terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Ser Cristão




             Ao longo de toda a história da Igreja muitas tribulações apareceram pelo caminho e ainda hoje continuam a aparecer pelas estradas da vida e continuarão até a vinda gloriosa de Nosso Senhor Jesus Cristo, na qual creio firmemente. A cada época Deus prepara, com precariedades e facilidades, um caminho pelo qual seu povo deve trilhar e aprender de seu amor. Já nos situamos no século XXI. E uma indagação é muito pertinente: ainda é interessante ser cristão? Ou será que isso não tem mais sentido?
            Nossos tempos têm obstáculos bem peculiares ao Cristianismo. Vivemos em uma sociedade altamente marcada pelo relativismo, pelo consumismo, pelo hedonismo, pelo egoísmo, pela fugacidade, por um sentimento anti-cristão e anti-católico. Nessa realidade estão inseridos os cristãos que por meio de seu testemunho de vida devem ser sal e luz para o mundo (cf. Mt 5, 13-16). Os cristãos devem iluminar a cultura, a sociedade, o trabalho, a vida. Mas como ser cristão nessa realidade? Certamente o testemunho de vida é a melhor maneira de comunicar a esse mundo a beleza, a vitalidade e a grandeza do ser cristão. E em que consiste esse testemunho? Consiste na vivência do Evangelho, na participação ativa da vida sacramental da Igreja, na vida de oração, no zelo e amor pela sã doutrina, na prática da caridade. A única maneira de mostrar a esse mundo que ser cristão vale a pena é o amor!
            No entanto, não é tão simples o quanto parecer dar testemunho de Jesus. Muitas vezes temos vergonha, medo, dúvidas. O mundo nos ameaça, nos pressiona, quer nos calar. Como somos demasiado fracos, facilmente cedemos às pressões mundanas. Falta-nos fibra, coragem, destemor. Falta-nos a audácia que tiveram os Santos Apóstolos no Cenáculo no dia de Pentecostes (cf. At 2). Penso que a receita para vencermos as dificuldades dessa vida não pode ser outra coisa senão uma fé sólida e coerente irrigada pela oração profunda e fervorosa. Temos que ter consciência que somos limitados, dependentes de Deus. Precisamos permitir que a vontade do Pai seja realizada em nós.          
Muitas dificuldades encontram aqueles que se decidem por Cristo, mas de igual maneira muitas graças divinas alcançam! Fidelidade. Essa palavra sintetiza nossa atitude diante desse mundo. Fidelidade a Cristo, fidelidade à Igreja, fidelidade ao Evangelho. É necessário que enxerguemos além desse mundo para darmos sentido à nossa fidelidade. Se enxergarmos o horizonte da vida eterna então certamente nós compreenderemos a importância de participar do Banquete Eucarístico cotidianamente, de adorar o Santíssimo Sacramento, de meditar a Sagrada Escritura, de meditar a Via Crucis, de rezar o Santo Terço, de ajudar os que precisam, de se sacrificar pelo outro, de viver na fraternidade, de viver na verdade, de viver na sinceridade e na fidelidade, de ter uma vida cristã.
            A vida cristã é um caminho que precisa ser percorrido dia após dia. Nesse caminho precisamos amadurecer e crescer espiritualmente. Devemos nos permitir atrair por Deus e deixar que Ele faça em nós uma obra de salvação. Que Deus, por meio da Santíssima Virgem Maria, nos ajude em nossos propósitos e nos fortaleça em nossas fraquezas.

Seminarista Felipe Costa Silva

Santo do Dia


Santa Genoveva

3 de Janeiro

Santa GenovevaSanta Genoveva nasceu em Nanterre, próximo de Paris, na França, no ano de 422, dentro de uma família muito simples. Desde cedo, ela foi discernindo o chamado de Deus a seu respeito. Quando tinha apenas 8 anos, um bispo chamdo Dom Jermano estava indo da França para a Inglaterra em missão. Passou por Nanterre para uma celebração e, ao dar a bênção para o povo, teve um discernimento no Espírito Santo e chamou aquela menina de oito anos para a vida consagrada. A resposta dela foi de que não pensava em outra coisa desde pequenina.

Santa Genoveva queria ser totalmente do Senhor. Não demorou muito tempo, ela fez um voto a Deus para viver a virgindade consagrada. Com o falecimento dos pais, dirigiu-se a Paris para morar na casa de uma madrinha. Ali, vida de oração, penitência de oferta a Deus para a salvação das almas. Então, ela foi ficando conhecida pelo seu ardor, pelo seu amor e pelo desejo de testemunhar Jesus Cristo a todos os corações.

Incompreendida pelas pessoas, ela chegou ao ponto de de ser defendida pelo mesmo Bispo que a chamou para a vida de consagração. Em Paris, ela ficou gravemente enferma; na doença, na dificuldade, chegou a ficar 3 dias em coma. Mas, em tudo, entregava-se à vontade de Deus. E o seu coração ia se dilatando e acolhendo a realidade de tantos. Uma mulher de verdade.

Por causa da invasão do Hunos em várias regiões, chegou, em Paris, uma história que estava amedrontando toda gente: os Hunos estava chegando para invadir e destruir a capital. Não era verdade e ela o soube. Então, fez questão de falar a verdade para o povo. Eles a perseguiram e quiseram queimá-la como feiticeira. Mas a sua fidelidade a Deus sempre foi a melhor resposta.

Numa outra ocasião, de fato, os Hunos estavam para invadir e destruir Paris. Santa Genoveva chamou o povo para a oração e penitência; e não aconteceu aquela invasão. A sua fama de santidade e sua humildade para comunicar Cristo Jesus iam cada vez mais longe. Santa Genoveva ia ao encontro de povos, e a influência que tinha era para socorrer os doentes, os famintos, uma mulher de caridade, uma santa. Quantas jovens puderam ser despertadas para uma vocação de vigindade consagrada a partir do testemunho de santa Genoveva! Ela faleceu com quase 90 anos.

Santa Genoveva, rogai por nós!

Evangelho do Dia


Evangelho (João 1,29-34)






— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.

29No dia seguinte, João viu Jesus aproximar-se dele e disse: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. 30Dele é que eu disse: Depois de mim vem um homem que passou à minha frente, porque existia antes de mim. 31Também eu não o conhecia, mas se eu vim batizar com água, foi para que ele fosse manifestado a Israel”.
32E João deu testemunho, dizendo: “Eu vi o Espírito descer, como uma pomba do céu, e permanecer sobre ele. 33Também eu não o conhecia, mas aquele que me enviou a batizar com água me disse: ‘Aquele sobre quem vires o Espírito descer e permanecer, este é quem batiza com o Espírito Santo’. 34Eu vi e dou testemunho: Este é o Filho de Deus!”


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Comentário
O amor de Deus marcou para sempre nossas vidas. Ele nos tirou das trevas e nos fez enxergar a luz da eternidade. Não há mais razão para ficarmos tristes ou vivermos amargurados se Deus está conosco e no meio de nós. Grande significado tem para nós, hoje, o dedo indicador de João: Eis o Cordeiro de Deus, Aquele que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29).
“Cordeiro de Deus” em latim é Agnus Dei, uma expressão utilizada pela religião cristã para se referir a Jesus Cristo, identificado-O como o Salvador da humanidade, ao ter sido sacrificado em resgate pelo pecado original. Na arte e na simbologia icônica cristã, é frequentemente representado por um cordeiro com uma cruz. A expressão aparece no Novo Testamento, principalmente no Evangelho de hoje, no qual João Batista diz de Jesus:“Eis o Cordeiro de Deus, Aquele que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29).
Os hebreus tinham o costume de matar um cordeiro em sacrifício a Deus para a remissão dos pecados. O sacrifício de animais era frequente entre vários grupos étnicos, em várias partes do mundo. Na Bíblia é referido, por exemplo, o caso de Abraão que, para provar a sua fé em Deus, teria de sacrificar o seu único filho, imolando-o e queimando-o numa pira de lenha, como era costume para os sacrifícios de animais. O relato bíblico narra, contudo, que Deus não permitiu tal execução. A morte de Jesus Cristo, o Filho unigênito de Deus, tornaria esses sacrifícios desnecessários, já que sendo considerado perfeito, não tendo pecado e tendo nascido de uma Virgem por graça do Espírito Santo, semelhante a Adão antes do pecado original, seria o sacrifício supremo, interpretado como o maior ato de amor de Deus para a humanidade.
João Batista tem uma atuação fundamental no projeto de Deus realizado em Jesus. O batismo de João tinha características originais e sua proclamação foi tão marcante a ponto de torná-lo conhecido como “o Batista”. Enquanto as abluções de purificação com água, tradicionais entre os judeus, eram repetidas com frequência, o mergulho nas águas do batismo, com João, era feito uma única vez e tinha o sentido de sinalizar uma mudança de vida para um compromisso perene com a prática da justiça, visando o fortalecimento da vida.
Jesus assume a proclamação de João dando-lhe um novo sentido de atualidade e eternidade, identificando-a com o projeto de Deus de conferir vida plena e eterna à humanidade. O Espírito sobre Jesus é a confirmação de Sua divindade e da divinização de toda a humanidade n’Ele assumida em todos seus valores e em toda sua dignidade. A presença de Jesus, Filho de Deus, entre nós renova a nossa vida e nos impele ao empenho na construção do mundo novo possível de justiça e paz.
Interpelado estou eu e está você também a ser este dedo a apontar para Jesus nos nossos dias. Hoje e agora, eu e você devemos ser a voz que clama e o dedo que aponta para Jesus, o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
Padre Bantu Mendonça