domingo, 9 de outubro de 2011

Santo do Dia São João Leonardo




Leonardo nasceu na Toscana, em 1541. Levou uma vida normal de leigo, trabalhando no ramo farmacêutico com o pai até os vinte e seis anos de idade, quando este morreu. Tendo participado do trabalho junto aos pobres com os padres colombinos, decidiu entregar sua vida ao seguimento de Cristo.

Mesmo sabendo das dificuldades por ser adulto, Leonardo não se intimidou. Enfrentou os estudos desde o começo, do princípio mais elementar. Juntou-se aos meninos para aprender o latim e, em seguida, aplicou-se no estudo de filosofia e de teologia. Quatro anos depois, foi ordenado sacerdote.

Dedicando-se à catequese das crianças, implantou, junto com alguns religiosos, uma educação totalmente voltada para os princípios cristãos, nascendo, em 1574, a Congregação da Doutrina Cristã, hoje Clérigos Regulares da Mãe de Deus, também conhecidos como padres leonardinos.

Em 1584, resolveu fazer uma peregrinação à França, ao Santuário de Nossa Senhora de Loreto. Leonardo, que tinha conquistado a confiança do papa Clemente VIII, foi enviado por este para realizar diversas missões em seu nome, restaurando a disciplina religiosa em várias ordens, conventos e congregações. Era um tempo de decadência de costumes e seu trabalho entusiasmado e atraente trouxe de volta os velhos princípios do verdadeiro cristianismo que se haviam perdido no dia-a-dia de muitos integrantes da Igreja.

Preocupado em assegurar um futuro de fé às crianças pagãs, fundou, em parceria com João Batista Vives, um colégio para jovens sacerdotes que se espalhariam pelo mundo como missionários, pregando o catolicismo entre os infiéis e cuidando das vítimas das epidemias. Portanto João Leonardo foi o precursor do Colégio Urbano dos Missionários da Propaganda Fidei, ou Obra da Propaganda da Fé, fundado em 1627, em Roma, atuante até nossos dias, principalmente na esfera da Santa Sé. E também dos Missionários Exteriores de Paris, fundado em 1663.

Influenciado pelo Concilio de Trento, ao lado de grandes religiosos da época, como os depois santos Filipe Neri, José Calazanz e Camilo de Lellis, João Leonardo travou uma grande luta pela reforma eclesiástica da Itália, o que o fez tornar-se, também, um dos grandes do seu tempo.

Radicado em Roma, ele morreu no dia 8 de outubro de 1609. Seu corpo se encontra na cripta da igreja Santa Maria, em Campiteli. Beatificado em 1861, o papa Pio XI declarou santo João Leonardo em 1938, cuja festa litúrgica ocorre no dia de sua morte.




— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, 1Jesus voltou a falar em parábolas aos sumos sacerdotes e aos anciãos do povo, dizendo: 2“O Reino dos Céus é como a história do rei que preparou a festa de casamento do seu filho. 
3E mandou os seus empregados para chamar os convidados para a festa, mas estes não quiseram ir. 
4O rei mandou outros empregados, dizendo: ‘Dizei aos convidados: já preparei o banquete, os bois e os animais cevados já foram abatidos e tudo está pronto. Vinde para a festa!’
5Mas os convidados não deram a menor atenção: um foi para o seu campo, outro para os seus negócios, 6outros agarraram os empregados, bateram neles e os mataram. 
7O rei ficou indignado e mandou suas tropas para matar aqueles assassinos e incendiar a cidade deles. 
8Em seguida, o rei disse aos empregados: ‘A festa de casamento está pronta, mas os convidados não foram dignos dela. 9Portanto, ide até às encruzilhadas dos caminhos e convidai para a festa todos os que encontrardes’.
10Então os empregados saíram pelos caminhos e reuniram todos os que encontraram, maus e bons. E a sala da festa ficou cheia de convidados. 
11Quando o rei entrou para ver os convidados, observou aí um homem que não estava usando traje de festa 12e perguntou-lhe: ‘Amigo, como entraste aqui sem o traje de festa?’ Mas o homem nada respondeu. 
13Então o rei disse aos que serviam: ‘Amarrai os pés e as mãos desse homem e jogai-o fora, na escuridão! Aí haverá choro e ranger de dentes’.
14Porque muitos são chamados, e poucos são escolhidos”.

-Palavra da salvação!
-Glória a vós Senhor!


Breve comentário
Jesus aqui nos conta uma parábola um pouco enigmática: um rei tem uma festa de casamento preparada para as núpcias do seu filho. Então, envia seus servos para convidar as pessoas para o casamento. No entanto, aqueles que foram convidados não aceitam o convite e matam os servos do rei. Acontece, assim, uma grande chacina, pois o rei – vingativo – ordena que aqueles ingratos sejam executados.
Finalmente, abre-se esta visão das pessoas que são trazidas das encruzilhadas para encher a sala do banquete.
Como interpretar esta parábola tão enigmática? Em primeiro lugar, devemos compreender que este noivo é Jesus. E quem é a noiva? O Evangelho não nos diz, mas sabemos que somos nós. A noiva é a Igreja. A noiva, na verdade, são esses que foram convidados.
Neste sentido, a parábola não “fecha” perfeitamente em termos de comparação. Por quê? Porque, na realidade, temos ali um banquete nupcial no qual todos nós ocupamos o lugar da noiva. Mas isso permanece no silêncio, no “não dito” daquilo que está no Evangelho. Este seria o sentido profundo e teológico da Palavra de hoje.
Algumas coisas que podemos observar a respeito deste Evangelho:
Em primeiro lugar, a urgência escatológica. Interessante que o rei já tem tudo preparado para a festa de casamento. E de forma bastante inverossímil, ele ordena – quando a mesa já está posta – que os convidados sejam chamados. Estes mesmos convidados que antes não sabiam de nada!
Mas, aqui, o fato da mesa “estar posta” é simplesmente uma forma simbólica de falarmos da urgência escatológica. Deus quer que nós venhamos para o banquete de Seu Filho. E venhamos logo! Ele tem pressa. A mesa já está posta e a comida está “esfriando”.
Claro que o desenvolver da parábola é um pouco inverossímil, ou seja, acontece o chamado feito aos convidados, depois uma guerra e, após tudo isso acontecer, a mesa ainda está posta.
Na verdade, temos aqui uma alusão a todo o conflito que houve com o povo de Israel e a queda de Jerusalém no ano 70. Ou seja, aquela cidade cujos habitantes são mortos e o lugar depois destruído é a cidade de Jerusalém.
O evangelista Mateus está “relendo” o fato histórico da destruição de Jerusalém e dizendo para os fiéis – que ouvem a esta parábola – que, embora Jerusalém tenha sido destruída, o convite para o banquete nupcial, para esta união entre Deus e a humanidade, continua em pé.
Com essa parábola das núpcias do Filho de Deus, o que podemos extrair de ensinamento para nossas vidas?
Veja: Deus nos chama para uma íntima união com Ele. Precisamos nos preparar para isto. Simbolizando esta preparação, vemos a veste nupcial que cada um de nós precisamos ter. Precisamos nos revestir desta veste, precisamos mudar de atitude. Mudar de vida para nos prepararmos ante esta união íntima com o Esposo, que é Cristo.
A Igreja inteira, todos nós – membros do Corpo de Cristo – iremos nos unir a Jesus. E será neste momento que acontecerá a festa. Acontecerá a realidade prometida por Deus desde toda a eternidade.
Somos chamados a esta união. Em Jesus, a união entre Deus e a humanidade já aconteceu de forma perfeita, porque Cristo é verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem. Em Jesus acontece este matrimônio.
Mas é necessário que recebamos o Espírito Santo e sejamos unidos ao Corpo de Cristo. Como membros deste Corpo, que é a Igreja, então estaremos também neste matrimônio, nesta realidade de união com o Cristo cabeça.
Este é o nosso desejo e o desejo de Deus para nós. A urgência escatológica, a respeito da qual nos fala esta parábola – essa urgência de Deus – deveria dizer um pouco daquela urgência que deve habitar também no nosso coração.
Também nós deveríamos ter pressa em estar prontos para essa união com Deus. Também deveríamos ter pressa em convidar tantas e tantas pessoas para que venham participar deste banquete aberto a todos. É preciso convidar a todos. E descobrir, ali – nesta união – a grande alegria de ser católico, ser filho de Deus. Descobrir esta missionariedade de quem sabe: “Estou unido ao Esposo Jesus. Quero que outros também se unam a Ele.”
Isto é o que podemos extrair de ensinamento para a nossa vida no Evangelho de hoje.
Padre Paulo Ricardo