quarta-feira, 2 de maio de 2012

Salmo

Santo do Dia

                        

                                                                                           Santo Atanásio
Houve o dia em que a Igreja se viu livre da perseguição mortal dos pagãos. Foi no ano 313 e o famoso Edito de Milão transformou o cristianismo de perseguido a favorecido pelos imperadores romanos. Mas a luta não terminou aí, pois na mesma época a semente da discórdia foi plantada no interior do catolicismo, com a heresia de Ário. Foi então que a fé extrema e a dedicação na defesa da divindade de Cristo transformaram Atanásio, o bispo de Alexandria, no mais vigoroso combatente dos hereges. 

Atanásio nasceu no Egito em 296, filho da cidade da qual seria o bispo mais lembrado. Ainda adolescente, foi considerado um dos homens mais inteligentes de Alexandria entre as celebridades que ali vivam. Ingressou na Igreja por meio do bispo Alexandre. Na qualidade de seu assessor especial, embora fosse apenas diácono, Atanásio participou do Concílio de Nicéia, em 325, e passou para a história da Igreja. 

Em todos os registros sobre esse Concílio, que definiu o arianismo como heresia, o nome de Atanásio é o mais citado. O arianismo negava a santidade de Jesus. Considerava-o apenas "uma criatura do Pai" e não parte dele, equivalente a ele. Atanásio foi um dos responsáveis na luta para que a Igreja retomasse o caminho apontado e definido pelos apóstolos. Conta-se que os seus discursos empolgantes, com uma argumentação bíblica brilhante e a lucidez de sua doutrina, foram essenciais na defesa e manutenção da ortodoxia cristã. Apontou um por um os erros históricos e dogmáticos dos hereges, conquistando a vitória para a causa católica e, conseqüentemente, o ódio profundo dos arianos. 

Atanásio foi um religioso muito atuante, discípulo e contemporâneo de figuras muito importantes do clero que a Igreja honrou com a veneração nos altares. Quando morreu o bispo Alexandre, tanto o povo como o clero apontaram Atanásio como seu sucessor. Seu bispado durou quarenta e seis anos, recheados de perseguição e sofrimento. Apoiados pelo imperador, os arianos espalharam calúnias incríveis. Atanásio sofreu cinco exílios seguidos, intercalados com fugas e com afastamentos por vontade própria, que suportou com paciência e determinação. Foi assim que conheceu santo Antão, de quem escreveu a biografia, contando também como era a vida monástica no deserto, o que atraiu muitos cristãos aos mosteiros eremitas. 

Atanásio morreu, com setenta e sete anos, no dia 2 de maio de 373. Logo depois, foi inserido entre os celebres "Padres da Igreja", sendo canonizado e declarado "doutor da Igreja". Sua festa litúrgica é celebrada no dia de sua morte em todo o mundo cristão.

Evangelho do Dia

Evangelho (João 12,44-50)

Quarta-Feira, 2 de Maio de 2012
Santo Atanásio


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 44Jesus exclamou em alta voz: “Quem crê em mim não é em mim que crê, mas naquele que me enviou. 45Quem me vê, vê aquele que me enviou. 46Eu vim ao mundo como luz, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas.
47Se alguém ouvir as minhas palavras e não as observar, eu não o julgo, porque eu não vim para julgar o mundo, mas para salvá-lo. 48Quem me rejeita e não aceita as minhas palavras já tem o seu juiz: a palavra que eu falei o julgará no último dia. 49Porque eu não falei por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, ele é quem me ordenou o que eu devia dizer e falar. 50Eu sei que o seu mandamento é vida eterna. Portanto, o que eu digo, eu o digo conforme o Pai me falou”.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
Comentário
Para Jesus, no Evangelho que João nos apresenta, vida significa luz. Vida e luz são duas palavras que reclamam uma pela outra na sua própria pessoa. Jesus é a luz e a vida do mundo. São João nos faz crer em alguma revelação do próprio Divino Mestre: “E a vida era a luz dos homens”.
Vida é o mesmo que luz. Ele é a luz dos homens, e, assim, Ele é a vida deles, dos quais é luz. Desse modo, quando se diz “vida”, pode se dizer Salvador. Vida não de Si mesmo, mas de outros, dos quais também é luz. Essa vida existe no Verbo de Deus de uma maneira inseparável.
João está retomando, com novos esclarecimentos, temas já apresentados no seu Evangelho: a unidade com o Pai que O enviou. Crer n’Ele e vê-Lo é crer e ver Aquele que O enviou; o que Jesus fala é o que o Pai ordenou; Jesus é a luz que brilha nas trevas, é a luz do mundo, já anunciada no prólogo e retomada no discurso durante a Festa das Tendas. O julgamento não será feito por Jesus, mas, sim, pela acolhida ou rejeição de Suas Palavras.
Jesus, em união com o Pai, veio comunicar a todos a vida eterna; a participação nela é opção de cada um. Deus conta com nossa adesão na fé e com nosso dom de amor a serviço da vida, a qual, assumida em Deus, é eterna.
“Pai Santo, que enviaste o Seu Filho ao mundo não para condená-Lo, mas para salvá-Lo, faz com que eu – carregado de misérias – jamais perca a confiança e, triste e desanimado, não me afaste do Senhor. Infunda o Seu Espírito no mais íntimo de mim. Que, iluminado pela Sua luz, eu ganhe força e coragem para retomar o caminho. As Suas Palavras, por vezes, são duras, mas sei que, com elas, apenas quer recuperar-me, salvar-me e me dar auxílio para que não perca a vida eterna que me preparaste. Sei que o Senhor é benevolente, mesmo quando se mostra severo. Por isso, imprima, no meu coração, as Palavras do Seu Filho para que possa saborear – hoje, amanhã e sempre – a Sua salvação.
Amém.
Padre Bantu Mendonça