quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Santo do Dia

                                                                São Liberato de Loro                                                               
Liberato nasceu na pequena Loro Piceno, província de Macerata, na Itália. Pertencia à nobre família Brunforte, senhores de muitas terras e muito poder. Mas o jovem Liberato, ouvindo o chamado de Deus e por sua grande devoção à Virgem Maria, abandonou toda riqueza e conforto para seguir a vida religiosa.

Renunciou às terras e ao título de senhor de Loro Piceno, que havia herdado de seu tio, em favor de seu irmão Gualtério, e foi viver no Convento de Rocabruna, em Urbino. Ordenado sacerdote e desejando consagrar sua vida à penitência e às orações contemplativas, retirou-se ao pequeno e ermo Convento de Sofiano, não distante do castelo de Brunforte. Lá, vestiu o hábito da Ordem dos Frades Menores de São Francisco, onde sua vida de virtudes valeu-lhe a fama de santidade.

Em "Florzinhas de são Francisco", encontramos o seguinte relato sobre ele:
No Convento de Sofiano, o frade Liberato de Loro Piceno vivia em plena comunhão com Deus. Ele possuía um elevado dom de contemplação e durante as orações chegava a elevar-se do chão. Por onde andava, os pássaros o acompanhavam, posando nos seus braços, cabeça e ombros, cantando alegremente. Amigo da solidão, raramente falava, mas, quando perguntado, demonstrava a sabedoria dos anjos. Vivia alegre, entregue ao trabalho, à penitência e à oração contemplativa. Os demais irmãos dedicavam-lhe grande consideração.

Quando atingiu a idade de quarenta e cinco anos, sua virtuosa vida chegou ao fim. Caiu gravemente enfermo, ficando entre a vida e a morte. Não conseguia beber nada; por outro lado, recusava-se a receber tratamento com medicina terrena, confiando somente no médico celestial, Jesus Cristo, e na sua abençoada Mãe. Ela milagrosamente o visitou e consolou, quando estava, em oração, preparando-se para a morte. Acompanhada de três santas virgens e com uma grande multidão de anjos, aproximou-se de sua cama. Ao vê-la, ele experimentou grande consolo e alegria de alma e de corpo, e suplicou-lhe, em nome de Jesus, que o levasse para a vida eterna, se tivesse tal merecimento.

Chamando-o por seu nome, a Virgem Maria respondeu: "Não temas, filho, que tua oração foi ouvida, e eu vim para confortar-te antes de tua partida desta vida". Assim frei Liberato ingressou na vida eterna, numa data incerta do século XIII.

No século XV, o culto a Liberto de Loro era tão vigoroso que nas terras dos Brunforte recebeu autorização para ser chamado são Liberato. Até o novo convento, construído, por ocasião da sua morte, ao lado do antigo de Sofiano. E construíram, também, uma igreja para conservar as suas relíquias, atualmente Santuário de São Liberato. Porém só no século XIX, após um complicado e atrapalhado processo de canonização, é que o seu culto foi reconhecido pelo papa Pio IX, que lhe deu a autorização canônica para ser chamado santo. A festa de são Liberato de Loro foi mantida na data tradicional de 6 de setembro, quando suas relíquias foram solenemente transferidas para o altar maior do atual Santuário de São Liberato, na sua terra natal.

Evangelho do Dia


Evangelho (Lucas 5,1-11)

Quinta-Feira, 6 de Setembro de 2012
22ª Semana Comum

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.

Naqueles tempo, 1Jesus estava na margem do lago de Genesaré, e a multidão apertava-se a seu redor para ouvir a palavra de Deus. 2Jesus viu duas barcas paradas na margem do lago. Os pescadores haviam desembarcado e lavavam as redes. 3Subindo numa das barcas, que era de Simão, pediu que se afastasse um pouco da margem. Depois sentou-se e, da barca, ensinava as multidões.
4Quando acabou de falar, disse a Simão: “Avança para águas mais profundas, e lançai vossas redes para a pesca”. 5Simão respondeu: “Mestre, nós trabalhamos a noite inteira e nada pescamos. Mas, em atenção à tua palavra, vou lançar as redes”. 6Assim fizeram, e apanharam tamanha quantidade de peixes que as redes se rompiam. 7Então fizeram sinal aos companheiros da outra barca, para que viessem ajudá-los. Eles vieram, e encheram as duas barcas, a ponto de quase afundarem.
8Ao ver aquilo, Simão Pedro atirou-se aos pés de Jesus, dizendo: “Senhor, afasta-te de mim, porque sou um pecador!” 9É que o espanto se apoderara de Simão e de todos os seus companheiros, por causa da pesca que acabavam de fazer. 10Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram sócios de Simão, também ficaram espantados. Jesus, porém, disse a Simão: “Não tenhas medo! De hoje em diante tu serás pescador de homens”. 11Então levaram as barcas para a margem, deixaram tudo e seguiram a Jesus.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor. 
Comentário 
Depois de Jesus ter expulsado o demônio e ter curado a sogra de Simão, hoje O vemos no mar da Galileia, como um pescador; não de peixes, mas sim de homens. Subindo na barca, Ele pede que se avance para o lugar mais profundo.
Frisemos que o barco era de Simão. Não sem uma razão misteriosa, é da barca dele que Jesus ensinou o povo. Ela é figura da Igreja. Jesus sempre ensinará ao mundo que reconhece Pedro como chefe visível da Igreja de Cristo. Onde está Pedro, o Papa, aí está a Igreja.
E não só isso. Também podemos ver a opção de Jesus em duplo sentido: o sentido apologético, de manifestar a divindade de Jesus; e o sentido simbólico, que consiste em  indicar qual seria a missão de Pedro, dos apóstolos e de toda a Igreja em geral: missão de serem pescadores de homens para a fé cristã, usando a rede do Evangelho.
Por ter se dirigido a Pedro, por ter escolhido a barca desse apóstolo, por tê-lo mandado mais para o alto-mar e lançar suas redes, Jesus demonstra o especial papel de Pedro, o qual receberá o primado sobre os apóstolos e fiéis. Ainda, como a pesca foi realizada por intervenção de Deus e não pela habilidade dos pescadores, toda vez que se pescar um homem para o Reino de Deus, será sempre obra da graça usando a colaboração do apóstolo.
O peixe tornou-se símbolo dos primeiros cristãos, porque, nas águas do batismo, eles nascem para a fé, e nela – vivendo – se salvam.
Para Pedro, Jesus era o seu Mestre. Mas, diante da pesca milagrosa que não se explica por causas naturais, o apóstolo descobre que Jesus não é um simples mestre ou profeta comum. Já o vê como seu “Senhor”, nome reservado exclusivamente a Deus. Foi um grande passo na descoberta da verdadeira identidade de Jesus. A admiração atrai Pedro ao Mestre; a consciência de seu estado de pecador O afasta dele.
Diante do milagre presenciado, a fé de Simão começou a se tornar uma rocha = pedra. Basta ver que Pedro começou a chamar Jesus de “Senhor” e não só de “Mestre”. Pela fé, Simão é transformado em rochedo, e já se põe o fundamento para a sua vocação em “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei minha Igreja” (Mt 16,18) e em “Tu, por tua vez, confirma teus irmãos” (Lc 22,32).
O homem, sozinho em suas tarefas, fadiga-se em vão: “Se o Senhor não edificar a casa, em vão labutam seus construtores” (SI 127). Mas se acolher, com boa disposição, a Palavra inspirada, receberá abundante ajuda da mão de Deus.
Quanto mais alguém se aproxima do Pai, tanto mais cresce nele a humildade, esse sentimento de sua pequenez, de seu nada e de seus pecados. Quanto mais distante de Deus alguém vive, tanto menos reconhecerá os próprios erros e limitações. Pedro, tão favorecido pela bondade divina, não pensa senão em sua própria insuficiência e condição de pecador que não merece tanta bondade. Então, exclama: “Senhor, afaste-se de mim, pois eu sou um pecador!” Mas Jesus, apesar de reconhecer a fraqueza de Simão, confirma-o na vocação dizendo: “Não tenha medo! De agora em diante você vai pescar gente”.
É isso o que Jesus faz com você aqui e agora. Não tenha medo! Ele conhece a sua fraqueza, os seus problemas, mas quer vê-lo pescador de homens, restaurador das famílias, libertador dos cativos, acolhedor dos excluídos e abandonados. Enfim, a dar vida em abundância! Portanto, seja firme e não tenha medo!
Padre Bantu Mendonça