sexta-feira, 23 de março de 2012

Salmo

Santo do Dia

São Turíbio de Mongrovejo

Turíbio Alfonso de Mongrovejo nasceu na cidade de Majorca de Campos, Leon, na Espanha, em 1538, no seio de uma família nobre e rica. Estudou em Valadolid, Salamanca e Santiago de Compostela, licenciado em direito e foi membro da Inquisição. Sua vida era pautada pela honestidade e lisura, mas, jamais poderia suspeitar que Deus o chamaria para um grande ministério. Quando então foi nomeado Arcebispo para a América espanhola, pelo Papa Gregório XIII, atendendo um pedido do rei Felipe II, da Espanha, que tinha muita estima por Turíbio. 

O mais curioso é que ele teve de receber uma a uma todas as ordens de uma só vez até finalizar com a do sacerdócio, para em 1580, ser consagrado Arcebispo da Cidade dos Reis, chamada depois Lima, atual capital do Peru, aos quarenta anos de idade. Isso ocorreu porque apesar de ser tonsurado, isto é, ter o cabelo cortado como os padres, ainda não pertencia ao clero. E, foi assim que surgiu um dos maiores apóstolos da Igreja, muitas vezes comparado a Santo Ambrósio. 

Chegando à América espanhola em 1581, ficou espantado com a miséria espiritual e material em que viviam os índios. Aprendeu sua língua e passou a defendê-los contra os colonizadores, que os exploravam e maltratavam. Era venerado pelos fiéis e considerado um defensor enérgico da justiça, diante dos opressores. 

Apoiado pela população, organizou as comunidades de sua diocese e depois reuniu assembléias e sínodos, convocando todos os habitantes para a evangelização. Sob sua direção, foram realizados dez concílios diocesanos e os três provinciais que formaram a estrutura legal da Igreja da América espanhola até o século XX. Inclusive, o Sínodo Provincial de Lima, em 1582, foi comparado ao célebre Concílio de Trento. Conta-se que neste sínodo, com fina ironia, Turíbio desafiou os espanhóis, que se consideravam tão inteligentes, a aprenderem uma nova língua, a dos índios. 

Quando enviou um relatório ao rei Felipe II, em 1594, dava conta de que havia percorrido quinze mil quilômetros e administrado o sacramento da crisma a sessenta mil fiéis. Aliás, teve o privilégio e a graça de crismar três peruanos, que depois se tornaram santos da Igreja: Rosa de Lima, Francisco Solano e Martinho de Porres. 

Turíbio fundou o primeiro seminário das Américas e pouco antes de morrer doou suas roupas, inclusive as do próprio corpo, aos pobres e aos que o serviram, gesto, que revelou o conteúdo de toda sua vida. Faleceu no dia 23 de março de 1606, na pequena cidade de Sanã, Peru. Foi canonizado em 1726, pelo Papa Bento XIII, que declarou São Turíbio de Mongrovejo "apóstolo e padroeiro do Peru", para ser celebrado no dia do seu trânsito.

Evangelho do Dia


 

Evangelho  (João 7,1-2.10.25-30) 

Sexta-Feira, 23 de Março de 2012
4ª Semana da Quaresma



— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 1Jesus andava percorrendo a Galileia. Evitava andar pela Judeia, porque os judeus procuravam matá-lo. 2Entretanto, aproximava-se a festa judaica das Tendas.10Quando seus irmãos já tinham subido, então também ele subiu para a festa, não publicamente mas sim como que às escondidas.
25Alguns habitantes de Jerusalém disseram então: “Não é este a quem procuram matar?26Eis que fala em público e nada lhe dizem. Será que, na verdade, as autoridades reconheceram que ele é o Messias? 27Mas este, nós sabemos donde é. O Cristo, quando vier, ninguém saberá donde ele é”.
28Em alta voz, Jesus ensinava no Templo, dizendo: “Vós me conheceis e sabeis de onde sou; eu não vim por mim mesmo, mas o que me enviou é fidedigno. A esse, não o conheceis, 29mas eu o conheço, porque venho da parte dele, e ele foi quem me enviou”.
30Então, queriam prendê-lo, mas ninguém pôs a mão nele, porque ainda não tinha chegado a sua hora.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Comentário
No Evangelho de hoje, João nos destaca – diferente do que os sinóticos fazem – o conflito entre Jesus e os judeus, pois, nos Evangelhos sinóticos, o Senhor restringiu-se aos dirigentes, fariseus, escribas e sacerdotes. Mas isso por que este Evangelho tem como base a comunidade cristã samaritana? Talvez sim, talvez não. Estamos diante da expressão do tradicional conflito entre Israel (reino do norte) e Judá (reino davídico do sul). O messias esperado pelo Judaísmo seria um líder que conquistaria a liberdade nacional dos judeus e imporia ao mundo sua religião. Portanto, tratar-se-ia de uma salvação que atingiria todos os homens e mulheres do mundo inteiro, já que os destinatários da salvação o rejeitaram.
A atividade de Jesus denuncia o agir perverso da sociedade e, por isso, provoca ódio. Seus parentes pensam no sucesso, as autoridades O procuram, pois  vêem n’Ele um perigo. E o povo expressa opinião diversa a respeito do Senhor: uns julgam-nO a partir das obras que Ele realiza; outros, a partir de leis e estruturas estabelecidas. Assim, a presença de Jesus é sinal de contradição que vai revelando a face das pessoas.
Os chefes religiosos do Templo e das sinagogas rejeitavam o messianismo de Jesus e procuravam-nO para prendê-Lo e matá-Lo, pois para eles Jesus era uma ameaça. No meio do povo, a divisão continuava e o tema da discussão era a origem do tal Messias. Uns não aceitavam Jesus, baseados numa tradição teórica sobre a origem do verdadeiro redentor; outros – que já são muitos – acreditavam que Ele era o Redentor, porque prestavam atenção às Suas práticas redentoras e viam nisso um sinal da presença de Deus.
Jesus, descartando qualquer aspiração ao poder, revela-se como o enviado que comunica a verdadeira vinda de Seu Pai. Desafiando-os diz: “Será que vocês me conhecem mesmo e sabem de onde eu sou? Eu não vim por minha própria conta. Aquele que me enviou é verdadeiro, porém vocês não O conhecem. Mas eu O conheço, porque venho d’Ele e fui mandado por Ele”.
Assim, Jesus mostra o verdadeiro critério para que reconheçamos o Salvador. Não é o lugar de Sua origem, mas o fato d’Ele ser o enviado de Deus, cuja atividade deve ser reconhecida pelas obras que faz.
Depois de tudo o que você leu e tocou sobre o Verbo Divino feito homem para a nossa salvação, quais critérios você estabelece para reconhecer Jesus?
“Pai, ajude-nos a acolher, sem preconceitos, a revelação de Jesus, pois Sua identidade messiânica de Filho de Deus transparece nas Palavras e nos sinais que Ele realizou.
Padre Bantu Mendonça

quinta-feira, 22 de março de 2012

Salmo

Santo do Dia

Santa Léia

Pouco se conhece sobre a vida de Léia, uma rica romana que quando ficou viúva, ainda jovem, recusou um novo casamento, como era o costume da época, para se juntar à Marcela, abadessa de uma comunidade, criada em sua própria residência em Aventino, Roma. O local, depois se tornou um dos mosteiros fundados e dirigidos por Jerônimo, que se tornou santo, doutor da Igreja e bispo de Hipona, na África do Norte, e que viveu também nesse período, na cidade eterna. 

Léia recusara ninguém menos que Vécio Agorio Pretestato, cônsul romano designado prefeito da Urbe, que lhe proporcionaria uma vida ainda mais luxuosa, pelo prestigio e privilégios que envolviam aquele cargo. Teria uma vila inteira como moradia e incontáveis criados para atendê-la. Entretanto, Léia preferiu viver numa cela pequena, fria e escura, com simplicidade e dedicada à oração, à caridade e à penitência. 

A jovem abandonou os finos vestidos para usar uma roupa tosca de saco rude e fazia questão de realizar as tarefas mais humildes, assumindo uma atitude de escrava para as outras religiosas. Passava noites inteiras em oração e quando fazia obras beneméritas, o fazia escondido, para não chamar a atenção de ninguém e não receber nenhuma recompensa ou reconhecimento pelos seus atos. Por isso, Léia foi eleita Madre superiora, trabalho que exerceu durante o resto de seus dias com alegria, tranqüilidade e a mesma humildade. 

Esses poucos dados sobre Léia estão contidos numa carta escrita pelo bispo Jerônimo, quando soube da sua morte, em 384. Curiosamente, ela morreu em Roma, no mesmo ano em que faleceu Vécio, o consul, rejeitado por ela . 

Na ocasião dessas mortes, Jerônimo já havia se retirado de Roma para viver solitariamente perto de Belém, depois de ter sido caluniado. Retirou-se para um mosteiro e continuou dirigindo o que havia fundado, na residência romana. Na carta, que ele enviou à essas religiosas, fez um paralelo entre as duas mortes, mostrando que antes o riquíssimo cônsul usava as mais finas vestes púrpuras e agora estava envolto em escuridão, enquanto, Léia, antes vestida de rude roupa de saco, agora vivia na luz e na glória, por ter percorrido o caminho da santidade. 

Logo foi venerada pelo povo que trazia Santa Léia, no coração e na memória. Até porque era difícil compreender, mesmo depois de passado tanto tempo, a troca que fizera do posto de primeira dama romana pela de abnegação de monja. Contudo, foi assim que Santa Léia escolheu viver, na entrega total ao Senhor ela encontrou a maneira de alcançar seu lugar ao lado de Deus na eternidade.

Evangelho do Dia


 Evangelho  (João 5,31-47) 

Quinta-Feira, 22 de Março de 2012
4ª Semana da Quaresma



— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus aos judeus: 31“Se eu der testemunho de mim mesmo, meu testemunho não vale. 32Mas há um outro que dá testemunho de mim, e eu sei que o testemunho que ele dá de mim é verdadeiro.
33Vós mandastes mensageiros a João, e ele deu testemunho da verdade. 34Eu, porém, não dependo do testemunho de um ser humano. Mas falo assim para a vossa salvação.35João era uma lâmpada que estava acesa e a brilhar, e vós com prazer vos alegrastes por um tempo com a sua luz.
36Mas eu tenho um testemunho maior que o de João; as obras que o Pai me concedeu realizar. As obras que eu faço dão testemunho de mim, mostrando que o Pai me enviou.37E também o Pai que me enviou dá testemunho a meu favor. Vós nunca ouvistes sua voz, nem vistes sua face, 38e sua palavra não encontrou morada em vós, pois não acreditais naquele que ele enviou.
39Vós examinais as Escrituras, pensando que nelas possuís a vida eterna. No entanto, as Escrituras dão testemunho de mim, 40mas não quereis vir a mim para ter a vida eterna!41Eu não recebo a glória que vem dos homens. 42Mas eu sei que não tendes em vós o amor de Deus. 43Eu vim em nome do meu Pai, e vós não me recebeis. Mas, se um outro viesse em seu próprio nome, a este vós o receberíeis.
44Como podereis acreditar, vós que recebeis glória uns dos outros e não buscais a glória que vem do único Deus? 45Não penseis que eu vos acusarei diante do Pai. Há alguém que vos acusa: Moisés, no qual colocais a vossa esperança. 46Se acreditásseis em Moisés, também acreditaríeis em mim, pois foi a respeito de mim que ele escreveu. 47Mas se não acreditais nos seus escritos, como acreditareis então nas minhas palavras?”

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Comentário
Assim como hoje, havia pessoas que ouviram os ensinamentos de Jesus em Seu tempo. Elas presenciaram os milagres do Senhor, mas ainda tinham dúvidas sobre Ele, apesar de também serem judias.
Ainda hoje, as pessoas não acreditam que Jesus seja, de fato, o Filho de Deus; continuam esperando a primeira vinda do Messias Salvador anunciado pelos profetas do Antigo Testamento. Há também muitos não judeus que não acreditam no Filho de Deus nem em Seu poder. Se você é uma dessas pessoas, Cristo fala diretamente a você no Evangelho de hoje.
O Senhor cita dois profetas famosos e conhecidos de todos em Seu tempo: João Batista e Moisés, ambos vieram anunciar a vinda do Messias. Jesus se apresenta como sendo esse Salvador. Quem não acreditar nesses dois profetas também não acreditará em Jesus.
O maior testemunho de Jesus é o próprio Pai que Lhe enviou. Mas quem de vocês já ouviu a voz de Deus? Ele não fala como nós, mas o faz por meio dos milagres que Seu Filho realizou – e realiza ainda hoje – para quem Lhe pede.
No Evangelho de hoje, Cristo não se dirige aos desentendidos, mas àqueles que “estudam a Bíblia”, embora não acreditem que Ele seja o Filho de Deus. O Senhor afirma categoricamente: “Mas eu sei que não tendes em vós o amor de Deus”, ou seja, quem não consegue enxergar os milagres realizados por Jesus como obras de Deus, é porque tem o coração endurecido, no qual não existe amor. Essa é a pior tristeza que um ser humano pode ter na vida: a falta do amor que vem do Pai.
Há uma “sabedoria de Deus, misteriosa e oculta, que, desde antes dos séculos, Deus antecipadamente nos destinou”. Esta sabedoria é Cristo, Ele é o “poder e a sabedoria divina”.
No Filho, com efeito, “encontram-se escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento”; oculto no mistério, destinado previamente desde antes dos séculos, Ele é o que foi predestinado e prefigurado na Lei e nos profetas. Por isso, estes tinham o nome de “videntes”, pois viam Aquele que estava escondido e era desconhecido dos outros. Também Abraão “viu o seu dia e rejubilou”.
Para Ezequiel, o céu se abriu, enquanto que para o povo pecador permanecia cerrado.“Retirai o véu de cima dos meus olhos, diz Davi, e contemplarei as maravilhas da vossa lei”. Na verdade, a lei é espiritual e, para compreendê-la, é preciso que seja “afastado o véu” e que “a glória de Deus seja contemplada de rosto descoberto”.
O Apocalipse nos mostra um livro fechado com sete selos. Quantos homens, hoje – que se dizem instruídos -, têm nas mãos um livro selado! São incapazes de abri-lo, a menos que seja aberto por “Aquele que tem a chave de Davi; se Ele abrir, ninguém o fechará e, se Ele fechar, ninguém o abrirá”.
No Atos dos Apóstolos, o eunuco lia o profeta Isaías. Contudo, ignorava Aquele que venerava no livro sem O conhecer. Surge Filipe: “mostra-nos o Pai e isto nos basta!”. Jesus Se mostra, então, oculto pela letra: “há tanto tempo que estou convosco e não me conheces? Eu e o Pai somos um”.
Compreenda que você não pode se comprometer com as Sagradas Escrituras sem ter um guia que lhe mostre o caminho. E este guia é a Palavra de Deus. Não espere por outros sinais, porque, em Jesus, você tem tudo o que precisa para ser feliz para sempre. Se ainda há dúvidas, eu lhes mostro o caminho.
Hoje, Jesus bate à sua porta e lhe diz: “Venha e siga-me, pois Eu e o Pai somos um. Venha que lhe mostro o caminho que o conduz à vida eterna”.
Padre Bantu Mendonça