quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Santo do Dia

                                                             Santa Margarida de  Cortona
A penitência marcou a vida de Margarida que nasceu em 1247, em Alviano, Itália. Foi por causa de sua juventude, período em que experimentou todos os prazeres de uma vida voltada para as diversões mais irresponsáveis.

Margarida ficou órfã de mãe, quando ainda era muito criança. O pai se casou de novo e a pequena menina passou a sofrer duramente nas mãos da madrasta. Sem apoio familiar, ela cresceu em meio a toda sorte de desordens, luxos e prazeres. No início da adolescência se tornou amante de um nobre muito rico e passou a desfrutar de sua fortuna e das diversões mundanas.

Um dia, porém, o homem foi vistoriar alguns terrenos dos quais era proprietário e foi assassinado. Margarida só descobriu o corpo, alguns dias depois, levada misteriosamente até ele pela cachorrinha de estimação que acompanhara o nobre na viagem. Naquele momento, a moça teve o lampejo do arrependimento. Percebeu a inutilidade da vida que levava e voltou para a casa paterna, onde pretendia passar o resto da vida na penitência.

Para mostrar publicamente sua mudança de vida, compareceu à missa com uma corda amarrada ao pescoço e pediu desculpas a todos pelos excessos da sua vida passada. Só que essa atitude encheu sua madrasta de inveja, que fez com que ela fosse expulsa da paróquia. Margarida sofreu muito com isso e chegou a pensar em retomar sua vida de luxuria e riqueza. No entanto, com firmeza conseguiu se manter dentro da decisão religiosa, procurando os franciscanos de Cortona e conseguindo ser aceita na Ordem Terceira.

Para ser definitivamente incorporada à Ordem teria que passar por três anos de provação. Foi nesta época que ela se infligiu as mais severas penitências, que foram vistas como extravagantes, relatadas nos antigos escritos, onde se lê também que a atitude foi tomada para evitar as tentações do demônio. Seus superiores passaram a orienta-la e isso a impediu de cometer excessos nas penitências.

Aos vinte e três anos Margarida de Cortona, como passou a ser chamada, foi premiada com várias experiências de religiosidade que foram presenciadas e comprovadas pelos seus orientadores espirituais franciscanos. Recebeu visitas do anjo da guarda, teve visões, revelações e mesmo aparições de Jesus, com quem conversava com freqüência durante suas orações contemplativas.

Ela percebeu que o momento de sua morte se aproximava e foi ao encontro de Jesus serenamente, no dia 22 de fevereiro de 1297. Margarida de Cortona foi canonizada pelo Papa Bento XIII em 1728 e o dia de sua morte indicado para a sua veneração litúrgica.

Evangelho do Dia

Evangelho (Mateus 6,1-6.16-18)

Quarta-Feira, 22 de Fevereiro de 2012
Quarta-feira de Cinzas


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 1“Ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente dos homens, só para serdes vistos por eles. Caso contrário, não recebereis a recompensa do vosso Pai que está nos céus.
2Por isso, quando deres esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem elogiados pelos homens. Em verdade vos digo: eles já receberam a sua recompensa. 3Ao contrário, quando deres esmola, que a tua mão esquerda não saiba o que faz a tua mão direita, 4de modo que a tua esmola fique oculta. E o teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa.
5Quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de rezar de pé, nas sinagogas e nas esquinas das praças, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo: eles já receberam a sua recompensa. 6Ao contrário, quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta, e reza ao teu Pai que está oculto. E o teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa.
16Quando jejuardes, não fiqueis com o rosto triste como os hipócritas. Eles desfiguram o rosto, para que os homens vejam que estão jejuando. Em verdade vos digo: eles já receberam a sua recompensa. 17Tu, porém, quando jejuares, perfuma a cabeça e lava o rosto, 18para que os homens não vejam que tu estás jejuando, mas somente teu Pai, que está oculto. E o teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa”.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor. 
 
Comentário
Com a Celebração das Cinzas, na Quarta-feira de Cinzas, damos início à Quaresma, tempo forte de oração, penitência e jejum. É o tempo forte de conversão do coração humano diante das necessidades dos outros.
Como o próprio nome no-lo diz, são quarenta dias de penitência, os quais nos preparam para a celebração da vitória final da graça sobre o pecado e da vida sobre a morte. Durante estes dias, a nossa oração se torna mais intensa e a penitência mais acentuada. É um período especial de retorno a Deus, de conversão e de abertura aos outros.
A cerimônia de Imposição das Cinzas nos recorda que nossa vida na terra é passageira, que algum dia vamos morrer e que o nosso corpo vai se converter em pó e que a vida definitiva se encontra no céu. Ensina-nos ainda que os céus e a terra hão de passar um dia. Em troca, todo o bem que tenhamos realizado em nossa vida nós vamos levá-lo à eternidade. Ao final da nossa vida, só levaremos aquilo que tenhamos feito por Deus e por nossos irmãos.
As cinzas são um sacramental, o qual não nos tira os pecados, mas nos relembra a nossa condição de miseráveis, de frágeis e pecadores. E assim, reconhecendo a nossa situação, recorremos ao sacramento da reconciliação. É um sinal de arrependimento, de penitência, mas sobretudo, de conversão. Com essa celebração, damos início à nossa caminhada com Cristo do Jardim das Oliveiras até o triunfo na manhã do primeiro dia da semana, que é o Domingo da Ressurreição.
Quaresma é realmente um tempo de reflexão em nossa vida, de entender aonde vamos, de analisar como está nosso comportamento com nossa família – o marido, a esposa, os filhos, os pais – e todos os que nos rodeiam.
O Evangelho de hoje nos ajuda a entendermos como praticar as três obras de penitência – oração, esmola e jejum – e como viver bem o tempo quaresmal.
Jesus fala das três obras de piedade dos judeus: a esmola, o jejum e a oração. E faz uma crítica pelo fato de que eles as praticam para ser vistos pelos outros.
O segredo para o efeito é a atenção para que não sejamos como os fariseus hipócritas: “Ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente dos homens, só para serdes vistos por eles. Caso contrário, não recebereis a recompensa do vosso Pai que está nos céus” (Mt 6,1).
Para Jesus é preciso criar uma nova relação com Deus. Ao mesmo tempo, Cristo nos oferece um caminho de acesso ao coração do Pai. Para Ele, a justiça consiste em conseguir o lugar onde Deus nos quer. O caminho para chegar ali está expresso na Lei de Deus: “Se a vossa justiça não superar a justiça dos doutores da Lei e dos fariseus, não entrareis no Reino dos Céus”.
Como foi dito anteriormente, este é um tempo de oração que se caracteriza por uma relação de aliança entre Deus e o homem em Cristo. Este encontro com Cristo não se exprime apenas em pedidos de ajuda, mas também em louvor, ação de graças, escuta e contemplação.
Rezar é confiar no Senhor que nos ama e corresponder ao Seu amor incondicional. Por sua vez, a oração penitencial privilegia o agradecimento da misericórdia de Deus e prepara o coração para o perdão e para a reconciliação.
É tempo da prática do jejum. O jejum tem certamente também uma dimensão física, como a privação voluntária de alimentos, além da espiritual. O que jejuamos deve ser partilhado, ou seja, entregue aos nossos irmãos que passam fome. É sobretudo a privação do pecado. O jejum é sinal do combate contra o espírito do mal. O modelo deste combate é Cristo, que foi tentado pelo maligno muitas vezes para que cedesse ao sucesso, ao domínio e à riqueza. No entanto, a Sua vitória sobre todo o mal, que oprime o homem, inaugurou um tempo novo, um Reino de justiça, verdade, paz, amor e partilha.
A experiência do jejum exterior e interior favorece a opção pelo essencial. No nosso tempo, o jejum tornou-se uma prática habitual. Alguns jejuam por razões dietéticas e estéticas. O jejum cristão não tem uma dimensão dietética ou estética como é prática nos nossos dias, mas sim uma referência cristológica e solidária com os nossos irmãos e irmãs excluídos da sociedade por causa de diversas condições: raça, religião, cor, tribo, língua, entre outros.
Como Cristo e com Cristo jejuamos para ser mais solidários e abertos ao outro. Sob várias formas podemos jejuar, como por exemplo, o jejum midiático da televisão, da internet, do celular, da língua, etc.; para redescobrirmos a beleza do diálogo em família, da partilha de interesses, do encontro e da comunhão com os irmãos.
Quando vivemos bem o jejum nos convertemos em seres solidários, pessoas que partilham tudo entre todos. Ninguém chamará de “seu” o que possui. Em outras palavras, atualizaremos os Atos dos Apóstolos 2,42, que é a essência do Cristianismo. A relação dinâmica entre o amor e a adesão a Cristo faz do gesto de ajuda – expresso na esmola – uma partilha fraterna e não algo humilhante.
Quaresma é tempo de dar esmola. E esta nos ajuda a vencer a incessante tentação do egoísmo, educando-nos para irmos ao encontro das necessidades do próximo e partilhar com os outros aquilo que, por bondade divina, possuímos. Tal é a finalidade das coletas especiais para os pobres que são promovidas em muitas partes do mundo durante o período quaresmal. Desta forma, a purificação interior é confirmada por um gesto de comunhão eclesial, como acontecia já na Igreja primitiva.
Hoje a oração, o jejum e a esmola não perderam a atualidade e continuam a ser propostos como instrumentos de conversão. A estes meios clássicos podemos acrescentar outros, em ordem a melhorar a relação com Deus, com nós mesmos e com os outros.
E o maior dentre eles é o amor. O amor é criativo e encontra formas sempre novas de viver a fraternidade. Permite-nos que contribuamos para a sinceridade do coração e a coerência das atitudes no caminho da paz. Faz-nos evitar a crítica maldizente, os preconceitos e os juízos sobre os outros, favorece a autenticidade da vida cristã. E tem como obstáculos a ser vencidos o egoísmo e o orgulho que impedem a generosidade do coração.
Estamos hoje diante de um convite veemente: CONVERTEI-VOS E CREDE NO EVANGELHO. O Evangelho é o próprio Cristo, que nos convida à conversão interior e à mudança de mentalidade para acolher o Reino de Deus e para anunciar a Boa Nova.
Padre Bantu Mendonça
 

Satisfação aos Visitantes


Depois de quase 4 dias fora do ar o blog do  Grupo de Jovem Nova Geração esta volta trazendo  o Evangelho do dia,Santo do dia,Salmo e mensagens de otimismo,pedimos desculpas aos visitante pela falta  atualizações esses dias(devido estamos em retiro durante o carnaval).Agradecemos a conpreensão de todos.
     Graça e Paz!

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Salmo

Reflexão


Todo dia existe Deus
Um dia me perguntaram se eu acreditava em Deus.
Eu então lhes respondi da maneira como eu pensava.
Entre a lua e as estrelas num galope, num tropel,
Pisando nas nuvens brancas eu vi Deus passar no Céu.
Todo dia existe Deus...No sorriso da criança, no canto dos passarinhos,
No olhar, na esperança...

Todo dia existe Deus...Na harmonia das cores, na natureza esquecida,
Na fresca aragem da brisa, na própria essência da vida...

Todo dia existe Deus...No regato cristalino, pequeno servo do mar,
Nas ondas lavando as praias, na clara luz do luar...

Todo dia existe Deus...Na escuridão do infinito, todo ponteado de estrelas,
Na amplidão do universo, no simples prazer de vê-las...

Todo dia existe Deus...Nos segredos desta vida, no germinar da semente,
Nos movimentos da Terra, que gira incessantemente...

Todo dia existe Deus...No orvalho sobre a relva, na natureza que encanta,
No cheiro que vem da terra, e no sol que se levanta...

Todo dia existe Deus...Nas flores que desabrocham perfumando a atmosfera,
Nas folhas novas que brotam anunciando a primavera...

Deus é capaz, Deus é paz,
Deus é a esperança, é o alento do aflito,
O Criador do Universo, da luz, do ar, da aliança...

Deus é a justiça perfeita, que emana do coração.Ao perdoar quem ofende, Ele é o próprio perdão...

Será que você não viu ainda o rosto de Deus
No colorido mais belo dos olhos dos filhos seus?

Deus é constante e perene, é Divino, de tal sorte
Que sendo a essência da vida é o descanso na morte...

Não há vida sem a volta e não há volta sem vida.
A morte não é a morte, é só a porta da vida...

Todo dia existe Deus...No ciclo da natureza, neste ir e vir constante,
No broto que se renova, na vida que segue adiante,
Em quem semeia bondade, em quem ajuda o irmão
Colhendo felicidade, cumprindo a sua missão...

Todo dia existe Deus...No suor de quem trabalha, no calo duro das mãos,
No homem que planta o trigo, no trigo que faz o pão,
Você pode sentir Deus dentro do seu coração...

Santo do Dia




Santo Aleixo Falconieri
Aleixo nasceu em 1200 na cidade de Florença, Itália. Era filho de Bernardo Falconieri, um príncipe mercante florentino, e um dos líderes daquela república. A cidade vivia em luta. Brigavam pelo poder duas famílias poderosas: os Guelfi e os Ghibelini. A família Falconieri pertencia ao partido dominante dos Guelfi. 

Nesta época, Aleixo era um jovem comerciante influente, nobre, rico, inteligente e alegre, que resolveu crescer acima deste mundo material. Ele tinha uma conduta cristã exemplar, era muito piedoso e devoto da Virgem Maria. Junto com seis amigos, ligados por uma estreita amizade fraterna, formaram um grupo que se encontrava para rezar e cantar "laudas" para Maria. No dia 15 de agosto de 1233, os sete: Bonfiglio, Bonaiuto, Amadio, Ugocio, Sostenio, Manejo e Aleixo, estavam reunidos rezando diante da imagem da Virgem quando ela se mexeu. Depois, na volta para casa Nossa Senhora apareceu vestida de luto chorando e, disse que a causa de sua tristeza era a longa guerra civil daquela cidade. 

Decidiram abandoar tudo e fundaram a "Ordem dos Servidores de Nossa Senhora", ou Servitas, em monte Senário, perto da cidade. Vestiram-se de preto em reverência à Virgem de luto e adotaram a Regra de Santo Agostinho. A ordem foi aceita pelo Vaticano e os fundadores foram consagrados sacerdotes, menos Aleixo que se recusou a vestir o hábito. 

Aleixo possuía uma humildade infinita. Na gruta em que vivia no monte Senário, tinha momentos de profunda comunhão espiritual com a Virgem Maria e seu Filho Redentor. Saia do seu retiro apenas para pedir e mendigar a caridade para os necessitados e para rezar na pequena capela de Nossa Senhora situada na beira da estrada. Sua vida foi austera e sincera de eremita penitente. As roupas eram as mais pobres, o leito era de tábuas ásperas e sem cobertores. Comia pouquíssimo, permanecendo em constante oração. Assim era o sincero e humilde irmão Aleixo, que mesmo vivendo mais de cem anos, nunca se sentiu digno o suficiente para representar o Pai Eterno através da ordenação sacerdotal. 

Aleixo era responsável pelo setor financeiro e administrativo das várias casas da ordem que surgiram na Itália, tendo vivido em todas elas. Em 1252, a igreja nova em Cafagio, nos arredores de Florença, foi terminada sob seu cuidado, e totalmente financiada pelas famílias dos Guelfi e os Ghibelini. Ele transformou aquela pequena igreja em que ia rezar à beira da estrada, numa grande igreja dedicada a Nossa Senhora das Dores, dando origem ao seu culto que se propagou entre os cristãos do mundo inteiro. Foi diretor espiritual de muitos vultos do clero, que se tornaram santos, como sua sobrinha: Santa Juliana Falconieri. 

Em 1304, quando a Santa Sé aprovou oficialmente a "Ordem dos Servidores de Maria" apenas Aleixo ainda estava vivo. A tradição diz que antes de morrer ele ficou rodeado de anjos e recebeu a visita de Cristo, na figura de menino, que lhe oferecia uma coroa de ouro. 

Com cento e dez anos, ele morreu sereno no dia 17 de fevereiro de 1310 em monte Senário. Ele foi beatificado oito anos antes que os outros seis fundadores. Em 1888, todos foram canonizados juntos, para assim serem cultuados no dia da morte de Santo Aleixo Falconieri.

Evangelho do Dia


Evangelho (Marcos 8,34–9,1)




Sexta-Feira, 17 de Fevereiro de 2012                                                                                   Santos Fundadores dos Servitas


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 34chamou Jesus a multidão com seus discípulos e disse: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. 35Pois quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; mas quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho vai salvá-la.
36Com efeito, de que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro se perde a própria vida?37E o que poderia o homem dar em troca da própria vida? 38Se alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras diante dessa geração adúltera e pecadora, também o Filho do Homem se envergonhará dele quando vier na glória do seu Pai com seus santos anjos”.
9,1Disse-lhes Jesus: “Em verdade vos digo, alguns dos que aqui estão não morrerão sem antes terem visto o Reino de Deus chegar com poder”.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
Comentário

Nesta passagem do Evangelho, Jesus indica o caminho para nossa felicidade terrena e eterna: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga” (Mc 8,34)Com esse ensinamento podemos perceber que o sofrimento nem sempre causa a infelicidade. Sobretudo, quando é visto como um “completar na carne o que falta à Paixão de Cristo”, como nos ensina São Paulo.
Seguir Jesus significa vivenciar Seus ensinamentos, tornar prática a fé que temos na pessoa d’Ele. Porém, tudo isso feito conscientemente, não levado apenas pelas circunstâncias: “Já que não tenho outra saída, então que seja assim”.
É necessário termos plena consciência de que Jesus não veio para organizar o mundo pelo exercício do poder, mas para transformá-lo pela prática do amor humilde e solidário. Isto implica sacrifício, jejum, penitência, partilha e despojamento. Por isso, o Senhor retoma a instrução aos discípulos quanto ao despojamento de si mesmos e à disponibilidade a serem assumidos por eles.
“Perder a vida” por causa de Jesus é desprezar os sedutores projetos de sucesso, enriquecimento e consumismo oferecidos pelos poderosos deste mundo. “Perder sua vida” é estar a serviço dos mais necessitados e excluídos, assim como fez Jesus. É viver o amor, comprometendo-se com a luta em vista da restauração da vida e da conquista da paz.
“Senhor Jesus Cristo, muitas vezes, eu e minha família estamos bem agarrados à nossa vida. Não queremos abandoná-la, mas guardá-la totalmente para nós. Queremos possuí-la, não oferecê-la. No entanto, o Senhor nos precede e nos mostra que é apenas dando a vida que podemos tê-la em plenitude. Ensina-nos que o caminho para que isso aconteça é o da cruz.”
Jesus nos diz que a cruz é a oferta de nós mesmos, todavia, isto nos pesa bastante.
“Dê-me a graça de entender que, na Sua Via-sacra, o Senhor levou também a minha cruz. E não a levou apenas num momento qualquer do passado – uma vez que o Seu amor é contemporâneo à minha existência -, pois a carrega hoje, comigo e por mim. De maneira admirável, quer que também eu – como outrora Simão de Cirene – leve com o Senhor a Sua cruz e, acompanhando-O, ponha-me a serviço da redenção do mundo. Ajuda-me não só a acompanhá-Lo com nobres pensamentos, mas a caminhar pelo Seu caminho com o coração. Mais ainda, com os passos concretos da vida no meu dia a dia. Liberta-me, Senhor, da vergonha, do medo da cruz, do medo daquilo que as pessoas possam dizer de mim – até mesmo a minha família -, do medo de que a minha vida possa escapar-me se não aproveitar tudo o que ela me oferece.
Ajuda-me a desmascarar as tentações que me prometem a vida, mas cujas consequências me deixam, no fim, sem objetivo e desiludido. Auxilia-me, Jesus, a não me fazer “senhor” da minha vida nem da dos outros, pois ao Senhor ela pertence. Dê-me força e coragem para renunciar a mim mesmo e tomar a cruz todos os dias. E, assim, colocar-me em Seu seguimento.
Acompanhando o Senhor pelo caminho do “grão de trigo que cai na terra para dar muito fruto” (Jo 12,24), ajuda-me a encontrar o caminho do amor que me dá verdadeiramente a vida em abundância.
Padre Bantu Mendonça