sábado, 10 de março de 2012

Salmo

Santo do Dia

São Macário
Seu nome, Macário, tem um significado interessante, quer dizer: "feliz", "iluminado". São poucos os dados registrados sobre sua origem e de boa parte de sua vida. Mas, sua atuação foi singular para a Igreja de Roma quando se tornou bispo de Jerusalém, cidade santa para os hebreus, lugar do único Templo erguido ao único Deus; e para os cristãos, lugar da Crucificação e da Ressurreição de Jesus Cristo. 

Essa Jerusalém, da época de Macário, não existe mais. Já no ano 70, após ter dominado uma insurreição anti-romana, o futuro imperador Tito havia destruído o Templo. Porém, no ano 135, depois de outra revolta, essa no tempo do imperador Adriano, a mesma cidade foi colocada no chão, perdendo inclusive seu próprio nome. Nas suas ruínas ergueram uma colônia romana chamada "Aelia Capitolina", com seu Capitólio, construído no lugar exato da sepultura de Jesus. 

Macário viveu um momento importantíssimo como bispo. Após a última perseguição anticristã, ordenada e depois suspensa pelo imperador Galerio, entre os anos 305 a 311. Foram os seus sucessores, Constantino e Licínio, que concederam aos cristãos plena liberdade para praticarem sua fé, para celebrarem seu culto e também, para construírem suas igrejas. 

Trata-se da "paz constantiniana" que se estendeu a todo Império e inclusive à Jerusalém, onde, o bispo Macário se pôs a trabalhar. Obteve do soberano a autorização para demolir o Capitólio e assim se fez vir novamente à luz a área do Calvário e do Sepulcro do Senhor. Em cima desse local, surgiria mais tarde a grandiosa Basílica da Ressurreição. 

No mesmo período, houve no mundo cristão uma grave ruptura, provocada pela doutrina do herege Ário, quanto à natureza de Jesus Cristo. Macário, o bispo de Jerusalém, se opôs pronta e energicamente à doutrina ariana. E, em maio de 325, ele agiu com firmeza no Concílio celebrado em Nicea, próxima a Constantinopla, onde se fez a confirmação da genuína doutrina cristã. 

Os registros mostram ainda que o bispo Macário foi um dos autores do símbolo niceno, ou seja, do Credo que até hoje pronunciamos durante a celebração da Santa Missa, onde professamos a fé "em um só Deus, Pai Onipotente" e "em um só Senhor, Jesus Cristo... Deus verdadeiro de Deus Verdadeiro". 

O bispo Macário faleceu de causas naturais no dia 10 de março de 335, em Jerusalém. Seu culto é muito antigo e sua festa ocorre nesse dia.

Evangelho do Dia


 Evangelho  (Lucas 15,1-3.11-32) 

Sábado, 10 de Março de 2012
2ª Semana da Quaresma



— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, 1os publicanos e pecadores aproximavam-se de Jesus para o escutar.2Os fariseus, porém, e os mestres da Lei criticavam Jesus: “Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles”.
3Então Jesus contou-lhes esta parábola: 11“Um homem tinha dois filhos. 12O filho mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me cabe’. E o pai dividiu os bens entre eles. 13Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu e partiu para um lugar distante. E ali esbanjou tudo numa vida desenfreada.
14Quando tinha gasto tudo o que possuía, houve uma grande fome naquela região, e ele começou a passar necessidade. 15Então foi pedir trabalho a um homem do lugar, que o mandou para seu campo cuidar dos porcos. 16O rapaz queira matar a fome com a comida que os porcos comiam, mas nem isto lhe davam.
17Então caiu em si e disse: ‘Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome’. 18Vou-me embora, vou voltar para meu pai e dizer-lhe: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti; 19já não mereço ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados’.
20Então ele partiu e voltou para seu pai. Quando ainda estava longe, seu pai o avistou e sentiu compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o e cobriu-o de beijos. 21O filho, então, lhe disse: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’.
22Mas o pai disse aos empregados: ‘Trazei depressa a melhor túnica para vestir meu filho. E colocai um anel no seu dedo e sandálias nos pés. 23Trazei um novilho gordo e matai-o. Vamos fazer um banquete. 24Porque este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado’. E começaram a festa.
25O filho mais velho estava no campo. Ao voltar, já perto de casa, ouviu música e barulho de dança. 26Então chamou um dos criados e perguntou o que estava acontecendo. 27O criado respondeu: ‘É teu irmão que voltou. Teu pai matou o novilho gordo, porque o recuperou com saúde’.
28Mas ele ficou com raiva e não queria entrar. O pai, saindo, insistia com ele. 29Ele, porém, respondeu ao pai: ‘Eu trabalho para ti há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua. E tu nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos. 30Quando chegou esse teu filho, que esbanjou teus bens com prostitutas, matas para ele o novilho cevado’.
31Então o pai lhe disse: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. 32Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver; estava perdido, e foi encontrado”’.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Comentário
“Os judeus, a quem Jesus se dirige no átrio do Templo, compreendem muito bem a parábola que o Senhor lhes conta, inspirada na alegoria da vinha” (cf. Is 5,1-7).
Os príncipes dos sacerdotes e os anciãos são os vinhateiros que têm o privilégio de cultivar a vinha predileta do Senhor, o povo de Israel. Estes vinhateiros, hoje, somos nós, a quem Jesus encarrega da missão de cuidar da vinha de Deus, Seu Pai.
Lembro-me de  que, no momento da colheita, ao invés de apresentarem os frutos ao dono, os vinhateiros quiseram se apropriar deles e maltrataram os profetas que lhes foram enviados. Hoje acontece a mesma coisa. Apropriamo-nos da vida de outra pessoa ao invés de protegê-la e fazê-la crescer em estatura e graça, segundo o projeto do Criador. Roubamos, traímos, mentimos e cometemos inúmeros pecados.
No Evangelho, Jesus nos fala abertamente: “o Reino nos será tirado e entregue à outros se não nos convertermos das nossas ambições, orgulhos e vaidades; se não abandonarmos a vida do pecado e não aprendermos a praticar a justiça e o bem!”.
Finalmente, Deus nos enviou Seu próprio Filho, Jesus Cristo. Esta é a última oportunidade que Ele nos oferece para que nos tornemos seus colaboradores na obra da salvação.
Veja que, como os viticultores conduzidos habilmente por Jesus, os chefes dos sacerdotes e os anciãos do povo tiraram as conclusões das consequências de tal ato: “o dono, que é Deus, ‘dará morte eterna aos malvados e arrendará a vinha a outros vinhateiros que Lhe entregarão os frutos na altura devida’”. Assim, nós precisamos tomar consciência de que, se não fizermos render os talentos que recebemos do Senhor, teremos o mesmo destino.
Os “novos vinhateiros” constituem-se pecadores que, convertidos e acolhendo a mensagem da Quaresma – que os chama a rasgar os seus corações, mas não as vestes; a fazer penitência com jejum e oração por causa dos seus pecados -, tornam-se verdadeiramente os cultivadores da vinha do Senhor. Eles anunciam a Boa Nova, são eles os defensores da Igreja, dando a Deus abundantes frutos, ora cem, ora sessenta, ora trinta por um!
Oxalá, meu irmão, que eu e você não tenhamos a mesma sorte dos viticultores retratados por Jesus neste Evangelho. Mas sim a sorte daqueles que, assumindo a sua vocação, tornam-se realmente discípulos e missionários de Jesus Cristo com uma missão específica.
Padre Bantu Mendonça