sábado, 7 de abril de 2012

Salmo

Reflexão

O mal... existe??

Um professor ateu desafiou seus alunos com esta pergunta:
-Deus fez tudo que existe?
Um estudante respondeu corajosamente:
- Sim, fez!
- Deus fez tudo, mesmo?
- Sim, professor !
Respondeu o jovem.
O professor replicou:
- Se Deus fez todas as coisas, então Deus fez o mal, pois o mal existe, e considerando-se que nossas ações são um reflexo de nós mesmos, então Deus é mau.
O estudante calou-se diante de tal resposta e o professor, feliz, se vangloriava de haver provado uma vez mais que a Fé era um mito.
Outro estudante levantou sua mão e disse:
- Posso lhe fazer uma pergunta, professor?
- Sem dúvida - respondeu-lhe o professor.
O jovem ficou de pé e perguntou:
- Professor, o frio existe?
- Mas que pergunta é essa? Claro que existe, você por acaso nunca sentiu frio?
O rapaz respondeu:
- Na verdade, professor, o frio não existe. Segundo as leis da Física, o que consideramos frio, na realidade é ausência de calor. Todo corpo ou objeto pode ser estudado quando tem ou transmite energia, mas é o calor e não o frio que faz com que tal corpo tenha ou transmita energia. O zero absoluto é a ausência total e absoluta de calor, todos os corpos ficam inertes, incapazes de reagir, mas o frio não existe. Criamos esse termo para descrever como nos sentimos quando nos falta o calor.
- E a escuridão, existe? - continuou o estudante.
O professor respondeu :
- Mas é claro que sim.
O estudante respondeu :
- Novamente o senhor se engana, a escuridão tampouco existe. A escuridão é na verdade a ausência de luz. Podemos estudar a luz, mas a escuridão não. O prisma de Newton decompõe a luz branca nas varias cores de que se compõe, com seus diferentes comprimentos de onda. A escuridão não. Um simples raio de luz rasga as trevas e ilumina a superfície que a luz toca. Como se faz para determinar quão escuro está um determinado local do espaço? Apenas com base na quantidade de luz presente nesse local, não é mesmo? Escuridão é um termo que o homem criou para descrever o que acontece quando não há luz presente.
Finalmente, o jovem estudante perguntou ao professor:
- Diga, professor, o mal existe?
Ele respondeu :
- Claro que existe. Como eu disse no início da aula, vemos roubos, crimes e violência diariamente em todas as partes do mundo, essas coisas são o mal.
Então o estudante respondeu :
- O mal não existe, professor, ou ao menos não existe por si só. O mal é simplesmente a ausência de Deus. É, como nos casos anteriores, um termo que o homem criou para descrever essa ausência de Deus. Deus não criou o mal. Não é como a Fé ou o Amor, que existem como existe a Luz e o Calor. O mal resulta de que a humanidade não tenha Deus presente em seus corações. É como o frio que surge quando não há calor, ou a escuridão que acontece quando não há luz."

Santo do Dia

São João Batista de La Salle

A tradição da família de La Salle, na França, é muito antiga. No século XVII, descendente de Carlos Magno, Louis de La Salle era conselheiro do Supremo Tribunal quando sua esposa, também de família fidalga, deu à luz a João Batista de La Salle, em 30 de abril de 1651, na casa da rua de L'Arbatete, que ainda existe, na cidade de Reims. 

O casal não era nobre só por descendência, ambos tinham também nobreza de espírito e seguiam os ensinamentos católicos, que repassaram aos sete filhos. João Batista era o mais velho deles. Dos demais, uma das filhas tornou-se religiosa, entrando para o convento de Santo Estevão, em Reims. Dois outros filhos ocuparam cargos elevados no clero secular, mas João Batista revelou-se o mais privilegiado em termos espirituais. 

Desde pequeno a vocação se apresentava no garoto, que gostava de improvisar um pequeno altar para brincar de realizar os atos litúrgicos que assistia com a mãe. Paralelamente, teve no pai o primeiro professor. Apaixonado por música clássica, sacra e profana, toda semana havia, na casa dos de La Salle, uma "tarde musical", onde se apresentavam os melhores e mais importantes artistas da cidade, assistidos pelas famílias mais prestigiadas de Reims. João Batista fazia parte da apresentação, executando as músicas de caráter religioso, o que fez com que o pai o estimulasse a ingressar no coral dos cônegos da catedral. Entretanto, no íntimo, o desejo dos seus pais era que ele seguisse uma carreira política. 

Mas esse desejo durou pouco tempo, pois, na hora de definir sua profissão, João Batista confessou que queria ser padre. Seu pai entendeu que não poderia disputar o filho com Deus e ordenou que ele seguisse a voz do Criador, para onde fosse chamado. Ainda jovem, tornou-se coroinha e, com dezesseis anos, era nomeado cônego da catedral de Reims. Como tinha muita cultura e apreciava os estudos, com dezoito anos recebeu o título de mestre das Artes Livres, entrou para a Universidade de Sorbonne e passou a morar no seminário Santo Sulpício, em Paris. Ali se tornou catequista, chegando a ensinar um total de quatro mil crianças, preparando-as para a primeira comunhão. 

Ao sair do seminário, João Batista, com vinte e um anos, tinha já perdido o pai e a mãe. Cuidou dos irmãos e depois pôde vestir a batina, em 1678, quando, finalmente, se ordenou sacerdote. Fundou uma escola para a formação de professores leigos e, mesmo em meio a todo esse trabalho, continuou estudando teologia, até receber o título de doutor, em 1681. 

Fundou, ainda, a Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs, que em pouco tempo necessitou da implantação de muitas casas. Tão rápido cresceu a Ordem, que já em 1700 foi possível inaugurar um seminário, onde se lecionava pedagogia, leitura, gramática, física, matemática, catolicismo e canto litúrgico. Ele teve a grata felicidade de ver a congregação comportando setecentos e cinqüenta irmãos, possuindo cento e quatorze escolas e sendo freqüentadas por trinta e um mil alunos, todos pobres. 

Aqui no Brasil, os Irmãos das Escolas Cristãs se estabeleceram em 1907, espalhando-se pelos estados do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Ele morreu numa Sexta-Feira Santa, no dia 7 abril de 1719, em Rouen, e foi canonizado, em 1900, pelo papa Pio X. São João Batista de La Salle foi proclamado "padroeiro celeste, junto a Deus, de todos os educadores", pelo papa Pio XII.

Evangelho do Dia


 Evangelho  (Marcos 16,1-7) 

Sábado, 7 de Abril de 2012
Vigília Pascal



— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor!

1Quando passou o sábado, Maria Madalena e Maria, a mãe de Tiago, e Salomé, compraram perfumes para ungir o corpo de Jesus. 2E bem cedo, no primeiro dia da semana, ao nascer do sol, elas foram ao túmulo.
3E diziam entre si: “Quem rolará para nós a pedra da entrada do túmulo?”
4Era uma pedra muito grande. Mas, quando olharam, viram que a pedra já tinha sido retirada. 5Entraram, então, no túmulo e viram um jovem, sentado ao lado direito, vestido de branco.
6Mas o jovem lhes disse: “Não vos assusteis! Vós procurais Jesus de Nazaré, que foi crucificado? Ele ressuscitou. Não está aqui. 7Vede o lugar onde o puseram. Ide, dizei a seus discípulos e a Pedro que ele irá à vossa frente, na Galileia. Lá vós o vereis, como ele mesmo tinha dito”.



- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Comentário
Grande é a nossa alegria ao ver a luz que brilha nas trevas. É a noite santa da “Vigília Pascal”. O símbolo predominante desta noite de Páscoa é a luz.
O amor de Deus é glorificado na luz das maravilhas da criação (cf. Gn 1,1-2,2). Aprisionados nas trevas da opressão egípcia, os filhos de Israel se alegram ao ver a luz da libertação que os conduz à glória da liberdade (cf. Ex 14,15-15,1). Com a ajuda do profeta Isaías, o Senhor reacende as esperanças de seu povo oferecendo-lhe, gratuitamente, a vida em prosperidade e, deste modo, a luz da salvação (cf. Is 55,1-11).
É o símbolo mais destacado do Tempo Pascal. A palavra “círio” vem do latim “cereus”, de cera. O produto das abelhas que toma uma nova dimensão com Cristo. Uma vez acesso, significa, ante os olhos do mundo, a glória do Cristo Ressuscitado. Por isso, grava-se, em primeiro lugar, a cruz no Círio Pascal. A cruz de Cristo devolve a cada coisa seu sentido. Por isso, o Cânon Romano diz: “Por Ele segue criando todos os bens, os santificas, os enche de vida, os abençoas e repartes entre nós”.
Ao gravar, na cruz, as letras gregas “Alfa” e “Ômega” e as cifras do ano em curso, o celebrante proclama: “Cristo ontem e hoje, princípio e fim, alfa e ômega. D’Ele é o tempo e a eternidade. A Ele a glória e o poder pelos séculos dos séculos. Amém”, exposta São Paulo. Ele expressa, com gestos e palavras, toda a doutrina do império de Cristo sobre o cosmos. Nada escapa da Redenção do Senhor. Homens, coisas e tempo estão sob Sua potestade.
O Círio Pascal é decorado com grãos de incenso que, segundo uma tradição muito antiga, passaram a significar, simbolicamente, as cinco chagas de Cristo: “Por Suas chagas santas e gloriosas nos proteja e nos guarde, Jesus Cristo Nosso Senhor”.
O celebrante termina a cerimônia acendendo o fogo novo, dizendo: “A luz de Cristo, que ressuscita glorioso, dissipe as trevas do coração e do espírito”.
Após acender o Círio que representa Cristo, a Coluna de fogo e de luz que nos guia pelas das trevas e nos indica o caminho à terra prometida, avança a procissão dos ministros. Enquanto a comunidade acende as suas velas no Círio Pascal, escuta-se cantar três vezes: “Eis a luz de Cristo!”
Essas experiências devem ser vividas com uma alma de criança, singela, mas vibrante, para estar em condições de entrar na mentalidade da Igreja nesse momento de júbilo. O mundo conhece demasiado bem as trevas que envolvem a sua terra em desgraça e tormento. Porém, nesta hora, pode-se dizer que sua desventura atraiu a misericórdia e que o Senhor quer invadir toda realidade com torrentes de Sua luz.
Já os profetas haviam prometido a luz: “O povo que caminha em meio às trevas viu uma grande luz”, escreve Isaías (Is 9,1; 42,7; 49,9). Essa luz que amanhecerá sobre a Nova Jerusalém (Is 60,1ss.) será o próprio Deus vivo que iluminará os Seus, e Seu Servo será “a luz das nações” (Is 42,6; 49,6).
O catecúmeno que participa dessa celebração da luz sabe, por experiência própria, que desde seu nascimento está em meio às trevas; mas tem o conhecimento de que Deus o chamou para sair das trevas e entrar em Sua luz maravilhosa (1Pd 2,9). Dentro de uns momentos, na pia batismal, “Cristo será sua luz” (Ef 5,14). Passará das trevas à “luz no Senhor” (Ef 5,8).
Em seguida, é proclamada a grande ação de graças. Esse hino de louvor, em primeiro lugar, anuncia a todos a alegria da Páscoa, alegria do céu, da terra, da Igreja, da assembleia dos cristãos. Essa alegria procede da vitória de Cristo sobre as trevas.
Seu tema é a história da salvação resumida pelo poema. Uma terceira parte consiste em uma oração pela paz, pela Igreja, por suas autoridades e seus fiéis, pelos governantes das nações, para que todos cheguem à pátria celestial.
Nesta noite, a comunidade cristã se detém mais do que o normal na proclamação da Palavra. Tanto o Antigo como o Novo Testamento falam de Cristo e iluminam a história da Salvação e o sentido dos sacramentos pascais. Há um diálogo entre Deus, que se dirige ao seu povo, e o povo que Lhe responde por meio de salmos e preces.
As leituras da Vigília têm uma coerência e um ritmo entre elas. A melhor chave de leitura é a que nos deu o próprio Cristo: “… e começando por Moisés e por todos os profetas em todas as Escrituras o que a Ele dizia respeito” (Lc 24,27).
A Celebração Eucarística é o ápice da Noite Pascal. É a Eucaristia central de todo o ano. Cristo, o Senhor Ressuscitado, nos faz participar do Seu Corpo e do Seu Sangue como memorial da Sua Páscoa.
O apóstolo Paulo nos apresenta o batismo como um sinal real da nossa participação na morte e ressurreição de Cristo Jesus. Pelo batismo morremos para o pecado e ressurgimos para a vida. É a luz da vida nova em Cristo ressuscitado que brilha nas trevas do pecado (cf. Rm 6,3-11).
A verdade da Ressurreição é a certeza da luz que brilha nas trevas e aponta a vida nova. Na escuridão, não vemos nada, mas quando se acende a luz, enxergamos a vida que é fruto do amor.
A vida gerada pelo amor só pode ser vista na claridade. Neste sentido, afirmamos que “o amor foi glorificado na Luz”. De fato, a “Luz da Ressurreição” faz com que a vida gerada, com a força do amor, seja exaltada, glorificada, tornando-se esplêndida aos nossos olhos.
O amor presente nas mãos de Jesus, que lava os pés de Seus discípulos e está presente no pão que lhes é repartido, é o amor assumido na Cruz e, hoje, glorificado na Luz da Ressurreição.
Cristo ressuscitou como havia dito. Aleluia! Somos todos convidados a acolher esta “noite da Luz eterna” para que, em meio às trevas do pecado e de tantos outros problemas e desafios, brilhe e se abra a porta de saída para a vida, para o amor, para a alegria do Cristo Ressuscitado.
Padre Bantu Mendonça