quarta-feira, 11 de abril de 2012

Salmo

Reflexão

ARANHA E A FÉ
  

Uma vez um homem estava sendo perseguido por vários malfeitores que queriam matá-lo.
O homem, correndo, virou em um atalho que saía da estrada e entrava pelo meio do mato e, no desespero, elevou uma oração a Deus da seguinte maneira:
- Deus Todo Poderoso, fazei com que dois anjos venham do céu e tapem a entrada da trilha para que os bandidos não me matem!!!
Nesse momento escutou que os homens se aproximavam da trilha onde ele se escondia e viu que na entrada da trilha apareceu uma minúscula aranha.
A aranha começou a tecer uma teia na entrada da trilha.
- Senhor, eu vos pedi anjos, não uma aranha. Senhor, por favor, com tua mão poderosa coloca um muro forte na entrada desta trilha, para que os homens não possam entrar e me matar...
Então ele abriu os olhos esperando ver um muro tapando a entrada e viu apenas a aranha tecendo a teia.
Os malfeitores estavam entrando na trilha, na qual ele se encontrava, e ele estava esperando apenas a morte.
Quando passaram em frente da trilha o homem escutou:
- Vamos, entremos nesta trilha.
- Não, não está vendo que tem até teia de aranha?
 Nada entrou por aqui.  Continuemos procurando nas próximas trilhas.

Fé é crer no que não se vê, é perseverar diante do impossível.
Às vezes pedimos muros para estarmos seguros, mas Deus pede que tenhamos confiança n'Ele para deixar que Sua Glória se manifeste e faça algo como uma teia, que nos dá a mesma proteção de uma muralha.
Nunca desanime em meio às lutas, siga em frente, pois Deus disse: “diga ao fraco que Eu sou forte”. 
São nos momentos mais difíceis que encontramos em Deus a nossa força.

Santo do Dia

Santa Gema Galgani

Ao nascer, em 12 de março de 1878, na pequena Camigliano, perto de Luca, na Itália, Gema recebeu esse nome, que em italiano significa jóia, por ser a primeira menina dos cinco filhos do casal Galgani, que foi abençoado com um total de oito filhos. A família, muito rica e nobre, era também profundamente religiosa, passando os preceitos do cristianismo aos filhos desde a tenra idade. 

Gema Galgani teve uma infância feliz, cercada de atenção pela mãe, que lhe ensinava as orações e o catecismo com alegria, incutindo o amor a Jesus na pequena. Ela aprendeu tão bem que não se cansava de recitá-las e pedia constantemente à mãe que lhe contasse as histórias da vida de Jesus. Mas essa felicidade caseira terminou aos sete anos. Sua mãe morreu precocemente e sua ausência também logo causou o falecimento do pai. Órfã, caiu doente e só suplantou a grave enfermidade graças ao abrigo encontrado no seio de uma família de Luca, também muito católica, que a adotou e cuidou de sua formação. 

Conta-se que Gema, com a tragédia da perda dos pais, apegou-se ainda mais à religião. Recebeu a primeira eucaristia antes mesmo do tempo marcado para as outras meninas e levava tão a sério os conceitos de caridade que dividia a própria merenda com os pobres. Demonstrava, sempre, vontade de tornar-se freira e tentou fazê-lo logo depois que Nossa Senhora lhe apareceu em sonho. Pediu a entrada no convento da Ordem das Passionistas de Corneto, mas a resposta foi negativa. Muito triste com a recusa, fez para si mesma os juramentos do serviço religioso, os votos de castidade e caridade, e fatos prodigiosos começaram a ocorrer em sua vida. 

Quando rezava, Gema era constantemente vista rodeada de uma luz divina. Conversava com anjos e recebia a visita de são Gabriel, de Nossa Senhora das Dores passionista, como ela desejara ser. Logo lhe apareceram no corpo os estigmas de Cristo, que lhe trouxeram terríveis sofrimentos, mas que era tudo o que ela mais desejava. 
Entretanto, fisicamente fraca, os estigmas e as penitências que se auto-infligia acabaram por consumir sua vida. Gema Galgani morreu muito doente, aos vinte e cinco anos, no Sábado Santo, dia 11 de abril de 1903. 

Imediatamente, começou a devoção e veneração à "Virgem de Luca", como passou a ser conhecida. Estão registradas muitas graças operadas com a intercessão de Gema Galgani, que foi canonizada em 1940 pelo papa Pio XII, que a declarou modelo para a juventude da Igreja, autorizando sua festa litúrgica para o dia de sua morte.

Evangelho do Dia


 Evangelho ( Lucas 24,13-35 ) 


Quarta-Feira, 11 de Abril de 2012
Oitava da Páscoa



— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.

13Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos de Jesus iam para um povoado chamado Emaús, distante onze quilômetros de Jerusalém. 14Conversavam sobre todas as coisas que tinham acontecido.
15Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles. 16Os discípulos, porém, estavam como cegos, e não o reconheceram.17Então Jesus perguntou: “Que ides conversando pelo caminho?” Eles pararam, com o rosto triste, 18e um deles chamado Cléofas, lhe disse: “Tu és o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes últimos dias?
19Ele perguntou: “Que foi?” Os discípulos responderam: “O que aconteceu com Jesus, o Nazareno, que foi um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e diante de todo o povo. 20Nossos sumos sacerdotes e nossos chefes o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. 21Nós esperávamos que ele fosse libertar Israel, mas, apesar de tudo isso, já faz três dias que todas essas coisas aconteceram! 22É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deram um susto. Elas foram de madrugada ao túmulo 23e não encontraram o corpo dele. Então voltaram, dizendo que tinham visto anjos e que estes afirmaram que Jesus está vivo. 24Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram as coisas como as mulheres tinham dito. A ele, porém, ninguém o viu”.
25Então Jesus lhes disse: “Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! 26Será que o Cristo não devia sofrer tudo isso para entrar na sua glória?” 27E, começando por Moisés e passando pelos Profetas, explicava aos discípulos todas as passagens da Escritura que falavam a respeito dele.
28Quando chegaram perto do povoado para onde iam, Jesus fez de conta que ia mais adiante. 29Eles, porém, insistiram com Jesus, dizendo: “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!” Jesus entrou para ficar com eles. 30Quando se sentou à mesa com eles, tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e lhes distribuía.
31Nisso os olhos dos discípulos se abriram e eles reconheceram Jesus. Jesus, porém, desapareceu da frente deles. 32Então um disse ao outro: “Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho, e nos explicava as Escrituras?” 33Naquela mesma hora, eles se levantaram e voltaram para Jerusalém onde encontraram os Onze reunidos com os outros. 34E estes confirmaram: “Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!” 35Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
Comentário
Na hora de desespero, alguém se aproxima e começa a caminhar com os dois discípulos [que estavam a caminho de Emaús]. Uma simples pergunta do novo companheiro os faz parar: “Que ides conversando pelo caminho?”.
Diante dessa pergunta, “eles pararam, com o rosto triste, e um deles chamado Cléofas, lhe disse: ‘Tu és o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes últimos dias?’”. E, logo, os dois discípulos aproveitam para partilhar a dor, a saudade, a frustração. Corriam notícias sobre o túmulo vazio e a aparição de anjos. Mesmo assim, continuam inconsoláveis e reclamam: “A ele, porém, ninguém o viu”.
“Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram!” Que voz é esta? Os dois a conhecem. Soa-lhes tão familiar! Embora os olhos permaneçam vedados e a razão obscurecida, o coração se abre, dilata-se e começa a arder no peito. “Ninguém jamais falou como esse homem!”, responderam até os guardas, tempos atrás encarregados de prender Jesus. Nem esses homens rudes conseguiram resistir às Suas palavras! As multidões ficaram extasiadas com o Seu ensinamento, porque as ensinava com autoridade.
Toda experiência do convívio com o Mestre, nos anos que passaram junto d’Ele, emerge do fundo da alma, vem, de repente, à tona enquanto o companheiro de viagem explica as passagens da Escritura, evocando Moisés e os profetas. Sua fala, pelo caminho, alivia a dor, derrete a saudade, afoga o desânimo. Não querem deixá-lo ir adiante quando chegam ao destino.
“Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!” É como se dissessem: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna!”. A solidão machuca. Ficar novamente só fará reaparecer a tristeza e a dor. “Fica conosco!” é o pedido insistente, dirigido a quem ainda não reconhecem. No fundo do coração, porém, já experimentam a alegria que tantas vezes sentiam quando o Mestre lhes falava.
“Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!” O companheiro do caminho para Emaús não abandonou os discípulos, “Jesus entrou para ficar com eles. Quando se sentou à mesa com eles, tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e lhes distribuía” (Lc 24,29-30). E na fração do pão acontece o milagre da Páscoa: os dois reconhecem o Mestre. Veem as mãos perfuradas e aquele inigualável semblante do Filho de Deus. Mas, ao mesmo tempo, Ele“desapareceu da frente deles” (Lc 24,31).
Ficou o pão partido e uma taça de vinho partilhada. Ficaram as palavras que fizeram arder os corações. Ficou a inebriante alegria em que Ele transformou o desespero dos discípulos. Agora, não é mais necessário ver Jesus com os olhos do corpo. Com a experiência que tiveram em Emaús, os discípulos se encarregarão de anunciá-Lo e testemunhá-Lo pelo mundo afora.
Nos momentos difíceis, grite como os discípulos: “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!”.
O Mestre desaparece da vista deles, mas ficou em seus corações. “Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?” A experiência é tão extraordinária que os discípulos precisam levar a notícia, naquela mesma noite, a Jerusalém.
No momento em que Jesus parte o pão, os discípulos de Emaús se tornam missionários, mensageiros da Boa Nova: “Na mesma hora eles se levantaram e voltaram para Jerusalém… e contaram o que tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus quando ele partiu o pão”. Ao distanciarem-se da comunidade, caminharam para Emaús à luz do dia, mas havia escuridão por dentro. Depois que o Mestre se revelou, atravessam a escuridão da noite, sem medo de tropeçar, porque o coração pulsa de alegria, cheiaode luz. Há um novo olhar, uma nova motivação, uma nova luz no horizonte!
A missão nasce sempre de um encontro com Jesus vivo, com o Cristo pascal. Os Evangelhos não terminam na Sexta-feira Santa, com o Cristo morto e sepultado. O grande e retumbante final da sinfonia é a esplêndida aurora da Páscoa, aquele deslumbrante primeiro dia da semana: o Cristo ressuscitado, vivo, vencedor da morte, o triunfo do bem sobre o mal, a vitória da graça sobre o pecado, a alegria do amor e da paz contra as tramas diabólicas do ódio e da guerra. “Realmente, o Senhor ressuscitou!”, proclamam os onze, reunidos com os outros em Jerusalém.
Celebramos a real presença desse Deus conosco na Eucaristia, memória do mistério pascal, mistério da cruz e ressurreição, mistério da redenção e reconciliação que inicia a Nova Aliança. Em cada Eucaristia olhamos para Deus, celebramos Sua presença, Sua encarnação, Paixão, Morte e Ressurreição.
Da ação de graças, da doação gratuita do Cordeiro de Deus, emerge a energia missionária da Eucaristia. Ela é a ponte para o ministério apostólico, é a Nova Aliança que pressupõe reconciliação, unidade na diversidade, solidariedade até as últimas consequências.
Ao partir do pão, eles O reconhecem e retornam ao Caminho. Nossa fé é o encontro pascal com o Senhor Jesus. É a certeza de que Ele está vivo. Nossa fé é pascal e pessoal. Não se trata apenas de crer em alguma coisa, pois a profissão fundamental é: “Eu creio em Ti, Senhor! E por isso me comprometo e me torno evangelizador”.
Evangelizar, ser missionário, é irradiar “o que ouvimos, o que vimos com nossos olhos, o que contemplamos e o que nossas mãos apalparam do Verbo da vida, porque a Vida manifestou-se”. Sejam quais forem nossas fraquezas, misérias, limitações, o que contagia todas as culturas, o que convence todos os povos e raças, é o testemunho da alegria e da graça de termos encontrado o Senhor Ressuscitado. Tudo isso é graças à força do pão partido de Emaús, é o vigor do fruto da videira no cálice da Nova Aliança, é o Corpo entregue e o Sangue derramado de Jesus, morto e ressuscitado.
Padre Bantu Mendonça