domingo, 18 de março de 2012

Santo do Dia


                                                             São Cirilo de Jerusalém  
Desde o início dos tempos cristãos a heresia se infiltrara na Igreja, mas, foi no século IV, que ocorreram as do arianismo e do nestorianismo causando profundas divisões. Cirilo viveu nesse período em Jerusalém, perto de onde nascera em 315, de pais cristãos e bem situados financeiramente. Muito preparado, desde a infância, nas Sagradas Escrituras e nas matérias humanísticas, em 345, foi ordenado sacerdote.

Em 348, foi consagrado, bispo de Jerusalém. Ocupou o cargo durante aproximadamente trinta e cinco anos, dezesseis dos quais passou no exílio, em três ocasiões diferentes. A primeira porque o bispo Acácio, de grande influencia na Igreja, cuja obra foi citada por São Jerônimo, acusou Cirilo de heresia. A segunda por ordem do imperador Constâncio que entendeu ser Cirílo realmente um simpatizante dos hereges, mas em sua defesa atuaram os bispos, Atanásio e Hilário, ambos Padres da Igreja assim como o próprio bispo Cirilo o é. A terceira, foi a mais longa , porque o imperador Valente, este sim herege, decidiu mandar de volta ao exílio todos os bispos anistiados, fato que fez Cirilo peregrinar durante onze anos, por várias cidades da Ásia, até a morte do soberano, em 378.

O seu trabalho, entretanto resistiu a tudo e chegou até nossos dias e especialmente porque ele sabia ensinar o Evangelho, como poucos. Em sua cidade, logo que se tornou sacerdote e no início do episcopado era o responsável por preparar os catecúmenos, isto é, os adultos que se convertiam e iriam ser batizados. Foi nesse período que escreveu dezoito discursos catequéticos, um sermão, a carta ao imperador Constantino e outros pequenos fragmentos. Treze escritos eram dedicados à exposição geral da doutrina e cinco dedicados ao comentário dos ritos Sacramentais da iniciação cristã . Assim, seus escritos explicam detalhadamente os "como" e os "porquês" de cada oração, do batismo, da crisma, da penitência, dos sacramentos e dos mistérios do Cristianismo, ditos dogmas da Igreja..

Cirilo também soube viver a religião na prática. Numa época de grande carestia, por exemplo, não hesitou em vender valiosos vasos litúrgicos e outras preciosidades eclesiásticas, para matar a fome dos pobres da cidade. Ele morreu no ano 386.

Desde o início de sua vida religiosa, Cirilo cujo caráter era afável e suave, sempre preferiu a catequese aos assuntos polêmicos, chegando quase a se comprometer com os arianos e semi-arianos. Porém, de maneira contundente aderiu à doutrina ortodoxa da Igreja no III Concílio ecumênico de Constantinopla, em 382, no qual ficou clara sua sempre fiel postura à Santa Sé e à Verdade de Cristo. Nessa oportunidade teve em seu favor a eloqüência das vozes dos sinceros bispos e amigos, Atanásio e Hilário, que o chamaram "valente lutador para defender a Igreja dos hereges que negam as verdades de nossa religião".

Sua canonização demorou porque, durante muito tempo, seu pensamento teológico foi considerado vascilante, como dizem os registros. Em 1882, o Papa Leão XIII, na solenidade em que instituiu sua veneração, honrou São Cirilo de Jerusalém, com os títulos de doutor da Igreja e príncipe dos catequistas católicos.

Evangelho do Dia

Evangelho (João 3,14-21)

Domingo, 18 de Março de 2012
4º Domingo da Quaresma

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo João.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: 14“Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado, 15para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna. 16Pois Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna.
17De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele.
18Quem nele crê, não é condenado, mas, quem não crê, já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho unigênito.
19Ora, o julgamento é este: a luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à luz, porque suas ações eram más.
20Quem pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, para que suas ações não sejam denunciadas. 21Mas, quem age conforme a verdade, aproxima-se da luz, para que se manifeste que suas ações são realizadas em Deus.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor. 
 
Comentário
Estamos diante da conclusão do diálogo de Jesus com Nicodemos. O evangelista João – citando a passagem do Antigo Testamento em Números 21,9 – recorre ao simbolismo da serpente de bronze, a qual, pela fé, libertava das mordidas mortais das serpentes do deserto, para aplicá-lo à fé em Jesus pelo qual se tem a vida eterna.
Jesus é a “nova serpente de bronze” que, ao invés de morder e matar, nos traz a cura. Sua “mordida” elimina, de uma vez por todas, as mordidas da serpente que conquistou Adão e Eva, acarretando a morte para toda a humanidade.
Jesus é Aquele que nos atingiu com compaixão, ternura, perdão, misericórdia e o amor de Deus, Seu Pai. O Seu plano é que o pecador se arrependa e possa viver.
Portanto, diria que no Evangelho de hoje – de um diálogo com Nicodemos – Deus quer tocar no mais fundo do nosso ser, do nosso coração. Trata-se aqui de um diálogo que se traduz num convite à conversão. Este diálogo coloca em confronto duas opções: aquele que crê e aquele que não crê. Aquele que pratica o mal e ama as trevas e aquele que pratica a verdade e se aproxima da luz. Cabe a você fazer sua opção.
Neste tempo da Quaresma somos convidados à conversão, a nascer do Espírito, a nascer para a liberdade e para o amor, pois para isto fomos feitos. Pelas obras praticadas em Deus, unimo-nos com Jesus e vivemos com Ele na eternidade, na unidade do Pai e do Espírito.
Talvez você já procurou ajuda em vários lugares, e ainda continua precisando de ajuda. Deus é a única solução para os nossos problemas. Por isso, preste muita atenção ao que lhe digo: Deus tem um plano para você. Deixe-se atingir pelo amor de Deus.
“Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que crêem no seu nome, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus” (Jo 1,12-13). Deus o ama e tem um plano maravilhoso para sua vida: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16).
O homem é pecador e está separado de Deus: “Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm 3,23).
Jesus Cristo é a única solução de Deus para o homem: “E o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1Jo 1,7). Precisamos receber a Jesus Cristo como Senhor e Salvador, por meio de um convite pessoal à conversão: “Eis que estou à porta, e bato: se alguém ouvir minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa” (Ap 3,20). Por isso, não resista! Abra a sua porta e receba a Jesus como o seu Senhor.
A nossa natureza original é a santidade. No entanto, muitas vezes não cuidamos da nossa vida espiritual e, devido à falta de atenção nesta área, somos atacados por uma série de problemas em nossa vida. Saiba que a única solução para os problemas desta vida está em Cristo. Precisamos nascer de novo, nascer de Deus! Para que isto aconteça você precisa receber a Jesus Cristo. Não deixe para depois. O momento é agora!
Declare em voz alta: “Senhor Jesus, eu preciso de Ti. Abro a porta do meu coração e da minha vida. Te recebo como meu Senhor e Salvador. Perdoa meus pecados e escreve meu nome no Livro da Vida. Desejo teu plano na minha vida. Amém”.
Padre Bantu Mendonça

sexta-feira, 16 de março de 2012

Aviso

Hoje como de costume haverá reunião para o Grupo     de Jovens Nova Geração, na casa de catequese, às        19:00hs!                                                                         
Agradecemos sua presença.                                          
                                                                                     
Graça & Paz!                                                                   

Santo do Dia

São Heriberto

Heriberto foi arcebispo de Colônia, na Alemanha, ainda muito moço, pois sua religiosidade brotara ainda na infância. Conta a história que, no dia em que nasceu, em 970, filho de descendentes dos condes de Worms, notou-se uma extraordinária luz pairando sobre a casa de seus pais. O fenômeno teria durado várias horas e marcado para sempre a vida de Heriberto, que caminhou reto para o caminho da santidade. 

Como desde pequeno mostrava vocação para a religião e os estudos, seus pais o entregaram ao convento de Gorze. Ali, Heriberto descobriu para si e para o mundo que era extremamente talentoso, mas decidiu-se pela ordenação sacerdotal, que ocorreu em 995. Com o decorrer do tempo cursou diversas escolas, chegando a ser considerado o homem mais sábio de seu tempo. E foi nesta condição que o imperador Oton III o nomeou chanceler, seu assessor de maior confiança. Sua fama e popularidade cresceram, não só devido à sabedoria, mas também pela humildade e a caridade que praticava com todos. Assim, foi eleito bispo de Colônia, em 999. 

Quando Oton III morreu, o imperador que o sucedeu, Henrique II, também acabou tornando-se admirador de Heriberto, apesar da oposição que lhe fez no início. Uma vez que o bispo Heriberto o consagrou rei sem nenhuma contestação. E por fim o novo rei Henrique II o chamou para ser seu conselheiro. 

Então, a obra caridosa do bispo pôde então continuar. Os registros mostraram que, depois de fundar um hospital para os pobres, Heriberto visitava os doentes todos os dias, cuidando deles pessoalmente. Diz a tradição que, certa vez, houve na cidade uma grande seca, ficando sem chover por meses. O bispo comandou um jejum de três dias e, finalmente, uma procissão de penitência pedindo chuva aos céus. Como nem assim choveu, Heriberto comovido começou a chorar na frente do povo, culpando-se pela seca. Dizia que seus pecados é que impediam Deus de fazer misericórdia. Mas, um fato prodigioso aconteceu nesse momento, imediatamente o céu escureceu e uma forte chuva caiu sobre a cidade, durando alguns dias e pondo fim à estiagem. 

Com fama de santidade ainda em vida, o bispo Heriberto morreu no dia 16 de março de 1021, numa viagem de visita pastoral à cidade de Deutz, onde contraiu uma febre maligna que assolava a população. Suas relíquias estão na catedral dessa cidade, na Colônia, Alemanha. Na igreja que ele mesmo fundou junto com o mosteiro ao lado, que foi entregue aos beneditinos. 

Amado pelos fiéis a peregrinação à sua sepultura difundiu seu culto que se tornou vigoroso em toda a Europa, especialmente na Itália e na Alemanha, país de sua origem. Foi canonizado em 1227, pelo Papa Gregório IX que autorizou o culto à Santo Heriberto, já tradicionalmente festejado pelos devotos no dia 16 de março.

Evangelho do Dia


 Evangelho  (Marcos 12,28b-34) 

Sexta-Feira, 16 de Março de 2012
3ª Semana da Quaresma




— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, 28bum escriba aproximou-se de Jesus e perguntou:
“Qual é o primeiro de todos os mandamentos?” 29Jesus respondeu: “O primeiro é este: Ouve, ó Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor. 30Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e com toda a tua força!31O segundo mandamento é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo! Não existe outro mandamento maior do que estes”.
32O mestre da Lei disse a Jesus: “Muito bem, Mestre! Na verdade, é como disseste: Ele é o único Deus e não existe outro além dele. 33Amá-lo de todo o coração, de toda a mente, e com toda a força, e amar o próximo como a si mesmo é melhor do que todos os holocaustos e sacrifícios”.
34Jesus viu que ele tinha respondido com inteligência, e disse: “Tu não estás longe do Reino de Deus”. E ninguém mais tinha coragem de fazer perguntas a Jesus.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Comentário
No tempo de Jesus, havia uma ala do Judaísmo tendente ao exagero, a ponto de reduzir a fé a um complexo de leis e mandamentos de difícil execução. Mas será que Deus quer mesmo transformar nossa vida num infindável “pode/não pode”, “deve/não deve”, “é permitido/é proibido”? Não, pois uma religião vivida, desta forma, torna-se empobrecedora, porque faz do indivíduo um escravo da Lei sem tempo para relacionar-se com o Senhor de maneira prazerosa e alegre.
Neste ambiente, um mestre da Lei de Moisés reconhece Jesus como Mestre e,  tentando acalmar a discussão que se tinha levantado à volta do Senhor, interroga-O: “Qual é o mais importante de todos os mandamentos da Lei?”.
Partimos do princípio de que os escribas eram intelectuais, conhecedores profundos e pormenorizados dos textos da Lei de Moisés. Sendo assim, Jesus – olhando bem para aquele homem – poderia até se questionar: “Como é possível este escriba não saber qual é o maior mandamento da Lei?”.  Mas, mesmo assim, Jesus lhe responde:
“Escuta Israel! O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com toda a tua mente e com todas as tuas forças. E o segundo mais importante é este: Amarás próximo como a ti mesmo. Não existe outro mandamento mais importante do que esses dois” (Marcos 12,29-31).
Jesus, fazendo uma análise da figura desse escriba e de seu interesse, chega à conclusão de que ele “não está longe do Reino de Deus”.
Pelos detalhes, essa narrativa assemelha-se à cena do jovem rico (Mc 10,17-22), ao qual apenas faltou dar tudo aos pobres para seguir a Jesus. Ao escriba, no entanto, faltava romper seus laços com as doutrinas e observâncias legais. E para você, o que falta? Que barreira você deve romper para seguir e adorar ao Deus único e verdadeiro? Saiba que a expressão da sua adesão ao amor de Deus não é o culto religioso nem a observância do domingo ou o cumprimento de liturgias, mas o amor concreto e solidário ao próximo, que se resumem em “amar a Deus sobre todas as coisas e amar ao próximo como a si mesmo”.
Nesta resposta de Jesus, vemos duas realidades. A relação “do homem com Deus” e “do homem com o homem” para, depois, voltarem os dois juntos a Deus, princípio e fim de toda a humanidade.
Portanto, o segundo mandamento completa o primeiro. Em conjunto, eles resumem toda a Lei e os profetas. Sendo assim, Jesus explica ao escriba a impossibilidade que existe em cumprir o primeiro mandamento sem o segundo.
Para João não é possível amar a Deus – que não vemos – se não amarmos o nosso próximo que vemos. Se assim for, não passamos de mentirosos, porque Deus Pai é amor e, quem O ama, deve amar também o irmão. Logo, os dois mandamentos se abraçam e se completam. Esse é o modelo que o próprio Evangelho nos apresenta na relação amistosa entre Jesus e o escriba, pois ambos se elogiam reciprocamente. Nisso consiste o amor: no reconhecimento de uma recíproca igualdade e numa mútua e perpétua fidelidade.
A fé pregada por Jesus apóia-se em dois pilares: o amor a Deus e o amor ao próximo. Isso é essencial. Tudo o mais é complemento e pode ser relativizado. Quem ama a Deus recusa toda forma de idolatria, não aceita ser subjugado por nenhum outro senão Ele. Quem ama o próximo põe freios ao seu egoísmo, de modo a jamais lhe desejar o mal ou fazer algo que possa prejudicá-lo.
Ante a sábia resposta do Verdadeiro Mestre, o escriba – no diálogo com Jesus – enxerga e afirma que o amor a Deus e ao próximo supera todos os holocaustos e sacrifícios. Reconhece, assim, os dois maiores mandamentos. Jesus, então, afirma que ele não está longe do Reino de Deus.
A única exigência da religião de Jesus é que a pessoa não coloque a si mesma como centro, mas Deus e o amor ao próximo como passaporte para o Reino do Céu. A expressão de nossa adesão ao amor do Pai não é o culto religioso, mas o amor concreto e solidário, pois o outro é a ponte, é a escada, o passaporte que nos faz atravessar o Mar Vermelho, o deserto, a morte em direção à terra prometida, “de onde jorra leite e mel”, ou seja, a nossa pátria definitiva: o Reino do Céu!
Padre Bantu Mendonça

quinta-feira, 15 de março de 2012

Salmo

Santo do Dia

Santa Luísa de Marillac

Luísa nasceu em 12 de agosto de 1591, filha natural de Luís de Marillac, senhor de Ferrières, aparentado com a nobreza francesa, cujas posses permitiram dar à filha uma infância tranqüila. A menina aos três anos foi para o Convento Real de Poissy, em Paris onde recebeu uma educação refinada, quer no plano espiritual, quer no humanístico. 

Porém, seu pai morreu quando ela tinha treze anos, sem deixar herança e, felizmente, nem dívidas. Nessas circunstâncias Luísa foi tirada do Convento, pela tia Valença, pois os Marillac não se dispuseram custear mais sua formação. Ela desejava dedicar sua vida à Deus, para cuidar dos pobres e doentes, mas agora com a escassez financeira teria de esperar para atingir esse objetivo. 

Durante dois anos viveu numa casa simples de moças custeando-se com trabalhos feitos em domicílio, especialmente bordados Ela tentou ingressar no mosteiro das capuchinhas das Filhas da Paixão que acabavam de chegar em Paris, mas foi rejeitada pela aparência de saúde débil, imprópria para a vida de mosteiro. Depois disso viu-se constrangida a aceitar um casamento que os tios lhe arranjara. Foi com Antonio de Gràs, que trabalhava como secretário da rainha. Com ele teve um filho, Miguel Antonio. Viveu feliz, pois o marido a respeitava e amava a família. E se orgulhava da esposa que nas horas vagas cuidava dos deveres de piedade, mortificando-se com jejuns freqüentes, visitando os pobres, os hospitais e os asilos confortando a todos com seu socorro. Até que ele próprio foi acometido por grave e longa enfermidade e ela passou a se dedicar primeiro à ele sem abandonar os demais. Mas com isso novamente os problemas financeiros voltaram. 

Nesse período teve dois grandes conselheiros espirituais: Francisco de Sales e Vicente de Paulo, ambos depois declarados Santos pela Igreja. Foi graças à direção deles, que pôde superar e enfrentar os problemas que agitavam o seu cotidiano e a sua alma. Somente sua fé a manteve firme e graças à sua força, suplantou as adversidades, até o marido falecer, em 1625 e Miguel Antonio foi para o seminário. 

Só então Luísa pôde dedicar-se totalmente aos pobres, doentes e velhos. Isso ocorreu porque Vicente de Paulo teve a iluminação de colocar-la à frente das Confrarias da Caridade, as quais fundara para socorrer as paróquias da França, e que vinham definhando. Vicente encarregou-a de visita-las, reorganiza-las, enfim dinamiza-las, e ela o fez durante anos. 

Em 1634 Luísa, com ajuda e orientação de Vicente de Paulo, fundou a Congregação das Damas da Caridade, inicialmente com três senhoras da sociedade, mas esse núcleo se tornaria depois uma Congregação de Irmãs. Isso o porque serviço que estas Damas prestavam aos pobres era limitado pelos seus deveres familiares e sociais e pela falta de hábito aos trabalhos humildes e fatigantes. Era necessário colocar junto delas, pessoas generosas, livres e totalmente consagradas a Deus e aos pobres. Mas na Igreja não existiam porque a vida de consagração para as mulheres estava concebida apenas como vida de clausura. Então, Vicente e Luísa, em 1642 ousaram e, criam as Irmãs dos Pobres, as Filhas da Caridade, a quem foram confiados os doentes, os enjeitados, os velhos, os mendigos, os soldados feridos e os condenados às prisões. 

Nascia um novo tipo de Irmã, com uma missão inédita para aqueles tempos: uma vida consagrada em dispersão pelos caminhos do sofrimento humano, assim estava criada a Congregação das Irmãs Filhas da Caridade, em 1642. Na qual Luísa fez os votos perpétuos, sendo consagrada pelo próprio Vicente de Paulo. A obra, sob a direção dela foi notável. Quando Paris foi assolada pela guerra e peste, em 1652, as Irmãs chegaram a atender quatorze mil pessoas, de todas as categorias sociais, sendo inclusive as primeiras Irmãs a serem requisitadas para o atendimento dos soldados feridos, nos campos de batalhas. 

Luísa morreu em 15 de março de 1660. Foi beatificada em 1920, e canonizada pelo Papa Pio XI, em 1934. Suas relíquias repousam na Capela da Visitação da Casa Matriz das Irmãs da Caridade, em Paris, França. Santa Luísa de Marillac foi proclamada Padroeira das Obras Sociais e de todos os assistentes sociais, pelo Papa João XXIII, em 1960.