quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Santo do Dia

Santo Inácio de Antioquia

No centro do Coliseu romano, o bispo cristão aguarda ser trucidado pelas feras, enquanto a multidão exulta em gritos de prazer com o espetáculo sangrento que vai começar. Por sua vez, no estádio, cristãos incógnitos, misturados entre os pagãos, esperam, horrorizados, que um milagre salve o religioso. Os leões estão famintos e excitados com o sangue já derramado na arena. O bispo Inácio de Antioquia, sereno, esperava sua hora pronunciando com fervor o nome do Cristo. 

Foi graças a Inácio que as palavras cristianismo e Igreja Católica surgiram. Era o início dos tempos que mudaram o mundo, próximo do ano 35 da era cristã, quando ele nasceu. Segundo os estudiosos, não era judeu e teria sido convertido pela primeira geração de cristãos, os apóstolos escolhidos pelo próprio Jesus. Cresceu e foi educado entre eles, depois sucedeu Pedro no posto de bispo de Antioquia, na Síria, considerada a terceira cidade mais importante do Império Romano, depois de Roma e Alexandria, no Egito. Gostava de ser chamado Inácio Nurono. Inácio deriva do grego "ignis", fogo, e Nurono era nome que ele mesmo dera a si, significando "o portador Deus". Desse modo viveu toda a sua vida: portador de Deus que incendiava a fé. 

Mas sua atuação logo chamou a atenção do imperador Trajano, que decretou sua prisão e ordenou sua morte. Como cristão, deveria ser devorado pelas feras para diversão do povo ávido de sangue. O palco seria o recém-construído Coliseu. 

A viagem de Inácio, acorrentado, de Antioquia até Roma, por terra e mar, foi o apogeu de sua vida e de sua fé. Feliz por poder ser imolado em nome do Salvador da humanidade, pregou por todos os lugares por onde passou, até no local do martírio. Sua prisão e condenação à morte atraiu todos os bispos, clérigos e cristãos em geral, de todas as terras que atravessou. Multidões juntavam-se para ouvir suas palavras. Durante a viagem final, escreveu sete cartas que figuram entre os escritos mais notáveis da Igreja, concorrendo em importância com as do apóstolo Paulo. Em todas faz profissão de sua fé, e contêm ensinamentos e orientações até hoje adotados e seguidos pelos católicos, como ele tão bem nomeou os seguidores de Jesus. 

Numa dessas cartas, estava o seu especial pedido: "Deixai-me ser alimento das feras. Sou trigo de Deus. É necessário que eu seja triturado pelos dentes dos leões para tornar-me um pão digno de Cristo". Fazia-o sabendo que muitos de seus companheiros poderiam influenciar e conseguir seu perdão junto ao imperador. Queria que o deixassem ser martirizado. Sabia que seu sangue frutificaria em novas conversões e que seu exemplo tocaria o coração dos que, mesmo já convertidos, ainda temiam assumir e propagar sua religião. 

Em Roma, uma festa que duraria cento e vinte dias tinha prosseguimento. Mais de dez mil gladiadores dariam sua vida como diversão popular naquela comemoração pela vitória em uma batalha. Chegada a vez de Inácio, seus seguidores e discípulos esperavam, ainda, o milagre. 

Que não viria, porque assim desejava o bispo mártir. Era o dia 17 de outubro de 107, sua trajetória terrena entrava para a história da humanidade e da Igreja.

Evangelho do Dia

Evangelho (Lucas 11,42-46)
Quarta-Feira, 17 de Outubro de 2012
Santo Inácio de Antioquia



— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.


Naquele tempo, disse o Senhor: 42“Ai de vós, fariseus, porque pagais o dízimo da hortelã, da arruda e de todas as outras ervas, mas deixais de lado a justiça e o amor de Deus. Vós deveríeis praticar isso, sem deixar de lado aquilo. 43Ai de vós, fariseus, porque gostais do lugar de honra nas sinagogas, e de serdes cumprimentados nas praças públicas. 44Ai de vós, porque sois como túmulos que não se veem, sobre os quais os homens andam sem saber”.
45Um mestre da Lei tomou a palavra e disse: “Mestre, falando assim, insultas-nos também a nós!” 46Jesus respondeu: “Ai de vós também, mestres da Lei, porque colocais sobre os homens cargas insuportáveis, e vós mesmos não tocais nessas cargas, nem com um só dedo”.


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.


Comentário

No Evangelho de hoje, vemos continuar o relacionamento conflituoso entre Jesus e as autoridades religiosas da época.
O “Ai de vós” pronunciado por Cristo, referindo-se aos fariseus que deixam de lado a justiça e o amor a Deus e ao próximo, torna-se uma crítica de Jesus contra os líderes religiosos daquela época e que pode ser repetida contra muitos líderes religiosos dos séculos seguintes até hoje. Muitas vezes, em nome de Deus, insistimos em detalhes e esquecemos a justiça e o amor.
A observação final de Jesus diz: “Vós deveríeis praticar isso, sem deixar de lado aquilo”. Esta advertência faz lembrar uma outra observação de Jesus que serve de comentário: “Não penseis que eu vim abolir a Lei e os Profetas. Não vim abolir, mas dar-lhes pleno cumprimento” (Mt 5,17-20). Jesus é a plenitude da Lei. Sem Ele ninguém vai ao Pai. Então, ouvir a Sua palavra, guardá-la e pô-la em prática, vale mais do que toda a Lei e os Profetas.
Nos Evangelhos, a imagem que os fariseus passavam ao povo em geral era muito forte. Por fora, sempre pareciam justos e bons, mas esse aspecto é um engano, pois dentro deles existia um “sepulcro escondido” que, sem o povo se dar conta, espalhava um veneno que mata, que comunica uma mentalidade que afasta de Deus e sugere uma compreensão errada da Boa Nova do Reino. Uma ideologia que faz do Deus vivo um ídolo morto! Não será esta a sua situação, às vezes?
Talvez você diga: “Não! Isto não me diz respeito”. Mas veja, ao mestre que reclama pela mensagem bem dada, Jesus responde deixando bem claro: “Ai de vós também, mestres da Lei, porque colocais sobre os homens cargas insuportáveis, e vós mesmos não tocais nessas cargas, nem com um só dedo”.
No Sermão da Montanha, Jesus expressou a mesma crítica que serve de comentário: “Os doutores da Lei e os fariseus têm autoridade para interpretar a Lei de Moisés. Por isso, vós deveis fazer e observar tudo o que eles dizem. Mas não imiteis suas ações, pois eles falam e não praticam. Amarram pesados fardos e os colocam no ombro dos outros, mas eles mesmos não estão dispostos a movê-los, nem sequer com um dedo” (Mt 23,2-4).
A hipocrisia mantém uma aparência enganadora. Até onde atua em mim a hipocrisia? Até onde a hipocrisia atua na nossa Igreja? Jesus criticava os escribas que insistiam na observância disciplinar das coisas miúdas da Lei como o dízimo da hortelã, da arruda e de todas as ervas, e esqueciam de insistir no objetivo da Lei que é a prática da justiça e do amor. Para mim esta critica vale! E para você?
Pai, coloca-me em sintonia com Jesus, para Quem a justiça e o amor a Ti valem mais que o legalismo dos que são incapazes de descobrir o Teu verdadeiro desígnio.
Padre Bantu Mendonça

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Santo do Dia

                                                           São Francisco de Assis

Francisco nasceu em Assis, na Úmbria (Itália) em 1182. Jovem orgulhoso, vaidoso e rico, que se tornou o mais italiano dos santos e o mais santo dos italianos.
Com 24 anos, renunciou a toda riqueza para desposar a "Senhora Pobreza". Aconteceu que Francisco foi para a guerra como cavaleiro, mas doente ouviu e obedeceu a voz do Patrão que lhe dizia: "Francisco, a quem é melhor servir, ao amo ou ao criado?". Ele respondeu que ao amo. "Porque, então, transformas o amo em criado?", replicou a voz. No início de sua conversão, foi como peregrino a Roma, vivendo como eremita e na solidão, quando recebeu a ordem do Santo Cristo na igrejinha de São Damião: "Vai restaurar minha igreja, que está em ruínas".
Partindo em missão de paz e bem, seguiu com perfeita alegria o Cristo pobre, casto e obediente. No campo de Assis havia uma ermida de Nossa Senhora chamada Porciúncula. Este foi o lugar predileto de Francisco e dos seus companheiros, pois na Primavera do ano de 1200 já não estava só; tinham-se unido a ele alguns valentes que pediam também esmola, trabalhavam no campo, pregavam, visitavam e consolavam os doentes.
A partir daí, Francisco dedica-se a viagens missionárias: Roma, Chipre, Egito, Síria... Peregrinando até aos Lugares Santos. Quando voltou à Itália, em 1220, encontrou a Fraternidade dividida. Parte dos Frades não compreendia a simplicidade do Evangelho. Em 1223, foi a Roma e obteve a aprovação mais solene da Regra, como ato culminante da sua vida
 Na última etapa de sua vida, recebeu no Monte Alverne os estigmas de Cristo, em 1224. Já enfraquecido por tanta penitência e cego por chorar pelo amor que não é amado, São Francisco de Assis, na igreja de São Damião, encontra-se rodeado pelos seus filhos espirituais e assim, recita ao mundo o cântico das criaturas.
O seráfico pai, São Francisco de Assis, retira-se então para a Porciúncula, onde morre deitado nas humildes cinzas a 3 de outubro de 1226. Passados dois anos incompletos, a 16 de julho de 1228, o Pobrezinho de Assis era canonizado por Gregório IX.

São Francisco de Assis, rogai por nós!

Evangelho do Dia


Evangelho (Lucas 10,1-12)

Quinta-Feira, 4 de Outubro de 2012
São Francisco de Assis


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 1o Senhor escolheu outros setenta e dois discípulos e os enviou dois a dois, na sua frente, a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir.
2E dizia-lhes: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos”. Por isso, pedi ao dono da messe que mande trabalhadores para a colheita. 3Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos. 4Não leveis bolsa nem sacola nem sandálias, e não cumprimenteis ninguém pelo caminho! 5Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’ 6Se ali morar um amigo da paz, a vossa paz repousará sobre ele; se não, ela voltará para vós. 7Permanecei naquela mesma casa, comei e bebei do que tiverem, porque o trabalhador merece o seu salário. Não passeis de casa em casa.
8Quando entrardes numa cidade e fordes bem recebidos, comei do que vos servirem, 9curai os doentes que nela houver e dizei ao povo: ‘O Reino de Deus está próximo de vós’.
10Mas, quando entrardes numa cidade e não fordes bem recebidos, saindo pelas ruas, dizei: 11‘Até a poeira de vossa cidade que se apegou aos nossos pés, sacudimos contra vós. No entanto, sabei que o Reino de Deus está próximo!’ 12Eu vos digo que, naquele dia, Sodoma será tratada com menos rigor do que essa cidade”.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor. 
Comentário
Lucas narra que Jesus envia um novo grupo: o dos 72 discípulos. Eles são enviados “na frente” do Senhor, como precursores, como preparadores da chegada do Reino de Deus. O número 72 é simbólico e indica a universalidade da missão: o número 72 é múltiplo de 12 para representar a totalidade do povo de Deus.
A missão, portanto, não é uma tarefa somente de alguns, do grupo dos Doze, mas uma obra também dos leigos, ou seja, de todos os cristãos. Assim, a missão é universal desde a sua origem e compreende todos. O texto especifica que Jesus envia “dois a dois”, pois o anúncio do Evangelho não é uma tarefa pessoal, mas de uma comunidade. O fato de serem enviados “dois a dois” também quer mostrar a credibilidade do testemunho, além do fato do encorajamento que um pode dar ao outro no caso de desânimo diante das dificuldades.
Jesus, depois de ter falado em semente e em arado, fala agora de colheita. Esta última, por sua vez, é imensa. Mas os trabalhadores disponíveis são poucos. Ontem e hoje vivemos a mesma situação. É um trabalho gigantesco e nunca haverá trabalhadores suficientes; só o Pai pode chamá-los e enviá-los. Assim, é necessário rezar a Ele, pedindo que chame mais pessoas. É justamente por causa da extensão da missão que Jesus chama mais este grupo de ajudantes e, mesmo assim, são poucos diante da imensidão da missão que Ele tem pela frente e da qual nos torna participantes.
Jesus faz o envio: “Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos”. É a imagem clássica da fraqueza diante da violência. A missão é uma obra difícil e perigosa. Aqueles que Ele enviou devem cumprir fielmente o seu trabalho, mas não devem exigir demasiado de si mesmos nem entrar em pânico diante da grandeza da missão. Devem, sim, ter consciência que não será uma tarefa fácil e que nem sempre serão recebidos “de braços abertos”. Devem fazer sua parte com competência e perseverança, pois, em último caso, a responsabilidade é de Deus; e Ele não deixará cair em ruínas a sua messe, mandando trabalhadores necessários para isto.
A mensagem a ser levada é o dom da paz – no sentido mais completo – às pessoas e às famílias e, sobretudo, a mensagem de que “o Reino de Deus está próximo de vós”. O Reino de Deus é, antes de tudo, uma pessoa: Jesus. Quem O acolhe encontra a vida, a alegria e a missão de anunciá-Lo.
O gesto de “bater, sacudir a poeira dos pés”, era um gesto simbólico dos israelitas que, ao ingressar de novo no próprio país, depois de terem estado em território pagão, não queriam ter nada em comum com o modo de vida deles. Libertar-se da poeira que se grudou aos pés enquanto estavam em território pagão significava ruptura total com aquele sistema de vida. Fazendo isso, os discípulos transferem toda a responsabilidade pela rejeição da Palavra àqueles que os acolheram mal e rejeitaram o anúncio do Evangelho. E a paz oferecida não se perde, mas volta a quem oferece.
O estilo da missão de Jesus e dos discípulos é o oposto daquele dos poderosos que o mundo de hoje idolatra. Não se baseia sobre a vontade de dominar, a arrogância ou a ambição, mas sobre a proposta humilde, respeitosa, atenta aos mais fracos, oferecida na gratuidade, sem buscar outras recompensas. O Evangelho de Jesus é uma mensagem de vida verdadeira para quem confia somente em Deus, que é Pai e também Mãe: “como uma mãe que acaricia o filho, assim eu vos consolarei” e em Cristo crucificado e ressuscitado.
Os 72 discípulos tinham uma tarefa nova e difícil. Mas estes voltam para Jesus muito contentes porque ficaram impressionados pelos prodígios que puderam ver. Jesus freia um pouco esta alegria e diz: “antes, ficai alegres porque vossos nomes estão escritos no céu”.
Como podemos nós, discípulos de Jesus, seguir nossa missão em meio aos lobos do tempo atual? A missão é mais forte do que o medo. Às vezes, somos tomados por pensamentos negativos, tipo: “O que vão pensar?” ou “O que vão dizer?”. É humano sentir medo, mas a missão deve superar os nossos temores. Nenhum profissional tem medo de falar de sua profissão. Então, por que deveríamos nós, cristãos, ter medo de falar de Cristo, da Sua Pessoa, da Sua verdade, da Sua vida, do Seu amor, do Seu mistério?
A fé e a missão começam no coração e devem terminar nos lábios e nas ações. Não podemos deixar que o receio atrapalhe a nossa missão cristã.
Pai, que a perspectiva de dificuldades a serem encontradas no apostolado não me faça recuar da missão de preparar o mundo para acolher Seu Filho Jesus.
Padre Bantu Mendonça

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Reflexão

Bom Dia Amigos!!

Todos nós temos um sonho que nos motiva... Qual é o sonho da sua vida?

Reflitam!!

Sonhos e mais sonhos que fazem o ser humano levar adiante a sua própria vida, e as vezes, sonhos dependentes, que nos fazem até acreditar que só com a realização dos mesmos teremos condições de seguir adiante, como o de ganhar em uma loteria, receber uma herança, uma promoção mágica, um emprego que aparece do nada, passar naquele concurso vitalício, entre outros.

Mesmo com tantos sonhos, podemos classificá-los em dois tipos:
Os sonhos que se sonham acordado, que são esses motivadores rápidos do dia a dia e que vão perdendo a força a medida que o tempo passa, ou conforme vão sendo realizados, e os "sonhos dos ideais da alma", que pode ser apenas um sonho, como por exemplo, o jovem que desde criança decidiu ser bombeiro, médico ou astronauta sei-lá, mas que persegue esse objetivo como ponto de honra na sua vida. Assim, como aquela criança que canta muito bem e já se sabe que ela vai tentar de todas as formas seguir cantando, ou o pequeno artista que vai ser ator com toda a certeza. Esses são os sonhos fundamentais, são a própria razão da nossa existência.

Qual é o sonho do ideal da sua alma? O que te motiva? Onde você quer chegar? Será que você não anda se desviando do seu sonho ou quem sabe até sufocando-o em nome de algo ou alguém? Será que você não tem se perdido entre sonhos de consumo, ideias e ideais que não são seus? Pense com carinho no objetivo da sua vida, no foco que você deve se concentrar, assim se perde menos tempo, sofre-se menos e vive-se muito melhor.
Qual é o sonho da sua vida?
Defina-se e parta para a luta, sem esquecer-se que nunca é tarde para sonhar, nem para recomeçar...
Eu acredito em você...

Santo do Dia

                                          Santa Teresinha do Menino Jesus (de Lisieux)
A vida da santa Teresa de Lisieux, ou santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, seu nome de religiosa e como o povo carinhosamente a prefere chamar, marca na história da Igreja uma nova forma de entregar-se à religiosidade. No lugar do medo do "Deus duro e vingador", ela coloca o amor puro e total a Jesus como um fim em si mesmo para toda a existência eterna. Um amor puro, infantil e total, como deixaria registrado nos livros "Infância espiritual" e "História de uma alma", editados a partir de seus escritos. Sua vida foi breve, mas plena de dedicação e entrega. Morreu virgem como Maria, a Mãe que venerava, e jovem como o amor que vivenciava a Jesus, pela pura ação do Espírito Santo.
Teresinha nasceu em Alençon, na França, em 2 de janeiro de 1873. Foi batizada com o nome de Maria Francisca Martin e desde então destinada ao serviço religioso, assim como suas quatro irmãs. Os pais, quando jovens, sonhavam em servir a Deus. Mas circunstâncias especiais os impediram e a mãe prometeu ao Senhor que cumpriria seu papel de genitora terrena, mas que suas filhas trilhariam o caminho da fé. E assim foi, com entusiasmada aceitação por parte de Teresinha desde a mais tenra idade.
Caçula, viu as irmãs mais velhas, uma a uma, consagrando-se a Deus até chegar sua vez. Mas a vontade de segui-las era tanta que não quis nem esperar a idade correta. Aos quinze anos, conseguiu permissão para entrar no Carmelo, em Lisieux, permissão concedida especial e pessoalmente pelo papa Leão XIII.
Ela própria escreveu que, para servir a Jesus, desejava ser cavaleiro das cruzadas, padre, apóstolo, evangelista, mártir... Mas ao perceber que o amor supremo era a fonte de todas essas missões, depositou nele sua vida. Sua obra não frutificou pela ação evangelizadora ou atividade caritativa, mas sim em oração, sacrifícios, provações, penitências e imolações, santificando o seu cotidiano enquanto carmelita. Essa vivência foi registrada dia a dia, sendo depois editada, perpetuando-se como livro de cabeceira de religiosos, leigos e da elite dos teólogos, filósofos e pensadores do século XX.
Teresinha teve seus últimos anos consumidos pela terrível tuberculose, que, no entanto, não venceu sua paciência com os desígnios do Supremo. Morreu em 1° de outubro de 1897, com vinte e quatro anos, depois de prometer uma chuva de rosas sobre a Terra quando expirasse. Essa chuva ainda cai sobre nós, em forma de uma quantidade incalculável de graças e milagres alcançados através de sua intervenção em favor de seus devotos.
Teresa de Lisieux foi beatificada em 1923 e canonizada em 1925 pelo papa Pio XI. Ela, que durante toda a sua vida teve um grande desejo de evangelizar e ofereceu sua vida à causa missionária, foi aclamada, dois anos depois, pelo mesmo pontífice, como "padroeira especial de todos os missionários, homens e mulheres, e das missões existentes em todo o universo, tendo o mesmo título de são Francisco Xavier". Esta "grande santa dos tempos modernos" foi proclamada doutora da Igreja pelo papa João Paulo II em 1997.

Evangelho do Dia


Evangelho (Lucas 9,46-50)

Segunda-Feira, 1 de Outubro de 2012
Santa Teresinha do Menino Jesus


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 46houve entre os discípulos uma discussão, para saber qual deles seria o maior. 47Jesus sabia o que estavam pensando, pegou então uma criança, colocou-a junto de si 48e disse-lhes: “Quem receber esta criança em meu nome, estará recebendo a mim. E quem me receber, estará recebendo aquele que me enviou. Pois aquele que entre todos vós for o menor, esse é o maior”.
49João disse a Jesus: “Mestre, vimos um homem que expulsa demônios em teu nome. Mas nós lho proibimos, porque não anda conosco”. 50Jesus disse-lhe: “Não o proibais, pois quem não está contra vós, está a vosso favor”.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Comentário
O Evangelho de hoje trata de um assunto que nunca sai de moda: a vaidade, a soberba, o orgulho, a avareza, ou seja, dos sete pecados capitais que se resume no desejo de ser grande. O desejo de se sentir importante é um dos mais primitivos desejos do ser humano. Aliás, o ditado popular diz que o coração do homem é insaciável de ambições: “Quanto mais tem mais quer”.
Diferentemente da nossa maneira de pensar e olhar, Jesus nunca olha para uma pessoa, mas sempre olha através da pessoa. Quando olhamos para alguém, não percebemos o que aquela pessoa está passando, pensando e sentindo. Isso nós só conseguimos saber quando nos anulamos e nos colocamos no lugar da outra pessoa. Jesus foi, então, o maior de todos os psicólogos que já existiu. Ele sondava o coração, e era capaz de ser aquela pessoa.
Na passagem de hoje, Ele sondou o coração dos discípulos e sentiu que eles se perguntavam quem, dentre os Doze, seria o maior. Eles eram humanos como nós, e dentro do grupo procuravam uma posição de destaque. Observe que Jesus não coloca todos no mesmo patamar. Jesus admite que haja a possibilidade de alguém ser maior que os outros. Existe uma hierarquia no Reino dos Céus. Mas essa hierarquia é o inverso da nossa.
Aqui, neste mundo, quanto maior for a sua posição mais inacessível você se torna. Na hierarquia de Jesus, quanto mais acessível você for maior a sua posição. Viu como inverte duplamente? Neste mundo, você cresce e se torna inacessível; no Reino dos Céus, você se torna acessível e cresce!
Quando as pessoas tiverem medo e resistência em falar com você, significa que algo está errado. O primeiro passo é assumir. Se você não assumir, não vai conseguir nem passar para o segundo passo: descobrir o porquê. A maioria das pessoas quer interagir mais, ter mais e melhores amigos. Mas só o farão se encontrarem abertura no seu coração. E isto pode ser na forma de um sorriso, uma brincadeira ou até em você saber o nome da pessoa e chamá-la pelo nome. E esse já é o terceiro passo: abrir-se. Em pouco tempo, você já vai ser tão solicitado, que não vai dar nem conta de tanta responsabilidade.
O missionário do Reino, portanto, não pode desprezar ninguém! A criança que Jesus tomou em seus braços nesta passagem, representa não só as crianças, mas todos os que são excluídos neste mundo.
Jesus nos revela hoje a novidade do projeto de Deus: é um mundo de justiça, de vida plena para todos, abolindo os privilégios daqueles que concentram poder a partir da acumulação de riquezas ou do prestígio religioso. Percebe-se, nos Evangelhos, que os discípulos vindos do Judaísmo sempre tiveram dificuldades em compreendê-lo. Estavam tomados pela ideologia messiânica nacionalista. Como Jesus falou para eles sobre a fragilidade de sua condição humana, vulnerável ao sofrimento e à morte, aludindo ao fim que pressentia acontecer em Jerusalém e os discípulos não entenderam e logo em seguida, passam a discutir quem seria o maior, pensando que Jesus estaria na iminência de conquistar o poder, assim também Ele quer falar para nós.
Jesus nos apresenta como exemplo e, sobretudo, condição para sermos os maiores no Seu Reino o olhar puro e simples de uma criança. A criança como símbolo e modelo de humildade e exclusão do Reino dos Céus. Somos chamados a viver dedicados ao serviço, sem pretensões ao poder e a privilégios.
Pai, que eu busque sempre destacar-me no serviço ao meu semelhante, de modo especial, aos mais necessitados. Pois nisto consiste minha verdadeira grandeza de discípulo. E que nesta busca eu seja simples, puro e humilde como as crianças.
Padre Bantu Mendonça