quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Evangelho do Dia

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 5“Se um de vós tiver um amigo e for procurá-lo à meia-noite e lhe disser: ‘Amigo, empresta-me três pães, 6porque um amigo meu chegou de viagem e nada tenho para lhe oferecer’, 7e se o outro responder lá de dentro: ‘Não me incomodes! Já tranquei a porta, e meus filhos e eu já estamos deitados; não me posso levantar para te dar os pães’; 8eu vos declaro: mesmo que o outro não se levante para dá-los porque é seu amigo, vai levantar-se ao menos por causa da impertinência dele e lhe dará quanto for necessário. 9Portanto, eu vos digo: pedi e recebereis; procurai e encontrareis; batei e vos será aberto. 10Pois quem pede recebe; quem procura encontra; e, para quem bate, se abrirá.
11Será que algum de vós que é pai, se o filho pedir um peixe, lhe dará uma cobra? 12Ou ainda, se pedir um ovo, lhe dará um escorpião? 13Ora, se vós que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do céu dará o Espírito Santo aos que o pedirem!”

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Breve comentário


No Evangelho de ontem, Jesus responde ao pedido: “Senhor, ensina-nos a orar”, instruindo seus discípulos sobre os elementos da oração apropriada através do modelo de oração que Ele lhes dá. Hoje, Jesus dá ênfase à importância da fé na oração feita com persistência, conforme aparece claramente na parábola do amigo à meia-noite.
Nesta parábola, um homem é surpreendido na calada da noite por um hóspede inesperado e está embaraçado por não ter nada para alimentá-lo. Para cumprir esta exigência da hospitalidade do Oriente Médio, ele vai ao seu amigo vizinho, à meia-noite, pedindo três pães. A resposta é abrupta e insensível: “Não me importunes; a porta já está fechada e os meus filhos comigo também já estão deitados. Não posso levantar-me para tos dar”.
A reação do suplicante, contudo, é insistir sem se acanhar até que seu “amigo” veja que há menos inconveniência em honrar o pedido do que continuar uma discussão a essa hora da noite. A moral da história, indicada no versículo oito, é que a “persistência” ou a “falta de acanhamento” do hospedeiro embaraçado atingiu seu objetivo numa situação em que os laços de amizade e afinidade mostraram-se ineficazes. Portanto, a aplicação da parábola é para encorajar a persistência e a fé esperançosa na oração.
“Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e a quem bate, abrir-se-lhe-á”.
É importante reconhecer que esta parábola é simplesmente ilustrativa – e não simbólica – pois Deus não é certamente um amigo insensível e de má vontade. Ele não nos vê como vizinhos importunos, desavergonhados. O argumento, então, raciocina do menor para o maior, do pior para o melhor. Se verdadeiramente somos amados de Deus – em vez de desprezados – e se Ele está ansioso, antes que hesitante para ouvir nossos pedidos, por que a fidelidade na oração não produziria não somente um ouvido atento, mas uma boa vontade em dar tudo o que pedimos que for consistente com sua sabedoria divina?
Jesus completa suas instruções em Lucas 11 sobre a fidelidade na oração, indo além da certeza de que Deus ouve a oração de seus filhos. Enquanto há, certamente, exemplos de abusos cometidos contra crianças em volta de nós, a maioria das pessoas, não importa se são más, não dão intencionalmente aos seus filhos presentes perigosos. “Se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem!”
Novamente o argumento é feito contrastando o pior com o melhor. Se podemos confiar nos humanos para fazerem a coisa certa pela razão errada ou por causa da “afeição natural” por seus filhos, não podemos ser absolutamente confiantes em que Deus, que é mais do que apenas um amigo e pai, tanto ouvirá como dará suas melhores dádivas (seu Filho e a influência de seu Espírito) àqueles que lhe imploram persistente e fielmente?
Esta mensagem de Lucas 11 deve fazer do seu coração o lugar da acolhida ao projeto de Deus em sua vida. Com fé, esperança e confiança, bata à porta, suplique, chore apresentando todas suas preocupações. Tenho plena certeza de que o Todo-Poderoso ouvirá, atenderá e responderá abundantemente de acordo com o tamanho da nossa oração. O desafio se chama: persistência, disciplina e fidelidade na oração. Portanto, como disse Paulo aos novos convertidos de Tessalônica, também eu digo a você: “Reze sem cessar!” Ou seja: não pare de rezar.
Padre Bantu Mendonça

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