sábado, 12 de maio de 2012

Santo do Dia


 

                                                                        São Pancrácio
As catacumbas romanas atraem devotos e turistas de todo o mundo. Ali estão enterrados os santos dos primeiros anos do catolicismo. Entre eles, do adolescente Pancrácio, com as inscrições confirmando o seu martírio.

Pancrácio nasceu em Roma, filho de pais cristãos, nobres, ricos e amigos do imperador Diocleciano. Órfão, ainda muito criança foi morar com um tio chamado Dionísio. Com o seu apoio conseguiu estudar em Roma, indo morar na mesma casa onde fazia seu retiro o papa Marcelino, que respeitava Pancrácio por sua modéstia, doçura, piedade e profunda fé.

Mas como a perseguição de Diocleciano não dava tréguas a cristão nenhum, Pancrácio, então com catorze anos de idade, e seu tio Dionísio foram denunciados e levados a júri.

O tio foi imediatamente morto. Pancrácio ainda mereceu uma certa consideração do imperador. Afinal, estava na flor da idade e era filho de alguém que havia sido seu amigo. Diocleciano tentou envolver Pancrácio com promessas, astúcias e, finalmente, ameaças. Nada deu resultado. Como o adolescente respondia a tudo afirmando que não temia a morte, pois a levaria direto a Deus, o imperador perdeu a paciência e mandou logo decapitá-lo. Era o dia 12 de maio de 304.

O seu túmulo se encontra numa das estradas mais famosas de Roma, a Via Aurélia, no cemitério de Ottavilla, onde, no século VI, o papa Símaco mandou erguer uma igreja em sua homenagem, existente até hoje. Há muitas outras igrejas em louvor a são Pancrácio na Itália, França, Inglaterra e Espanha, onde seu culto se difundiu. A ele também foram dedicados os mosteiros de Roma, fundado por são Gregório Magno, e o de Londres, fundado por santo Agostinho de Canterbury.

A fama de santidade de são Pancrácio se espalhou e sua devoção é muito intensa até hoje. Ele é o padroeiro dos enfermos na Itália, padroeiro dos trabalhadores na Espanha e padroeiro da Juventude da Ação Católica na América Latina.

Evangelho do Dia

Evangelho (João 15,18-21)

Sábado, 12 de Maio de 2012
5ª Semana da Páscoa


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 18“Se o mundo vos odeia, sabei que primeiro me odiou a mim. 19Se fôsseis do mundo, o mundo gostaria daquilo que lhe pertence. Mas, porque não sois do mundo, porque eu vos escolhi e apartei do mundo, o mundo por isso vos odeia.
20Lembrai-vos daquilo que eu vos disse: ‘O servo não é maior que seu senhor’. Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós. Se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa. 21Tudo isto eles farão contra vós por causa do meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou”.


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor. 
 
Comentário
 
O Evangelho de São João realça a importância fundamental de nossa união com Cristo, a fim de que a missão seja fecunda. O segredo da coragem e a eficácia da missão do apóstolo estão na sua confiança inabalável na Palavra e no Espírito Santo que o anima e capacita. No entanto, o evangelizador não pode ignorar que terá de enfrentar muitas dificuldades e oposições.
São Paulo nos fala dos muitos sofrimentos que teve de passar para anunciar o Evangelho: “Trazemos, porém, este tesouro em vasos de barro, a fim de que se veja que o nosso poder extraordinário é de Deus e não nosso. Em tudo somos atribulados, mas não esmagados. Somos confundidos, mas não desesperados. Somos perseguidos, mas não abandonados. Somos abatidos, mas não aniquilados” (2Cor 4, 8-9; cf. 2Cor 11,22-29).
Os discípulos de Jesus terão de enfrentar o ódio do mundo, tal como Cristo o enfrentou. Eles serão perseguidos, porque os homens não suportam quem se opõe aos seus princípios.
O ódio do mundo se manifesta na perseguição contra a comunidade de Cristo. Mas esta não deve desanimar na sua vida de fé nem no cumprimento da missão evangelizadora. A perseguição e o sofrimento hão de ser vividos em união com o Senhor. A sorte dos discípulos é idêntica à de Cristo: “Se me perseguiram a mim, também vos hão de perseguir a vós”.
O seguidor de Cristo sabe que, ao realizar a missão, encontrará a resistência do mundo. O evangelizador sabe que, apesar de estar no mundo, não pertence a ele, pois os seus critérios não são mundanos, mas pertencem ao Evangelho: “Se o mundo vos odeia, reparai que, antes que a vós, me odiou a mim. Se viésseis do mundo, o mundo amaria o que é seu. Mas, vós não vindes do mundo, pois fui eu que vos escolhi do meio do mundo…”
Como vemos, Jesus, ao mesmo tempo em que prepara os discípulos para enfrentar perseguições, dá-lhes a garantia de que sua missão será eficaz.
As perseguições aos discípulos são a confirmação de que eles fazem parte da comunidade do Senhor: “Felizes sereis quando vos insultarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o gênero de calúnias contra vós, por minha causa”.
Segundo Paulo, devemos nos manter firmes como cristãos, tendo os rins cingidos com a verdade e a couraça da justiça vestida. É interessante ver como Ele faz de nós valorosos guerreiros. A espada, que devemos trazer em mãos, é a Palavra de Deus. Ela é eficaz e penetrante, pois chega ao mais fundo do espírito humano.
O Evangelho nos lembra que o servo não é mais do que o nosso Senhor. Você não deve ficar assustado, preocupado, ao verificar indiferenças e hostilidades ao seu lado. É sinal de que você está fiel a Cristo perseguido e à Sua Palavra de cruz.
Não entre “em crise” se muitos não pensam como você, se lhe atacam por todos os meios antigos e modernos. A fé é sempre algo “fora de moda”, por isso há de ser procurada e vivida na oblatividade, que consiste no apelo à cruz e ao sacrifício.
Portanto, fortalecidos pela presença de Cristo e dóceis ao Seu Espírito, devemos nos empenhar – como discípulos – em denunciar o pecado, trabalhar para que o mundo dos homens, com as sua força e seus dramas, se abra ao Reino de Deus.
Busquemos forças, na Palavra de Deus e no Espírito Santo, pois eles nos capacitam a desfazer as distorções dos corações atingidos pelas mentiras do homem velho, ou seja, do pai da mentira.
Padre Bantu Mendonça