quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Evangelho do Dia

Evangelho (João 2,1-11)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós!
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 1houve um casamento em Caná da Galileia. A mãe de Jesus estava presente. 2Também Jesus e seus discípulos tinham sido convidados para o casamento.3Como o vinho veio a faltar, a mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm mais vinho”.
4Jesus respondeu-lhe: “Mulher, por que dizes isto a mim? Minha hora ainda não chegou”.
5Sua mãe disse aos que estavam servindo: “Fazei o que ele vos disser”.
6Estavam seis talhas de pedra colocadas aí para a purificação que os judeus costumam fazer. Em cada uma delas cabiam mais ou menos cem litros.
7Jesus disse aos que estavam servindo: “Enchei as talhas de água”. Encheram-nas até a boca. 8Jesus disse: “Agora tirai e levai ao mestre-sala”. E eles levaram. 9O mestre-sala experimentou a água que se tinha transformado em vinho. Ele não sabia de onde vinha, mas os que estavam servindo sabiam, pois eram eles que tinham tirado a água.
10O mestre-sala chamou então o noivo e lhe disse: “Todo mundo serve primeiro o vinho melhor e, quando os convidados já estão embriagados, serve o vinho menos bom. Mas tu guardaste o vinho melhor até agora!”
11Este foi o início dos sinais de Jesus. Ele o realizou em Caná da Galileia e manifestou a sua glória, e seus discípulos creram nele.


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Breve comentário
No Evangelho de João temos uma simbologia abrangente do início da vida humana, o berço e o núcleo tanto da Igreja quanto de toda e qualquer sociedade humana. Por se tratar do princípio da vida, Jesus faz questão de neste princípio marcar ou inaugurar seu ministério. Nele encontramos algo extraordinariamente novo, que extrapola as expectativas e observâncias do Judaísmo. Na tradição profética, a Aliança de Deus com seu povo é apresentada como núpcias.
Nesta narrativa de João, a festa de núpcias não oferece vinho suficiente. Por quê? Precisamente por se tratar de uma bebida passageira.
Assim sendo – e havendo seis talhas de pedra vazias e destinadas às purificações rituais dos judeus, – Jesus pede que encham as talhas com água. O ensino que tiramos deste texto é que água de purificação não é solução. É preciso transformá-la. A atual prática do Judaísmo deixa a desejar. Mas é preciso termos em conta a intervenção de Maria. A mãe de Jesus que, tendo percebido o problema, não olha pelos lados para ver de quem era a responsabilidade em arranjar ou proporcionar a alegria da festa.
Com seu simbolismo, João não pretende realçar a relação amorosa “mãe-filho”, mas sim a relação de maternidade entre Maria e a humanidade. Ao que Jesus responde: “Não é preciso que a senhora diga o que eu devo fazer. Ainda não chegou a minha hora”. Jesus referia-se neste momento a hora de sua glorificação na cruz, que consagra uma vida toda dedicada à renovação do mundo pelo amor, até o fim, sem temer a morte.
Apesar de não ter chegado a sua hora, Jesus faz como que um prelúdio, uma sinalização de sua “hora”, e associa a água – fonte da vida – ao vinho, fonte de alegria. O amor de Jesus liberta da Lei e gera vida e alegria.
E então, retomando o tema da família que através das bodas nupciais se edificam como sendo – parafraseando o Concílio Vaticano II – o “santuário da vida” e a célula da Igreja e da sociedade, vemos que a família é a primeira escola, a primeira experiência social e eclesial, ninho de amor onde se edificam pessoas – a começar pelos pais.
Jesus atende aos apelos de sua mãe e faz algo extraordinário: “Todos costumam servir primeiro o vinho bom e, depois que os convidados já beberam muito, servem o vinho comum. Mas você guardou até agora o melhor vinho”.
Falar de casamento num mundo como o nosso – onde existe a filosofia do “ficar”, na qual homens e mulheres têm medo de compromissos definitivos – é difícil, mas não impossível.
No texto de hoje, João nos diz que o casamento é uma prova de que é possível casar-se para sempre quando o mistério de Deus envolve toda a vida e preparação dos noivos. Sobretudo, quando está presente Maria que intercede junto a seu Filho Jesus pelos jovens e famílias já constituídas. Este Evangelho deixa bem claro que os principais convidados deste casamento são Jesus, Maria e seus discípulos.
Para você que é jovem e quer casar ou já está casado, quero lembrar que poderá enfrentar dificuldades e situações adversas, mas quando o amor é construído de dentro para fora e quando os dois entendem a missão e a responsabilidade do que estão fazendo, com Deus tudo fica mais fácil.
“Mais fácil” porque você tem consciência desta escolha que envolve renúncia, capacidade para esquecer de si próprio por amor ao outro e o grande propósito em fazer ao cônjuge feliz. A missão da esposa é fazer feliz o esposo e a missão do esposo é fazer feliz a esposa. É proporcionar o melhor vinho um ao outro. Através da sua oração você colocará o seu esposo ou esposa, noivo ou noiva, namorado ou namorada no céu. Em outras palavras, que a santidade da sua vida santifique a do outro!
A santidade, julgo eu, é o melhor vinho que nunca deve faltar dentro de um lar. E isto é fruto de uma intimidade profunda com o Espírito Santo, o dispensador das graças de Deus doado gratuitamente pelo Pai através de Jesus Cristo por intercessão de Maria Santíssima, nossa Mãe e Mãe da Igreja: “Filho, eles não têm mais vinho”.
Assim, quero hoje sugerir a você: dirija sua súplica a Jesus por meio de Maria. Que vinho tem faltado na sua casa? Que tipo de vinho você necessita hoje? Falta compreensão, perdão, paciência, fidelidade e, principalmente, amor? Lembro que a garantia da sua felicidade vem da confiança, da esperança e da fé em Jesus Cristo, Filho de Deus e de Maria, a minha e a sua Mãe.
Padre Bantu Mendonça

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