quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Santo do Dia São Leão

São Leão

Eleito com o nome de Leão I, foi um dos maiores pontífices da história do cristianismo, embora pouco se saiba sobre sua vida antes de ocupar a Cátedra de Pedro. É venerado por sua profunda sabedoria, suas extraordinárias virtudes e sua brilhante direção, como relatam os historiadores e teólogos.

Leão nasceu por volta do ano 400, na região da Toscana, onde está situada a cidade de Roma. Tornou-se sacerdote muito jovem e fez carreira consolidada num trabalho brilhante. Em 430, já era arcediácono e depois foi conselheiro dos papas Celestino I e Xisto III. Era tão respeitado e conceituado que, após a morte deste último papa, foi eleito para substituí-lo Com o título de Leão I, assumiu o governo da Igreja em agosto do ano 440.

Eram tempos difíceis. Por um lado, o Império Romano esfacelava-se e já não conseguia conter as hordas de bárbaros que invadiam e saqueavam seus domínios. Por outro lado, a Igreja enfrentava divisões e dissidências doutrinárias em seu interior. Um panorama tão sombrio que só não levou o Ocidente ao caos por causa da atuação de Leão I nos dois terrenos: o espiritual e o material.

Na esfera espiritual, ele permaneceu firme, defendendo as verdades do catolicismo diante das grandes heresias que sacudiram o século V, e atuou participando de discussões, encontros e concílios. Foi nessa época que escreveu um dos documentos mais importantes para a fé: a "Carta dogmática a Flaviano", o patriarca de Constantinopla, defendendo as posições ortodoxas do cristianismo. "Pedro falou pela boca de Leão", diziam os sacerdotes da Igreja que acabavam concordando com os argumentos. Estão guardados mais de cem dos seus sermões, além de cento e quarenta e três cartas contendo ensinamentos sobre a fé cristã, seguidos e respeitados ainda hoje.

Já no plano material, era o único que poderia conseguir, graças ao seu prestígio e à sua eloqüência, que o terrível rei Átila, comandante dos bárbaros hunos, não destruísse Roma e a Itália. A missão poderia ser fatal, pois Átila já invadira, conquistara e destruíra a ferro e fogo o norte do país. Mesmo assim Leão I foi ao seu encontro e saiu vitorioso da situação. Mais tarde, foi a vez de conter os vândalos, que, liderados pelo chefe bárbaro Genserico, entraram em Roma. Só não atearam fogo à Cidade Eterna e não dizimaram sua população graças à atuação do grande pontífice.

Não existem relatos sobre os seus últimos dias de vida. O livro dos papas diz que Leão I governou vinte e um anos, um mês e treze dias. Faleceu no dia 10 de novembro de 461 e foi sepultado na Basílica de São Pedro, em Roma. O papa Bento XIV proclamou-o doutor da Igreja em 1754. Leão I foi o primeiro papa a receber o título de "o Magno".

Evangelho do Dia

Lucas 17,20-25
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 20os fariseus perguntaram a Jesus sobre o momento em que chegaria o Reino de Deus. Jesus respondeu: “O Reino de Deus não vem ostensivamente. 21Nem se poderá dizer: ‘Está aqui’ ou ‘Está ali’, porque o Reino de Deus está entre vós”.
22E Jesus disse aos discípulos: “Dias virão em que desejareis ver um só dia do Filho do Homem e não podereis ver. 23As pessoas vos dirão: ‘Ele está ali’ ou ‘Ele está aqui’. Não deveis ir, nem correr atrás. 24Pois, como o relâmpago brilha de um lado até o outro do céu, assim também será o Filho do Homem, no seu dia. 25Antes, porém, ele deverá sofrer muito e ser rejeitado por esta geração”.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
Breve comentário
Jesus não apresenta o Reino de Deus como algo fantástico nem exuberante. Suas palavras são profundas e simples: “o Reino de Deus está entre vós”.
No Novo Testamento, a palavra grega traduzida por reino é basileia, que não se refere a um lugar específico, mas ao domínio de um soberano. Nos Evangelhos, o Senhor Jesus usou essa palavra mais de cem vezes. Alguns requisitos fundamentais para fazermos parte deste Reino é a obediência total à vontade de Deus e a consciência da dependência que temos d’Ele. Nós não faremos parte dele apenas no fim dos tempos ou quando morrermos. O Reino dos Céus está disponível a qualquer pessoa neste momento. Porque Deus – em Seu imensurável amor – ofereceu o próprio Filho para sofrer em nosso lugar as consequências dos nossos pecados e, assim, restaurar todas as coisas. Em Jesus o céu e a terra são novamente unidos, isto é, Seu Reino é estabelecido sobre toda a criação.
Somente com a vinda de Jesus se tornou possível estabelecer o Reino de Deus na terra. O Reino que Jesus veio inaugurar no mundo não pertence a esse gênero; ele consiste em abater as barreiras do egoísmo e da exploração para fazer de todos os homens uma só família de filhos de Deus. E a Igreja, desde a sua fundação, não tem feito outra coisa senão cumprir este mandato: que todos sejam um no Pai, no Filho e no Espírito Santo.
A Lei e os profetas vigoraram até João; desde esse tempo vem sendo anunciado o Evangelho do Reino de Deus. E é fundamental que todo homem se esforce por entrar nele. A partir de Jesus, a humanidade passou a ter acesso a uma dimensão espiritual tão diferente que Ele afirmou: “Em verdade vos digo que, entre os nascidos de mulher, não surgiu outro maior do que João, o Batista; mas aquele que é o menor no reino dos céus é maior do que ele”. Cristo, o primogênito de Deus, demonstrou a autoridade que um filho de Deus tem sobre a terra.
Nós fomos feitos também filhos, por adoção, e podemos ter intimidade com nosso Pai. Em Jesus recebemos autoridade sobre todo o mal. Maior é aquele que está em nós do que o que está no mundo. Nós fomos arrancados do domínio das trevas e transportados para o Seu Reino e agora estamos em luta contra as trevas. O Senhor afirmou que faríamos as mesmas obras que Ele fez – e ainda maiores! – se permanecermos n’Ele e com Ele (Jo 14,12).
Na oração do Pai-Nosso, ao dizer: “Venha o teu reino; seja feita a tua vontade, assim na terra, como no céu”, Jesus deixou claro o Seu desejo de expandir o Reino de Deus sobre a terra. Portanto, esse deve ser o meu e o seu desejo acima de tudo. Devemos buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas lhes serão acrescentadas. Pois como o mundo está dominado pelo maligno, o avanço do Reino de Deus significa o retrocesso do reino das trevas. Nada que seja contrário ao plano de Deus pode permanecer. No Reino de Deus não há pecado, doenças e nem morte.
A oportunidade de desfrutar do Reino está aberta para todas as pessoas. Porém, a porta de entrada é o arrependimento (cf. Mt 4,17). Muitas vezes, o orgulho e a falsa religiosidade nos impedem e nos distanciam do Reino de Deus. Mas Jesus continua dizendo: “o Reino de Deus está entre vós”. O Reino de Deus é expandido com a manifestação de Jesus pelo Espírito Santo através da Igreja.
Padre Bantu Mendonça