sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Salmo


Santo do Dia

São Paulo da Cruz


Foi aos dezenove anos de idade, após ouvir um sermão sobre a Paixão de Cristo, que Paulo Francisco Danei decidiu-se pela vida religiosa. Nascido em Ovada, na Alexandria, região norte da Itália, no dia 3 de janeiro de 1694, era o primeiro dos dezesseis filhos de um casal de nobres e fervorosos cristãos. Apesar do nome e da posição social, a família não possuía fortuna. Seu pai era um dedicado comerciante que viajava muito. Desde a infância Paulo acostumou-se a acompanhar o pai, primeiro como seu companheiro, depois, também, para ajudá-lo nos negócios. 

Também desde pequeno se entregava a exercícios de oração e penitência e à leitura da vida dos santos, encantando-se, especialmente, com a dos eremitas. Gostava de ir à igreja para rezar o terço. Essa rotina floresceu e fez crescer sua vocação. 

Quando ouviu o sermão que o tocou, já pertencia à Irmandade de Santo Antônio. Primeiro pensou em alistar-se como voluntário na cruzada contra os turcos, organizada pelo exército veneziano. Depois, rezando perante a santa eucaristia, ouviu o chamado de Deus para a vida religiosa. Iniciou, então, suas intensas orações contemplativas e penitências. 

Junto com seu irmão João Batista, foram viver como eremitas no monte Agentário. Durante a semana, privavam-se de tudo, oravam e penitenciavam-se. Aos domingos, dirigiam-se às cidades, onde pregavam e enalteciam a Paixão do Senhor. Assim, amadurecia em seu coração o projeto de uma comunidade religiosa. Até que, segundo ele, uma aparição da Virgem Maria permitiu-lhe conhecer o hábito, o emblema e o estilo de vida do futuro Instituto, que teria sempre Jesus Cristo Crucificado como centro. 

Motivado pelos sermões que atraíram tantos seguidores e apoiado pelo bispo de Alexandria, fundou, em 1720, a Congregação dos Clérigos Descalços da Santa Cruz e da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, ou dos Padres Passionistas, ordenando-se com o nome de Paulo da Cruz. As Regras da Congregação eram tão severas que seu fundador teve de abrandá-las para serem aprovadas definitivamente pelo papa Bento XIV, em 1741. Os integrantes receberam as ordens sacerdotais do bispo e, com as doações do povo, foi construído o primeiro convento da Congregação, em Agentário. 

Idoso e doente, quando foi desenganado pelos médicos Paulo da Cruz mandou pedir a bênção do papa Pio VI. Este, porém, além de responder-lhe que era muito cedo para partir, ordenou que fosse ao Vaticano em três dias. Motivado pelo pontífice, cumpriu a ordem, chegando na data solicitada. Permaneceu em Roma por três anos até morrer, no dia 18 de outubro de 1775, aos oitenta e um anos de idade. 

Foi canonizado pelo papa Pio IX em 1867. As relíquias de são Paulo da Cruz são veneradas na Basílica de São João e São Paulo e a festa litúrgica ocorre no dia de sua morte. Hoje, a Ordem dos Padres Passionistas está em missão nos cinco continentes. No Brasil, eles chegaram em 1911 e têm a sede instalada em São Paulo.

Evangelho do Dia


Evangelho (Lucas 12,1-7)

Sexta-Feira, 19 de Outubro de 2012 
São Paulo da Cruz




— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 1milhares de pessoas se reuniram, a ponto de uns pisarem os outros. Jesus começou a falar, primeiro a seus discípulos: “Tomai cuidado com o fermento dos fariseus, que é a hipocrisia. 2Não há nada de escondido que não venha a ser revelado, e não há nada de oculto que não venha a ser conhecido.
3Portanto, tudo o que tiverdes dito na escuridão, será ouvido à luz do dia; e o que tiverdes pronunciado ao pé do ouvido, no quarto, será proclamado sobre os telhados.
4Pois bem, meus amigos, eu vos digo: não tenhais medo daqueles que matam o corpo, não podendo fazer mais do que isto. 5Vou mostrar-vos a quem deveis temer: temei aquele que, depois de tirar a vida, tem o poder de lançar-vos no inferno.
Sim, eu vos digo, a este temei. 6Não se vendem cinco pardais por uma pequena quantia? No entanto, nenhum deles é esquecido por Deus. 7Até mesmo os cabelos de vossa cabeça estão todos contados. Não tenhais medo! Vós valeis mais do que muitos pardais”.


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Comentário
Irmãos e irmãs, o Evangelho nos causa admiração, encantamento e responsabilidade. Diz o Evangelho de São Lucas que as pessoas procuravam Jesus com grande ardor: “milhares de pessoas se reuniram, a ponto de uns pisarem os outros” (Lc 12,1-7). E Jesus procurava corresponder a todos, com a ajuda dos apóstolos e discípulos mais próximos.
Mas qual será o motivo de tanto esforço? Fanatismo? Mais um messianismo judaico? Ou uma reação própria de quem encontra um manancial no meio do deserto? Ele o é de fato e ainda mais: “Se alguém tiver sede, venha a mim e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura: Do seu interior manarão rios de água viva” (Jo 7,38).
Na sequência do registro bíblico, demonstra-se o quanto que o crescimento experimentado pelas pessoas com Jesus diferenciava do notório fermento dos fariseus – composto de hipocrisia – o qual nada comunica de esperança aos corações ressequidos. (cf. Lc 12,1).
Não convém esperarmos o dia do Juízo particular ou final para termos certezas profundas disto (v. 3), mas precisamos abraçar aquilo que é próprio deste tempo de graça proclamado e inaugurado pelo Papa Bento XVI: “o Ano da Fé é convite para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo”.
No mistério da Sua morte e ressurreição, Deus revelou plenamente o amor que salva e chama os homens à conversão de vida por meio da remissão dos pecados (cf. At 5,31). É tempo de voltarmo-nos à fonte da Água Viva com desejo de exclamar, na experiência, aquilo que os santos – como Santa Catarina de Sena – dizia: “O Senhor insaciavelmente me sacia!”. Isto porque os santos descobriram que no tempo a experiência de fé no Senhor precisa ser constante, ou seja, até a eternidade.
É o mesmo que dizer: “Conversão é e será para toda a vida!” Que bom, que graça! Que responsabilidade marcada pelo temor: “Vou mostrar-vos a quem deveis temer: temei aquele que, depois de tirar a vida, tem o poder de lançar-vos no inferno” (Lc 12,4). Mas motivada pelo amor, daquele que encontrou o Deus Verdadeiro, o qual nos conhece profundamente, valoriza as nossas escolhas e não nos quer amedrontar mas, na certeza de fé, afirmar que somos amados.
N’Ele encontramos o nosso real valor: “Até mesmo os cabelos de vossa cabeça estão todos contados. Não tenhais medo! Vós valeis mais do que muitos pardais” (v. 7). Portanto, o Ano da Fé precisa ser para nós – Igreja Católica – uma ótima oportunidade de testemunhar aos corações sedentos, a fonte única capaz de corresponder à sede de Céu presente em todos nós.
Tempo de testemunho, alegria e esperança, confiança e empenho: “com perseverança ao combate proposto, com o olhar fixo no autor e consumador de nossa fé, Jesus” (Heb 12,2).
Feliz Ano da Fé!
Padre Fernando Santamaria