segunda-feira, 4 de junho de 2012

Santo do Dia

                                                            São Francisco Caracciolo
Ascânio Caracciolo era um italiano descendente, por parte de mãe, de santo Tomás de Aquino, portanto, como ele, tinha vínculos com a elite da nobreza. Nasceu próximo de Nápoles, na Vila Santa Maria de Chieti, em 13 de outubro de 1563. A família, muito cristã, preparou-o para a vida de negócios e da política, em meio às festas sociais e aos esportes.

Na adolescência, decidiu pela carreira militar. Mas foi acometido por uma doença rara na pele, parecida com a lepra e incurável também. Quando todos os tratamentos se esgotaram, Ascânio rezou com fervor a Deus, pedindo que ele o curasse e prometendo que, se tal graça fosse concedida, entregaria a sua vida somente a seu serviço. Pouco depois a cura aconteceu.

Cumprindo sua determinação, tinha então vinte e dois anos, foi para Nápoles, onde estudou teologia e ordenou-se sacerdote. Começou seu trabalho junto aos "Padres Brancos da Justiça", que se dedicavam ao apostolado dos encarcerados, doentes e pobres abandonados.

Entretanto, Deus tinha outros planos para ele. Na organização dos "Padres Brancos" havia um outro sacerdote que tinha exatamente o seu nome: Ascânio Caracciolo, só que era mais velho. Certo dia de 1588, o correio cometeu um erro, entregando uma carta endereçada ao Ascânio mais velho para o mais jovem, no caso ele. A carta fora escrita pelo sacerdote João Agostinho Adorno e por Fabrício Caracciolo, abade de Santa Maria Maior de Nápoles. E ambos se dirigiam ao velho Ascânio Caracciolo para pedir que colaborasse com a fundação de uma nova Ordem, a dos "Clérigos Regulares Menores", dando alguns detalhes sobre o carisma que desejavam implantar.

O jovem Ascânio percebeu que a nova Ordem vinha ao encontro com o que ele procurava e foi conversar com os dois sacerdotes. Depois os três se isolaram no mosteiro dos camaldulenses, para rezar, jejuar e pedir a luz do Espírito Santo para a elaboração das Regras. Ao final de quarenta dias, com os regulamentos prontos, Ascânio propôs que fosse incluído um quarto voto, alem dos três habituais de pobreza, obediência e castidade: o de não aceitar nenhum posto de hierarquia eclesiástica. O voto foi aceito e incorporado à nova Ordem.

Quando a comunidade contava com doze integrantes, os três foram ao papa Xisto V pedir sua aprovação, concedida no dia 1o de junho de 1588. Um ano depois, Ascânio vestiu o habito dos Clérigos Regulares Menores tomando o nome de Francisco, em homenagem ao santo de Assis, no qual se espelhava.

Eles pretendiam estabelecer-se em Nápoles, mas o papa sugeriu que fossem para a Espanha, região que carecia de novas Ordens. Porém, ao chegarem em Madri, o rei não permitiu a sua fundação. Voltaram para Nápoles. Nessa ocasião morreu Adorno, que era o prepósito-geral da Ordem, tarefa que Francisco Caracciolo assumiu com humildade até morrer.

Fiel ao pedido do papa, não desistiu da Espanha, para onde voltou outras vezes. Entre 1595 e 1598, Francisco fundou, em Valadolid, uma casa de religiosos; em Alcalá, um colégio; e, em Madri, um seminário, no qual foi mestre dos noviços. Mais tarde, retornou para a Casa-mãe em Nápoles, que fora transferida para Santa Maria Maior devido ao seu rápido crescimento.

Foram atividades intensas de que seu corpo frágil logo se ressentiu. Adoeceu durante uma visita aos padres do Oratório da cidade de Agnone e morreu, aos quarenta e quatro anos de idade, em 4 de junho de 1608. Canonizado em 1807 pelo papa Pio VII, são Francisco Caracciolo foi consagrado co-padroeiro de Nápoles em 1840.

Evangelho do Dia


Evangelho (Marcos 12,1-12)

Segunda-Feira, 4 de Junho de 2012
9ª Semana Comum


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 1Jesus começou a falar aos sumos sacerdotes, mestres da Lei e anciãos, usando parábolas: “Um homem plantou uma vinha, cercou-a, fez um lagar e construiu uma torre de guarda. Depois arrendou a vinha a alguns agricultores, e viajou para longe. 2Na época da colheita, ele mandou um empregado aos agricultores para receber a sua parte dos frutos da vinha.
3Mas os agricultores pegaram o empregado, bateram nele, e o mandaram de volta sem nada. 4Então o dono mandou de novo mais um empregado. Os agricultores bateram na cabeça dele e o insultaram. 5Então o dono mandou ainda mais outro, e eles o mataram. Trataram da mesma maneira muitos outros, batendo em uns e matando outros.
6Restava-lhe ainda alguém: seu filho querido. Por último, ele mandou o filho até os agricultores, pensando: ‘Eles respeitarão meu filho’. 7Mas aqueles agricultores disseram uns aos outros: ‘Esse é o herdeiro. Vamos matá-lo, e a herança será nossa’. 8Então agarraram o filho, o mataram, e o jogaram fora da vinha. 9Que fará o dono da vinha? Ele virá, destruirá os agricultores, e entregará a vinha a outros.
10Por acaso, não lestes na Escritura: ‘A pedra que os construtores deixaram de lado tornou-se a pedra mais importante; 11isso foi feito pelo Senhor e é admirável aos nossos olhos’?” 12Então os chefes dos judeus procuraram prender Jesus, pois compreenderam que havia contado a parábola para eles. Porém, ficaram com medo da multidão e, por isso, deixaram Jesus e foram-se embora.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor. 
 
Comentário
 
Jesus, depois de ter terminado os vários conflitos com os fariseus durante o seu ministério em Cána da Galileia, agora censura os chefes de Israel em Jerusalém.
Nessa parábola, o Senhor está mostrando o caráter dos líderes judeus, os quais haviam rejeitado os profetas e estavam se preparando para rejeitar e matar o Filho amado de Deus.
A parábola contada por Jesus – dos trabalhadores de uma vinha – está diretamente relacionada à questão da autoridade de Jesus rejeitada pela liderança judaica. Assim como rejeitaram Sua autoridade divina sobre suas vidas e condutas, também rejeitaram a soberania do filho do dono da vinha e o mataram.
A metáfora de Israel, como a vinha do Senhor, era bem conhecida no texto de Isaías 5,1-7. Em Isaías, a vinha deu frutos bravos em vez de frutos doces e bons. Ela representa os líderes judaicos e também nós quando não produzimos as boas obras de Deus.
Na parábola de Cristo, o problema não está com a vinha, mas com os empregados, ou seja, os agricultores que não quiseram reconhecer a autoridade do legítimo dono, matando primeiramente os empregados e, finalmente, o próprio filho do proprietário. Estes são os farizeus a quem Deus tinha confiado a direção de Seu povo. Somos nós, porque somos devedores dos dons que recebemos d’Ele.
Para nós, a questão de aceitar ou não a autoridade divina em nossa vida é algo de vida ou morte – como o foi para os líderes religiosos dos dias de Cristo. Se não nos submetermos às vontades do Senhor, faremos a nossa vontade, que é perversa, egoísta e má, e nos colocaremos no caminho da perdição eterna.
A verdade é que, se Jesus não for o primeiro em nossa vida, Ele não será nada para nós, pois, no que diz respeito à salvação, não há meio termo: ou somos de Cristo por inteiro ou nossa experiência religiosa é uma hipocrisia completa.
Somos maus agricultores. Sendo assim, não entraremos no reino do céu, porque “nem todo aquele me diz ‘Senhor, Senhor’ que entrará no Reino do Céu, mas somente quem faz a vontade do meu Pai, que está no céu!”
Padre Bantu Mendonça