Pensamento do Dia:
Conservar a família alegre exige muito dos pais e das crianças.
Cada membro precisa se tornar,de certa maneira, o servidor dos outros.
Bv. Papa João Paulo II
Planejar a vida
Planejar a vida levando em conta nossos limites e nossa capacidade. Almejar o impossível, o que está fora de alcance, deixa o coração inquieto, descontente e frustrado; isto impede a paz, destrói a alegria e nos torna infelizes.Buscar o que está ao nosso alcance e dentro das nossas possibilidades. Desejar o que é possível e o está ao nosso alcance e fazer bem e com muito amor tudo o que podemos realizar. Ser útil não é fazer tudo o que podemos. O mais importante não é ter muitos amigos, mas saber ser um amigo. Saber ser um amor é mais importante do que ter todos os amores.
Frei Anselmo Fracasso, OFM
terça-feira, 6 de março de 2012
Santo do Dia
Santa Rosa de Viterbo
Evangelho do Dia
Evangelho (Mateus 23,1-12)
Terça-Feira, 6 de Março de 2012
2ª Semana da Quaresma
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor!
Naquele tempo, 1Jesus falou às multidões e aos seus discípulos e lhes disse: 2“Os mestres da Lei e os fariseus têm autoridade para interpretar a Lei de Moisés. 3Por isso, deveis fazer e observar tudo o que eles dizem. Mas não imiteis suas ações! Pois eles falam e não praticam. 4Amarram pesados fardos e os colocam nos ombros dos outros, mas eles mesmos não estão dispostos a movê-los, nem sequer com um dedo.
5Fazem todas as suas ações só para serem vistos pelos outros. Eles usam faixas largas, com trechos da Escritura, na testa e nos braços, e põem na roupa longas franjas.
6Gostam de lugar de honra nos banquetes e dos primeiros lugares nas sinagogas.7Gostam de ser cumprimentados nas praças públicas e de serem chamados de Mestre.8Quanto a vós, nunca vos deixeis chamar de Mestre, pois um só é vosso Mestre e todos vós sois irmãos. 9Na terra, não chameis a ninguém de pai, pois um só é vosso Pai, aquele que está nos céus. 10Não deixeis que vos chamem de guias, pois um só é vosso Guia, Cristo. 11Pelo contrário, o maior dentre vós deve ser aquele que vos serve. 12Quem se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado”.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor!
Naquele tempo, 1Jesus falou às multidões e aos seus discípulos e lhes disse: 2“Os mestres da Lei e os fariseus têm autoridade para interpretar a Lei de Moisés. 3Por isso, deveis fazer e observar tudo o que eles dizem. Mas não imiteis suas ações! Pois eles falam e não praticam. 4Amarram pesados fardos e os colocam nos ombros dos outros, mas eles mesmos não estão dispostos a movê-los, nem sequer com um dedo.
5Fazem todas as suas ações só para serem vistos pelos outros. Eles usam faixas largas, com trechos da Escritura, na testa e nos braços, e põem na roupa longas franjas.
6Gostam de lugar de honra nos banquetes e dos primeiros lugares nas sinagogas.7Gostam de ser cumprimentados nas praças públicas e de serem chamados de Mestre.8Quanto a vós, nunca vos deixeis chamar de Mestre, pois um só é vosso Mestre e todos vós sois irmãos. 9Na terra, não chameis a ninguém de pai, pois um só é vosso Pai, aquele que está nos céus. 10Não deixeis que vos chamem de guias, pois um só é vosso Guia, Cristo. 11Pelo contrário, o maior dentre vós deve ser aquele que vos serve. 12Quem se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado”.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
Comentário
No Evangelho, Jesus censura os escribas e os fariseus, homens responsáveis pelo ensino da Escritura e da Lei, porque eram hipócritas. Arrogavam-se “mestres” tal como Moisés para impor medidas pesadas aos outros, mas eles não as cumpriam. Fingiam ser bons cumpridores da Lei e, para tal, metiam algumas palavras essenciais dessa Lei em pequenos estojos e os colocavam no braço esquerdo ou na fronte – as chamadas “filactérias” -, alargavam as pontas dos mantos que colocavam sobre os ombros para fazer oração; as bordas eram muito compridas por vaidade.
Jesus critica, veementemente, a pretensão desses homens à posse exclusiva da verdade, a sua incoerência, o seu exibicionismo, a sua insensibilidade ao amor e à misericórdia.
O texto de hoje é um convite a todos nós, para que não deixemos que atitudes semelhantes às dos escribas e fariseus se introduzam em nosso meio e destruam a fraternidade, fundamento da comunidade.
Jesus nos fala para fazermos e observarmos tudo o que os mestres da Lei e os fariseus dizem, pois eles têm bastante conhecimento da Palavra de Deus e falam com propriedade sobre o que deve ser feito de acordo com a vontade do Pai. Mas o Senhor conhece o coração de cada pessoa e, com coerência, nos pede que sigamos os ensinamentos deles, mas não imitemos suas atitudes, pois seus ensinamentos e atitudes se contradizem.
Estejamos atentos, pois quando ouvirmos alguém nos falando o que deve ser feito de bom, não devemos deixar de fazê-lo só porque quem falou não tem “moral” ou “credibilidade” sobre determinada atitude.
Por outro lado, é muito fácil dizer aos outros o que fazer e de que forma agir, mostrar os erros cometidos, mesmo quando eles estão presentes em nós mesmos. O interessante é que sempre falamos com propriedade, pois sabemos realmente que essa ou aquela situação são erradas e que devemos agir de um modo diferente. Entretanto, nós não as corrigimos em nossas próprias vidas. Desta forma, dar testemunho do que falamos torna-se algo difícil.
Quando estamos servindo a Deus, é necessário darmos um testemunho fiel de nossas palavras para que as pessoas reflitam sobre nosso modo de agir, já que uma atitude vale mais que mil palavras. Se você diz para seu filho: “Não beba, porque vai lhe fazer mal”. Mas, no dia seguinte, você está com um copo de bebida na mão. Seu filho não vai dar credibilidade ao que você falou, mas no exemplo que você deu!
Ao ler o Evangelho de hoje, lembramo-nos logo do famoso ditado popular que diz: “Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”. É fundamental nos colocarmos naquilo que fazemos, até porque as nossas obras dirão aquilo que somos. “Se vos amardes uns aos outros, o mundo reconhecerá que sois meus discípulos”, disse Jesus.
Pessoas que muito falam e pouco fazem criam uma “capa de ilusões”. Fazem com que as outras pessoas pensem que ela é o que diz ser e que pratica o que diz fazer. Mas, no fundo, esta pessoa é vazia por dentro, pois não tem nada de verdadeiro na vida dela. Tudo não passa de “palavras soltas ao vento”. Querem aparecer, serem reconhecidas publicamente, mas nem elas mesmas se conhecem. Desejam ser chamadas de “mestres”, mas, nisto, Jesus nos adverte: “não existe outro mestre, pai ou guia, que não seja o próprio Deus”.
Cristo também nos deixa uma mensagem que nos fará verdadeiramente importantes para Deus: “O maior dentre vós deve ser aquele que vos serve. Quem se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado”.
Padre Bantu Mendonça
segunda-feira, 5 de março de 2012
Santo do Dia
São João José da Cruz
Nasceu na ilha de Ischia com o nome de Carlos Caetano Calosirto, aos 15 de agosto de 1654, na cidade de Ponte, Itália, filho do nobre José e de Laura. Recebeu os ensinamentos básicos e os alicerces religiosos frequentando os colégios dos padres agostinianos, na própria ilha.
Aos quinze anos optou pela vida religiosa pela grande vocação que sentia, ingressando na Ordem dos Franciscanos descalços da Reforma de São Pedro de Alcântara, conhecidos também como alcantarinos, pela austeridade das Regras dessa comunidade, dependentes do convento de Santa Lucia, em Nápolis.
Tomou o nome de João José da Cruz e fez o noviciado sob a orientação monástica do padre José Robles. Em 1671 foi enviando com mais onze sacerdotes, dos quais ele era o mais jovem, para o Piedimonte d'Alife para construírem um convento. Diante das dificuldades encontradas no local não hesitou em juntar as pedras com suas próprias mãos, depois usando cal, madeira e um enxadão fez os alicerces. Estimulando assim os outros sacerdotes e o povo, que no começo acharam que ele era louco, mas, percebendo que estavam errados começaram a ajudá-lo, de modo que um grande convento foi edificado em pouco tempo. João José da Cruz ordenou-se sacerdote em 1677.
Ao completar vinte e quatro de idade foi nomeado mestre dos noviços e, quase ao mesmo tempo, guardião da ordem do convento. Durante a sua permanência em Piedimonte, construiu, num local isolado na encosta do bosque, um outro pequeno convento chamado de "ermo", ainda hoje meta de peregrinações, para poder rezar em retiro. Conseguiu ainda, trabalhando de forma muito ativa e singular, construir o convento do Granelo em Portici, também em Nápolis.
João José da Cruz era muito austero, comia pouco, só uma vez ao dia, dormia poucas horas, tinha o hábito de se levantar a meia noite para agradecer a Deus pelo novo dia. Tornou-se famoso entre o povo por sua humildade e foi venerado ainda em vida pela população por causa de sua extrema dedicação aos pobres e doentes. Fazia questão de ser pobre na vida e na própria personalidade, como São Francisco de Assis, seu modelo de vida.
Em 1702 foi nomeado vigário provincial da Reforma de São Pedro de Alcântara, na Itália. Assim a Ordem, abençoada por Deus, desceu de Norte a Sul, adquirindo um bem espiritual tão grande que chegou ao Vaticano, o qual tornou a reunir os dois ramos dos alcantarinos. Dessa forma o convento de Santa Lúcia voltou para os padres italianos e João Jose da Cruz retornou para lá. Nele viveu mais doze anos na santa austeridade e, segundo os registros da Igreja e a tradição, realizando prodígios e curas para seus amados pobres e doentes. Morreu no dia 05 de março 1734, sendo sepultado nesse mesmo convento.
Foi beatificado pelo papa Gregório XVI, em 1839. As relíquias de São João José da Cruz, foram transferidas para o convento franciscano da ilha de Ischia, onde nasceu, e é venerado no dia se sua morte.
Aos quinze anos optou pela vida religiosa pela grande vocação que sentia, ingressando na Ordem dos Franciscanos descalços da Reforma de São Pedro de Alcântara, conhecidos também como alcantarinos, pela austeridade das Regras dessa comunidade, dependentes do convento de Santa Lucia, em Nápolis.
Tomou o nome de João José da Cruz e fez o noviciado sob a orientação monástica do padre José Robles. Em 1671 foi enviando com mais onze sacerdotes, dos quais ele era o mais jovem, para o Piedimonte d'Alife para construírem um convento. Diante das dificuldades encontradas no local não hesitou em juntar as pedras com suas próprias mãos, depois usando cal, madeira e um enxadão fez os alicerces. Estimulando assim os outros sacerdotes e o povo, que no começo acharam que ele era louco, mas, percebendo que estavam errados começaram a ajudá-lo, de modo que um grande convento foi edificado em pouco tempo. João José da Cruz ordenou-se sacerdote em 1677.
Ao completar vinte e quatro de idade foi nomeado mestre dos noviços e, quase ao mesmo tempo, guardião da ordem do convento. Durante a sua permanência em Piedimonte, construiu, num local isolado na encosta do bosque, um outro pequeno convento chamado de "ermo", ainda hoje meta de peregrinações, para poder rezar em retiro. Conseguiu ainda, trabalhando de forma muito ativa e singular, construir o convento do Granelo em Portici, também em Nápolis.
João José da Cruz era muito austero, comia pouco, só uma vez ao dia, dormia poucas horas, tinha o hábito de se levantar a meia noite para agradecer a Deus pelo novo dia. Tornou-se famoso entre o povo por sua humildade e foi venerado ainda em vida pela população por causa de sua extrema dedicação aos pobres e doentes. Fazia questão de ser pobre na vida e na própria personalidade, como São Francisco de Assis, seu modelo de vida.
Em 1702 foi nomeado vigário provincial da Reforma de São Pedro de Alcântara, na Itália. Assim a Ordem, abençoada por Deus, desceu de Norte a Sul, adquirindo um bem espiritual tão grande que chegou ao Vaticano, o qual tornou a reunir os dois ramos dos alcantarinos. Dessa forma o convento de Santa Lúcia voltou para os padres italianos e João Jose da Cruz retornou para lá. Nele viveu mais doze anos na santa austeridade e, segundo os registros da Igreja e a tradição, realizando prodígios e curas para seus amados pobres e doentes. Morreu no dia 05 de março 1734, sendo sepultado nesse mesmo convento.
Foi beatificado pelo papa Gregório XVI, em 1839. As relíquias de São João José da Cruz, foram transferidas para o convento franciscano da ilha de Ischia, onde nasceu, e é venerado no dia se sua morte.
Evangelho do Dia
Evangelho (Lucas 6,36-38)
Segunda-Feira, 5 de Março de 2012
2ª Semana da Quaresma
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor!
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
36“Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso. 37Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados. 38Dai e vos será dado. Uma boa medida, calcada, sacudida, transbordante será colocada no vosso colo; porque com a mesma medida com que medirdes os outros, vós também sereis medidos”.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor!
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
36“Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso. 37Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados. 38Dai e vos será dado. Uma boa medida, calcada, sacudida, transbordante será colocada no vosso colo; porque com a mesma medida com que medirdes os outros, vós também sereis medidos”.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
Comentário
No imenso tesouro do Evangelho, a misericórdia é como uma gema preciosa, sólida e delicada ao mesmo tempo, verdadeira e transparente na sua simplicidade, brilhante pela vida e alegria que difunde. Compaixão, solidariedade, ternura e perdão são como seus ângulos de polimento, por onde reflete – em raios coloridos e acessíveis – o amor regenerador de Deus.
Para mim, neste tempo da Quaresma, a compaixão de Deus se traduz em resgate, cura, abrigo, libertação, sustento, proteção, acolhida, generosidade e salvação – graças tão marcantes na caminhada do povo do Senhor. No decorrer dos séculos, a comunidade cristã tem atualizado esta experiência em novos contextos, lugares e relacionamentos. A liturgia celebra a misericórdia, a prece a invoca, a pregação a proclama, os místicos a enfatizam, o magistério a propõe, as obras a cumprem.
Antiga e sempre nova, a misericórdia divina pode ser entendida, em outras palavras, sob três pontos: bem-aventurança, profecia e terapia.
Como bem-aventurança, o compadecimento aproxima o Reino de Deus das pessoas e elas do Reino. É prática que dignifica o ser humano, tanto aquele que o dá quanto aquele que o recebe. Está repleta de gratuidade e alegria como disse Jesus: “Felizes os misericordiosos, pois alcançarão misericórdia” (Mt 5,7).
As obras de misericórdia são também profecias da justiça do Reino que superam toda fronteira de raça, credo ou ideologia. Diante da humanidade ferida e carente, somos servidores da vida e da esperança – dentro e fora da Igreja -, para crentes e não-crentes, a fim de que “todos tenham vida em plenitude” (Jo 10,10). Jesus nos indicou o exemplo do bom samaritano para mostrar a todos que a misericórdia não aceita fronteiras.
Enfim, a misericórdia é também terapia, compaixão que restaura, toque que regenera e cuidado que aquece. As obras têm eficácia curadora, pois socorrem nossa humanidade ferida pelo pecado e pelo desamor, restaurando em nós a imagem do Cristo glorioso para que Suas feições resplandeçam em nossa face, na face da Igreja e de toda a humanidade redimida.
Se a compaixão é um sentir que nos comove na direção do próximo, a misericórdia se caracteriza como gesto que realiza este sentir solidário. Na compaixão temos um sentimento que mobiliza; na misericórdia, o exercício deste sentimento. Daí os verbos: cumprir, mostrar, fazer e agir – que expressam a eficácia do amor misericordioso humano e, sobretudo, divino (cf. Êx 20,6; Sl 85,8; Lc 1,72 e 10,37).
A misericórdia tem caráter operativo, é amor em exercício de salvação. Se o amor é a qualidade essencial de Deus, a misericórdia é este mesmo amor exercitado para com a criatura humana, revelando a qualidade ativa do Senhor.
Assim, a compaixão se mostra muito mais na experiência do dia a dia do que na conceituação teológica, catequética ou espiritual. E ainda que tal experiência se revista de beleza, o “lar” da misericórdia não é o discurso nem são as explicações, porque as crianças abandonadas, os andarilhos e os excluídos da sociedade não “comem” explicações. O “lar” da misericórdia é a solidariedade. Seus órgãos vitais são o coração e as mãos que erguem o caído, curam o ferido, abraçam o peregrino, alimentam o faminto.
A misericórdia que Deus exige de você e de mim não é outra senão a evangélica, que consiste em 14 obras, divididas em sete corporais: dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sede, acolher o forasteiro, vestir quem está nu, visitar os doentes, assistir aos prisioneiros e sepultar dignamente os mortos. Todas essas obras, centradas na exortação, “cada vez que as fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim as fizestes” (cf. Mt 25,40). Também sete obras espirituais: dar bons conselhos a quem necessita, ensinar os ignorantes, corrigir os que erram, consolar os aflitos, perdoar as ofensas, suportar com paciência as fraquezas do próximo, rogar a Deus pelos vivos e mortos.
Meus irmãos, em Emaús e à beira do lago da Galileia, Jesus toma o pão, o abençoa e reparte. Os discípulos reconhecem o Cristo por causa de Seu tato característico (Lc 24,30; Jo 21,12-13). Que gestos você tem feito para que as pessoas o reconheçam como discípulo de Jesus? Saiba que os gestos alimentam, curam e restauram. Eles são toques da misericórdia divina.
O nosso mandato é a prática da misericórdia com o irmão: “Vai e faze o mesmo!”
Padre Bantu Mendonça
Para mim, neste tempo da Quaresma, a compaixão de Deus se traduz em resgate, cura, abrigo, libertação, sustento, proteção, acolhida, generosidade e salvação – graças tão marcantes na caminhada do povo do Senhor. No decorrer dos séculos, a comunidade cristã tem atualizado esta experiência em novos contextos, lugares e relacionamentos. A liturgia celebra a misericórdia, a prece a invoca, a pregação a proclama, os místicos a enfatizam, o magistério a propõe, as obras a cumprem.
Antiga e sempre nova, a misericórdia divina pode ser entendida, em outras palavras, sob três pontos: bem-aventurança, profecia e terapia.
Como bem-aventurança, o compadecimento aproxima o Reino de Deus das pessoas e elas do Reino. É prática que dignifica o ser humano, tanto aquele que o dá quanto aquele que o recebe. Está repleta de gratuidade e alegria como disse Jesus: “Felizes os misericordiosos, pois alcançarão misericórdia” (Mt 5,7).
As obras de misericórdia são também profecias da justiça do Reino que superam toda fronteira de raça, credo ou ideologia. Diante da humanidade ferida e carente, somos servidores da vida e da esperança – dentro e fora da Igreja -, para crentes e não-crentes, a fim de que “todos tenham vida em plenitude” (Jo 10,10). Jesus nos indicou o exemplo do bom samaritano para mostrar a todos que a misericórdia não aceita fronteiras.
Enfim, a misericórdia é também terapia, compaixão que restaura, toque que regenera e cuidado que aquece. As obras têm eficácia curadora, pois socorrem nossa humanidade ferida pelo pecado e pelo desamor, restaurando em nós a imagem do Cristo glorioso para que Suas feições resplandeçam em nossa face, na face da Igreja e de toda a humanidade redimida.
Se a compaixão é um sentir que nos comove na direção do próximo, a misericórdia se caracteriza como gesto que realiza este sentir solidário. Na compaixão temos um sentimento que mobiliza; na misericórdia, o exercício deste sentimento. Daí os verbos: cumprir, mostrar, fazer e agir – que expressam a eficácia do amor misericordioso humano e, sobretudo, divino (cf. Êx 20,6; Sl 85,8; Lc 1,72 e 10,37).
A misericórdia tem caráter operativo, é amor em exercício de salvação. Se o amor é a qualidade essencial de Deus, a misericórdia é este mesmo amor exercitado para com a criatura humana, revelando a qualidade ativa do Senhor.
Assim, a compaixão se mostra muito mais na experiência do dia a dia do que na conceituação teológica, catequética ou espiritual. E ainda que tal experiência se revista de beleza, o “lar” da misericórdia não é o discurso nem são as explicações, porque as crianças abandonadas, os andarilhos e os excluídos da sociedade não “comem” explicações. O “lar” da misericórdia é a solidariedade. Seus órgãos vitais são o coração e as mãos que erguem o caído, curam o ferido, abraçam o peregrino, alimentam o faminto.
A misericórdia que Deus exige de você e de mim não é outra senão a evangélica, que consiste em 14 obras, divididas em sete corporais: dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sede, acolher o forasteiro, vestir quem está nu, visitar os doentes, assistir aos prisioneiros e sepultar dignamente os mortos. Todas essas obras, centradas na exortação, “cada vez que as fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim as fizestes” (cf. Mt 25,40). Também sete obras espirituais: dar bons conselhos a quem necessita, ensinar os ignorantes, corrigir os que erram, consolar os aflitos, perdoar as ofensas, suportar com paciência as fraquezas do próximo, rogar a Deus pelos vivos e mortos.
Meus irmãos, em Emaús e à beira do lago da Galileia, Jesus toma o pão, o abençoa e reparte. Os discípulos reconhecem o Cristo por causa de Seu tato característico (Lc 24,30; Jo 21,12-13). Que gestos você tem feito para que as pessoas o reconheçam como discípulo de Jesus? Saiba que os gestos alimentam, curam e restauram. Eles são toques da misericórdia divina.
O nosso mandato é a prática da misericórdia com o irmão: “Vai e faze o mesmo!”
Padre Bantu Mendonça
Assinar:
Postagens (Atom)