dizer de mim – até mesmo a minha família -, do medo de que a minha vida possa escapar-me se não aproveitar tudo o que ela me oferece.
Ajuda-me a desmascarar as tentações que me prometem a vida, mas cujas consequências me deixam, no fim, sem objetivo e desiludido. Auxilia-me, Jesus, a não me fazer “senhor” da minha vida nem da dos outros, pois ao Senhor ela pertence. Dê-me força e coragem para renunciar a mim mesmo e tomar a cruz todos os dias. E, assim, colocar-me em Seu seguimento.
Acompanhando o Senhor pelo caminho do “grão de trigo que cai na terra para dar muito fruto” (Jo 12,24), ajuda-me a encontrar o caminho do amor que me dá verdadeiramente a vida em abundância.
Padre Bantu Mendonça