terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Salmo

Santo do Dia


                                                                                                  São Cirilo


Constantino nasceu em 826 na Tessalonica, atualmente Salonico,Grécia. Seu pai era Leão, um rico juiz grego, que teve sete filhos. Constantino o caçula e Miguel o mais velho, que mudaram o nome para Cirilo e Metódio respectivamente, ao abraçarem a vida religiosa. 

Cirilo tinha catorze anos quando o pai faleceu. Um amigo da família, professor Fócio, que mais tarde ajudou seu irmão acusado de heresia, assumiu a educação dos órfãos em Constantinopla, capital do Império Bizantino. Cirilo aproveitou para aprender línguas, literatura, geometria, dialética e filosofia. De inteligência brilhante, se formou em tudo. 

Rejeitando um casamento vantajoso, ingressou para a vida espiritual, fazendo votos particulares, se tornou bibliotecário do ex-patriarca. Em seguida foi cartorário e recebeu o diaconato. Mas sentiu necessidade de se afastar, indo para um mosteiro, em Bosforo. Seis meses depois foi descoberto e designado para lecionar filosofia. Em seguida, convocado como diplomata para a polemica questão sobre o culto das imagens junto ao ex-patriarca João VII, o Gramático. Depois foi resolver outra questão delicada junto aos árabes sarracenos que tratava da Santíssima Trindade. Obteve sucesso em ambas. 

Seu irmão mais velho, que era o prefeito de Constantinopla, abandonou tudo para se dedicar à vida religiosa. Em 861, Cirilo foi se juntar a ele, numa missão evangelizadora, a pedido do imperador Miguel III, para atender o rei da Morávia. Este rei precisava de missionários que conhecessem a língua eslava, pois queria que o povo aprendesse corretamente a religião. Os irmãos foram para Querson aprender hebraico e samaritano. 

Nesta ocasião, Cirilo encontrou um corpo boiando, que reconheceu ser o papa Clemente I, que tinha sido exilado de Roma e atirado ao mar. Conservaram as relíquias numa urna, que depois da missão foi entregue em Roma. Assim, Cirilo continuou estudando o idioma e criou um alfabeto, chamado "cirílico", hoje conhecido por "russo". Traduziu a Bíblia, os Livros Sagrados e os missais, para esse dialeto. Alfabetizou a equipe dos padres missionários, que começou a evangelizar, alfabetizar e celebrar as missas em eslavo. 

Isto gerou uma grande divergência no meio eclesiástico, pois os ritos eram realizados em grego ou latim, apenas. Iniciando o cisma da Igreja, que foi combatido pelo então patriarca Fócio com o reforço de seu irmão. Os dois foram chamados por Roma, onde o papa Adriano II, solenemente recebeu as relíquias de São Clemente, que eles transportavam. Conseguiram o apoio do Sumo Pontífice, que aprovava a evangelização e tiveram os Livros traduzidos abençoados. 

Mas, Cirilo que estava doente, piorou. Pressentido sua morte, tomou o hábito definitivo de monge e o nome de Cirilo, cinqüenta dias depois, faleceu em Roma no dia 14 de fevereiro de 868. A celebração fúnebre foi rezada na língua eslava, pelo papa Adriano II, sendo sepultado com grande solenidade na igreja de São Clemente. Cirilo e Metódio foram declarados pela Igreja como "apóstolos dos eslavos". O papa João Paulo II, em 1980, os proclamou junto com São Bento de "Patronos da Europa".

Evangelho do Dia


Evangelho (Marcos 8,14-21)

Terça-Feira, 14 de Fevereiro de 2012
São Cirilo e São Metódio




— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 14os discípulos tinham se esquecido de levar pães. Tinham consigo na barca apenas um pão. 15Então Jesus os advertiu: “Prestai atenção e tomai cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes”.
16Os discípulos diziam entre si: “É porque não temos pão”. 17Mas Jesus percebeu e perguntou-lhes: “Por que discutis sobre a falta de pão? Ainda não entendeis e nem compreendeis? Vós tendes o coração endurecido? 18Tendo olhos, não vedes, e tendo ouvidos, não ouvis? Não vos lembrais 19de quando reparti cinco pães para cinco mil pessoas? Quantos cestos vós recolhestes cheios de pedaços?”
Eles responderam: “Doze”. 20Jesus perguntou: E quando reparti sete pães com quatro mil pessoas, quantos cestos vós recolhestes cheios de pedaços? Eles responderam: “Sete”.21Jesus disse: “E ainda não compreendeis?”

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
Comentário
Se perfurássemos o véu, e se estivéssemos vigilantes e atentos, Deus revelar-Se-nos-ia sem cessar e usufruiríamos da Sua ação em tudo quanto nos acontece, dizendo diante de todas as coisas: “É o Senhor!” (Jo 21,7). E descobriríamos em todas as circunstâncias um dom de Deus.
Consideraríamos as criaturas frágeis instrumentos nas mãos de um Obreiro onipotente e reconheceríamos, sem dificuldade, que nada nos falta e que a contínua atenção do Altíssimo O leva a proporcionar-nos em cada instante aquilo que nos convém. Se tivéssemos fé, teríamos boa vontade para com todas as criaturas. Haveríamos de acariciá-las, interiormente gratos pelo fato de elas servirem e se tornarem favoráveis à nossa perfeição, aplicada pela mão de Deus.
Se vivêssemos ininterruptamente uma vida de fé, estaríamos em permanente comunhão com Deus Pai, falando com Ele a todo o momento.
A fé é intérprete de Deus. Sem os esclarecimentos que ela proporciona, não compreendemos a linguagem das criaturas. Esta é uma escrita em números, na qual apenas vemos confusão. Uma amálgama de espinhos, de onde não nos ocorre que Deus possa falar. Mas a fé permite-nos ver, como Moisés, o fogo da caridade divina que arde no seio destes espinhos (cf. Ex 3,2).
A fé dá-nos a chave destes números permitindo-nos descobrir, no meio da confusão, as maravilhas da sabedoria do Alto. A fé confere um rosto celeste a toda a terra. É por meio dela que o coração é transportado, arrebatado, para conversar no céu. A fé é a chave dos tesouros, a chave do abismo, a chave da ciência de Deus.
Pai, Deus Todo-Poderoso, é a Ti que devo consagrar a principal ocupação da minha vida. Que todas as minhas palavras e pensamentos se ocupem de Ti. Porque sou pobre, peço aquilo que me falta. Farei um esforço desmedido para entender as palavras dos Teus profetas e dos Teus apóstolos. Baterei a todas as portas que me dão acesso a uma compreensão que me está vedada.
Mas é a Ti, meu Deus, que cabe atender o meu pedido, conceder o que procuro, abrir a porta fechada. Na verdade, vivo numa espécie de torpor por causa do meu adormecimento natural. Estou impedido de compreender os Teus mistérios por uma ignorância invencível devida à fraqueza do meu espírito.
Mas o zelo pelos Teus ensinamentos fortalece a minha percepção da ciência divina e a obediência da fé me ergue acima da minha capacidade natural para conhecer. Quero compreender as Tuas palavras no sentido com que os profetas e apóstolos as pronunciaram e proclamaram. Desejo empregar os termos exatos para transmitir fielmente as realidades que eles exprimiram. Concede-me o sentido exato das palavras, a luz da inteligência, a elevação da linguagem, a ortodoxia da fé. Aquilo em que acredito, concede-me que também o afirme e proclame. Eu me abandono nas Tuas mãos providentes e sei que não ficarei decepcionado.
Padre Bantu Mendonça