domingo, 29 de julho de 2012

Aniversariante do Dia Jorge Eduardo do grupo de Jovens Nova Geração!

Parabéns Jorge Eduardo!!!
Nos que fazemos parte do Grupo de Jovens Nova Geração te desejamos tuodo de bom.
Que Deus te abençoe!
Felicidades!
Gaça & Paz!!!

Santo do Dia

Santa Marta
As Escrituras contam que, em seus poucos momentos de descanso ou lazer, Jesus procurava a casa de amigos em Betânia, local muito agradável há apenas três quilômetros de Jerusalém. Lá moravam Marta, Lázaro e Maria, três irmãos provavelmente filhos de Simão, o leproso. Há poucas mas importantíssimas citações de Marta nas Sagradas Escrituras.

É narrado, por exemplo, o primeiro momento em que Jesus pisou em sua casa. Por isso existe a dúvida de que Simão fosse mesmo o pai deles, pois a casa é citada como se fosse de Marta, a mais velha dos irmãos. Mas ali chegando, Jesus conversava com eles e Maria estava aos pés do Senhor, ouvindo sua pregação. Marta, trabalhadora e responsável, reclamou da posição da irmã, que nada fazia, apenas ouvindo o Mestre. Jesus aproveita, então, para ensinar que os valores espirituais são mais importantes do que os materiais, apoiando Maria em sua ocupação de ouvir e aprender.

Fala-se dela também quando da ressurreição de Lázaro. É ela quem mais fala com Jesus nesse acontecimento. Marta disse a Jesus: "Senhor, se tivesses estado aqui, o meu irmão não teria morrido. Mas mesmo agora, eu sei que tudo o que pedires a Deus, Deus dará".

Trata-se de mais uma passagem importante da Bíblia, pois do evento tira-se um momento em que Jesus chora: "O pranto de Maria provoca o choro de Jesus". E o milagre de reviver Lázaro, já morto e sepultado, solicitado com tamanha simplicidade por Marta, que exemplifica a plena fé na onipotência do Senhor.

Outra passagem é a ceia de Betânia, com a presença de Lázaro ressuscitado, uma prévia da última ceia, pois ali Marta serve a mesa e Maria lava os pés de Jesus, gesto que ele imitaria em seu último encontro coletivo com os doze apóstolos.

Os primeiros a dedicarem uma festa litúrgica a santa Marta foram os frades franciscanos, em 1262, e o dia escolhido foi 29 de julho. Ela se difundiu e o povo cristão passou a celebrar santa Marta como a Padroeira dos Anfitriões, dos Hospedeiros, dos Cozinheiros, dos Nutricionistas e Dietistas.

Evangelho do Dia

Evangelho (João 6,1-15)

Domingo, 29 de Julho de 2012
17º Domingo Comum

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo João.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, 1Jesus foi para o outro lado do mar da Galileia, também chamado de Tiberíades.
2Uma grande multidão o seguia, porque via os sinais que ele operava a favor dos doentes.
3Jesus subiu ao monte e sentou-se aí, com seus discípulos.
4Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus.
5Levantando o olhos, e vendo que uma grande multidão estava vindo ao seu encontro, Jesus disse a Filipe: “Onde vamos comprar pão para que eles possam comer?”
6Disse isso para pô-lo à prova, pois ele mesmo sabia muito bem o que ia fazer.
7Filipe respondeu: “Nem duzentas moedas de prata bastariam para dar um pedaço de pão a cada um”.
8Um dos discípulos, André, o irmão de Simão Pedro, disse: 9“Está aqui um menino com cinco pães de cevada e dois peixes. Mas o que é isto para tanta gente?”
10Jesus disse: “Fazei sentar as pessoas”. Havia muita relva naquele lugar, e lá se sentaram, aproximadamente, cinco mil homens.
11Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes.
12Quando todos ficaram satisfeitos, Jesus disse aos discípulos: “Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca!”
13Recolheram os pedaços e encheram doze cestos com as sobras dos cinco pães, deixadas pelos que haviam comido.
14Vendo o sinal que Jesus tinha realizado, aqueles homens exclamavam: “Este é verdadeiramente o Profeta, aquele que deve vir ao mundo”.
15Mas, quando notou que estavam querendo levá-lo para proclamá-lo rei, Jesus retirou-se de novo, sozinho, para o monte.



- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor. 
Comentário
Jesus sabe que o caminho dos homens é longo e que eles são fracos. Podem desfalecer enquanto caminham pelo mundo afora. É o que vemos no Evangelho de hoje: Jesus tem compaixão daquele povo que já estava cansado e com fome. Assim, compadecido em despedi-los neste estado, realiza o portentoso milagre da multiplicação dos pães.
A multidão seguia Jesus, “porque via os sinais que Ele operava a favor dos doentes”. No entanto, o Senhor tinha para com eles um zelo e um olhar de quem via todas as suas necessidades. Assim foi que, logo ao enxergar a multidão que vinha ao Seu encontro, Cristo lembrou-se de que eles deveriam estar com fome e precisavam se alimentar. Jesus aproveitava todas as oportunidades para instruir os Seus discípulos e para dar testemunho da bondade do Pai. Por isso, Ele os punha à prova a fim de medir a generosidade daqueles que caminhavam com Ele.
O Senhor sabia que a multidão faminta não poderia aprender os mistérios do Pai e, ao mesmo tempo, exercitava os Seus discípulos a não se omitirem diante dos desafios e a se colocarem sob a Providência Divina: “Onde vamos comprar pão para que eles possam comer?”
Assim foi que – questionados sobre o que teriam de fazer – apareceu André que lhe deu a notícia de alguém que tinha cinco pães e dois peixes. São lições que, hoje, servem para a nossa vida: Como alimentar tanta gente tendo tão pouco? O que fazer? O que pensar? Desistir, resmungar, murmurar?
“Fazei sentar as pessoas”, diz Jesus. O que isto pode significar para nós? Quando nos sentamos em família e em comunidade, colocamos o pouco que temos nas mãos de Deus e juntamos os nossos poucos dons e os oferecemos ao Senhor, o milagre acontece. Cada um de nós tem seu papel no diálogo, na compreensão, na serenidade, na partilha do amor. Quando nos colocamos nas mãos do Pai e nos dispomos a partilhar o que temos, com amor, Ele multiplicará Suas graças de provisão e nunca nos faltará nada.
Você tem vivido isso na sua família? Já percebeu, na sua casa, o que cada um tem para oferecer? Costuma sentar-se para fazer uma avaliação das suas possibilidades colocadas nas mãos de Deus? E o que é feito do milagre? Ele já aconteceu? Todo milagre é possível, porque Jesus se despiu de Sua glória, tornou-se ser humano e habitou entre nós.
Vemos, neste texto, que Jesus estava sempre próximo da multidão, dando-lhes acesso por meio de Sua convivência na sociedade. Jesus vivia no meio do povo: religiosos e pecadores, fariseus, sacerdotes, prostitutas, romanos, samaritanos, judeus, fenícios, ricos, pobres, fazendeiros, agiotas, lavradores, coletores de impostos, militares, pescadores, revolucionários, leprosos, cegos, aleijados, loucos, possessos, homens e mulheres.
Jesus encontrava as pessoas onde elas estavam: seja um cego à beira da estrada, uma mulher no poço, um agiota desiludido caminhando. Ele sempre aceitava o convite para passear, jantar, ir à casa dos outros, conhecer uns amigos, visitar doentes, ler a Bíblia, beber um copo de vinho numa festa etc. Assim, você deve, hoje, “sair do templo” e conviver com as pessoas. Vá ao encontro delas, porque você precisa ser o milagre entres os povos.
Este era o contexto, anterior ao milagre da multiplicação de pães e peixes, ao qual Jesus estava inserido: a) O dia havia sido exaustivo; b) Jesus recebe a notícia do assassinato de João Batista; c)  Ele sabe que Herodes perguntava por Ele. O Senhor respirava ameaças de morte. d) Ele recebe Seus discípulos contando tudo que tinham feito e ensinado, após serem enviados dois a dois. e) Jesus não teve tempo de almoçar nem de descansar. f) Mas, diante da multidão necessitada, reviu Sua agenda. Ele permitiu que a necessidade do povo carente se impusesse à d’Ele.
A compaixão venceu o luto, a ameaça de morte, o cansaço e a fome. A compaixão é o instrumento de Deus para nos fortalecer, para servir os pobres e os necessitados. Fuja do ativismo religioso que prioriza templo, coisas, programações. Priorize sempre as pessoas.
“Quem não serve para servir, não serve para viver”. Pregue o Evangelho para todo mundo. Para falar de amor, eu tenho de aprender a repartir o pão, chorar com os que choram e me alegrar com os que se alegram.
Lembro-lhe que o serviço acontece como uma ponte que liga a Palavra do Evangelho anunciada e a necessidade humana. E nós, discípulos de Cristo, somos os construtores dessa ponte para transformar vidas e salvar almas.
Padre Bantu Mendonça

 

sábado, 28 de julho de 2012

Evangelho do Dia


Evangelho (Mateus 13,24-30)

Sábado, 28 de Julho de 2012
16ª Semana Comum


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 24Jesus contou outra parábola à multidão: “O Reino dos Céus é como um homem que semeou boa semente no seu campo. 25Enquanto todos dormiam, veio seu inimigo, semeou joio no meio do trigo, e foi embora. 26Quando o trigo cresceu e as espigas começaram a se formar, apareceu também o joio.
27Os empregados foram procurar o dono e lhe disseram: ‘Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde veio então o joio?’ 28O dono respondeu: ‘Foi algum inimigo que fez isso’. Os empregados lhe perguntaram: ‘Queres que vamos arrancar o joio?’ 29O dono respondeu: ‘Não! pode acontecer que, arrancando o joio, arranqueis também o trigo. 30Deixai crescer um e outro até a colheita! E, no tempo da colheita, direi aos que cortam o trigo: arrancai primeiro o joio e o amarrai em feixes para ser queimado! Recolhei, porém, o trigo no meu celeiro!’”

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.


Comentário

No Evangelho de hoje, deparamo-nos com a parábola do joio. A palavra “parábola” vem do grego, cujo significado é “por junto duas coisas, comparar”. A definição popular é que se trata de uma história terrena que demonstra uma verdade celestial. Difere do conto ou da fábula, pois a história da parábola pode já ter sucedido ou pode ser real em qualquer momento futuro. Já o conto ou a fábula, não.
O joio é uma planta muito parecida com o trigo antes de se formar a espiga.
A espiga do joio é muito mais fina do que a do trigo e, frequentemente, está infectada com fungos que a tornam negra e venenosa. Também a própria gramínea tem, como o esporão do centeio, um componente venenoso. O joio só se distingue do trigo quando a espiga amadurece, sendo que a espiga do joio é formada por grãos pretos como de carvão.
O termo de comparação desta parábola é o Reino dos Céus. Apesar do título, ele tem como assento a terra, não no sentido geográfico, mas humano, por isso é mais exato traduzi-lo por “Reinado”.
O povo que o forma não é o conjunto dos bem-aventurados do Céu, mas refere-se à Igreja da Terra, formação visível da comunidade dos fiéis que escolheram Jesus como seu Senhor e que estão misturados no campo do mundo com pessoas que não são crentes ou têm outras ideologias, sem descartar que, dentro da Igreja, podem existir também os escandalosos e os que praticam a iniquidade, pois, na explicação dada por Jesus aos discípulos, Ele transforma a parábola em alegoria.
A parábola do joio é própria de Mateus, sem que encontremos um paralelo nos outros Evangelhos. Somente em 1 João 3,10 encontramos a oposição entre filhos de Deus e filhos do diabo. Estes são os que não praticam a justiça e não amam o seu irmão. A explicação da parábola revela, em parte, o mistério da iniquidade de que fala Paulo em 2Ts 2,7. Esta iniquidade é o fruto de se rejeitar a Lei – ou de ignorá-la! – e pode ser traduzida por maldade ou perversidade. Quem é o promotor dessa iniquidade é o maligno, o diabo. Nele, nasce a maldade e oposição ao Reino. Porém, existe o mistério de por que Deus permite o mal e de como combater o mesmo.
Sendo Todo-Poderoso e de bondade infinita, como o Senhor permite que o mal triunfe de modo a parecer que a parte maligna seja tão forte quanto a parte que Jesus diz dos filhos do Reino? Por isso existem ideologias em que ao Deus do bem se opõe o deus do mal. Ou será que satanás é tão forte quanto Deus? No livro de Jó, a Sagrada Escritura dá uma resposta parcial – quando da instigação de satanás – na qual Javé permite a experimentação do justo com a única exceção da vida.
Seria melhor chamar de “mistério da bondade” ao que se costuma expor como mistério da iniquidade. Perguntar a Deus por que não destrói o mau é o mesmo que perguntar ao Pai por que não mata o filho rebelde. O Senhor espera que este filho volte, um dia, arrependido para a casa que sempre será seu lar.
Na realidade, aqueles que agem na anomalia estão dissipando os seus bens. “Não sabem o que fazem”, dirá Jesus. O joio não se distingue do trigo, assim como uma árvore estéril não se distingue de uma boa, a não ser na época dos frutos.
Deus é o Pai que faz com que o sol nasça também para os maus e a chuva fertilize os campos dos incrédulos. No fim – e unicamente no fim – a Sua justiça acompanhará em parte a Sua misericórdia. Para os que receberão uma eternidade de dor, é justo que recebam uma vida temporal cheia de triunfos e alegrias. Como Jesus disse, na parábola do pobre Lázaro, os papéis serão invertidos: “Lembra-te que tu recebeste os bens e Lázaro, pelo contrário, só os males”.
A influência do diabo é a de semear o joio: propagar que a única maneira de alcançar a felicidade é saber viver na abundância e no prazer, pois não existe o “além” a quem tenhamos que prestar contas de nossas condutas. É difícil, diante desse programa de vida, pregar uma existência de sacrifício e renúncia, como Jesus pede a Seus discípulos. Por isso, o mal se converte em “bem aparente” e o verdadeiro bem está oculto aos olhos da multidão.
Livra-me, Senhor, desta semente maligna e abra-me à boa semente que é a Sua Palavra.
Padre Bantu Mendonça

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Reflexão


A GENTE SE ACOSTUMA
Marina Colassanti

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e não ver vista que não sejam as janelas ao redor. E porque não tem vista logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo se acostuma e não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, se esquece do sol, se esquece do ar, esquece da amplidão.

A gente se acostuma a acordar sobressaltado porque está na hora. A tomar café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder tempo. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E não aceitando as negociações de paz, aceitar ler todo dia de guerra, dos números, da longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: “hoje não posso ir”. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisa tanto ser visto. 
A gente se acostuma a pagar por tudo o que se deseja e necessita. E a lutar para ganhar com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra. 
A gente se acostuma a andar nas ruas e ver cartazes. A abrir as revistas e ler artigos. A ligar a televisão e assistir comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos. 
A gente se acostuma à poluição, às salas fechadas de ar condicionado e ao cheiro de cigarros. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam à luz natural. Às bactérias de água potável. À contaminação da água do mar. À morte lenta dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinhos, a não ter galo de madrugada, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta por perto. 
A gente se acostuma a coisas demais para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta lá.
Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente só molha os pés e sua o resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem muito sono atrasado.
A gente se acostuma a não falar na aspereza para preservar a pele. Se acostuma para evitar sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida.
Que aos poucos se gasta, e que, de tanto acostumar, se perde de si mesma. 

Santo do Dia

São Clemente de Ochrida
Clemente é chamado "de Ochrida" pela sua forte ligação com aquela cidade. Mas é também conhecido como "o búlgaro", e todos os títulos são apropriados, porque durante sua vida religiosa conviveu muito tempo com esse povo, deixando marcas profundas de sua presença na Bulgária. A sua origem, seu nascimento e juventude são desconhecidos. 

No século IX, o príncipe da Morávia solicitou ao imperador de Constantinopla que lhe enviasse evangelizadores de origem germânica. Tinha a intenção de ampliar a catequização da população, mas não queria os missionários "latinos", que eram diferentes dos "germânicos" nos rituais litúrgicos. Isso era possível porque a Igreja ainda não tinha um padrão para todos os rituais católicos. 

Seguiram para lá os irmãos Cirilo e Metódio, ambos germânicos, no futuro conhecidos como os "apóstolos do Oriente". Os dois irmãos levaram alguns colaboradores, um deles era Clemente. Como era muito culto e aplicado, tornou-se o colaborador direto de Metódio na adaptação da liturgia do Oriente para as populações daquela região. 

Clemente fez inúmeras viagens com os dois apóstolos por todo o leste europeu, sendo um discípulo fiel na pregação do cristianismo. A evangelização do leste europeu era marcada pela rivalidade gerada com divisão entre evangelizadores "latinos" e "germânicos". Tanto assim que o próprio Clemente precisou afastar-se de uma cidade, porque um bispo não aceitava os "ritos germânicos". 

Por isto, Clemente decidiu seguir para a Bulgária, onde, além de refúgio, encontrou um novo campo de ação. Lá, trabalhou na simplificação do novo alfabeto para facilitar os estudos. Também converteu à fé cristã o próprio rei, que deixou o trono e retirou-se para um mosteiro. Os outros dois reis sucessores encorajaram a obra missionária e Clemente foi nomeado "primeiro bispo de língua búlgara" para comandar a principal diocese. 

Porém Clemente tinha sempre o pensamento voltado para a querida cidade de Ochrida, onde havia construído uma escola, que também era um mosteiro. Era lá que pretendia recolher-se na velhice. Mas não conseguiu, porque antes deveria pessoalmente escolher, instruir e formar o bispo substituto. No dia 27 de julho de 916 ele faleceu na cidade de Velika. 

Seu corpo foi sepultado no Mosteiro de Ochrida, onde seu túmulo passou a ser visitado e venerado pela população. Em alguns lugares, por tradição popular, costuma ser lembrado no dia 25 de novembro. A Igreja Católica proclamou-o santo e escolheu o dia de sua morte, 27 de julho, para as homenagens litúrgicas.

Evangelho do Dia


Evangelho (Mateus 13,18-23)

Sexta-Feira, 27 de Julho de 2012
16ª Semana Comum



— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 18“Ouvi a parábola do semeador:19Todo aquele que ouve a palavra do Reino e não a compreende, vem o Maligno e rouba o que foi semeado em seu coração. Este é o que foi semeado à beira do caminho. 20A semente que caiu em terreno pedregoso é aquele que ouve a palavra e logo a recebe com alegria; 21mas ele não tem raiz em si mesmo, é de momento: quando chega o sofrimento ou a perseguição, por causa da palavra, ele desiste logo. 22A semente que caiu no meio dos espinhos é aquele que ouve a palavra, mas as preocupações do mundo e a ilusão da riqueza sufocam a palavra, e ele não dá fruto. 23A semente que caiu em boa terra é aquele que ouve a palavra e a compreende. Esse produz fruto. Um dá cem, outro sessenta e outro trinta”.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Comentário

Caríssimos, fico a pensar se, no tempo das primeiras comunidades cristãs, existiam pessoas que se perguntavam entre elas: “Tal pessoa ouviu a Palavra de Deus, mas não tem vivência cristã?” Ou ainda: “Fulano começou tão bem na Igreja, mas abandonou tudo agora?”.
O Evangelho de hoje, quando nos apresenta a interpretação de Jesus quanto a parábola do semeador (cf. Mt 13, 18-23), não vem nos dar matéria para julgarmos os outros, mas para lançar sobre nós mesmos um olhar mais profundo quanto ao nosso relacionamento com a Palavra de Deus e o testemunho que temos transmitido uns aos outros, os tais frutos.
Interessante perceber que a explicação que Jesus, o Divino Semeador, faz de Sua parábola do semeador está endereçada a este tipo – necessário e diário – de exame de consciência. Até porque, o problema nunca estará na Palavra de Deus quando anunciada corretamente:“Pois a Palavra de Deus é viva, eficaz e mais penetrante que qualquer espada de dois gumes. Penetra até dividir alma e espírito, articulações e medulas. Julga os pensamentos e as intenções do coração” (Hb 4,12).
Como está o nosso acolhimento? Esta palavra dependerá não somente da escuta externa, mas de uma compreensão interior dela para que os frutos sejam produzidos “um cem, outro sessenta e outro trinta” (v. 23). Contudo, não significa que o Senhor considere “tudo fácil”, como se não houvessem pressões internas e externas que pudessem “abortar” a eficácia concreta da vontade de Deus a nosso respeito.
São várias as forças contraditórias, tão conhecidas pelo Senhor, a ponto d’Ele mesmo elencar algumas realidades: comprometer-se com Deus só baseado em emoções momentâneas (v.21) e estar desprotegido perante as solicitações da vida e das tentações (v.22). E outras tantas fraquezas que Jesus não trata com indiferença, muito pelo contrário, Ele quer cuidar e auxiliar com a Sua infinita misericórdia e ação do poderoso Espírito.
Por isso, não podemos arrumar desculpas, como: “Somos frutos destas circunstâncias e vítimas das pressões que nos rodeiam! Somos fracos! Resultado do meio em que nascemos e vivemos!” Se fosse assim, meu irmão e irmã, você haveria de concordar comigo, que Nosso Senhor teria que ter pregado para os anjos bons, e não a nós, pobres pecadores!
Mas quem disse que Ele veio nos salvar pelos nossos méritos e meios puramente humanos e falíveis? A Palavra encarnada veio, na certeza que seríamos – e de fato fomos! – salvos pelos méritos de Cristo e na força do Seu Espírito de Misericórdia. Instituiu a Igreja como serva da Palavra e instrumento desta Salvação, no poder do Crucificado-Ressuscitado.
Sabemos que, mesmo assim, o crescimento na vivência do plano de amor que o Pai tem para nós (e para cada um em particular), é um drama que não permite “romantismos melosos” e nem uma “tragédia”. Dentro da liberdade de cada um, diariamente, pela “fé que opera pelas obras” (cf.  Gl 5,5), precisamos nos abrir à graça do Senhor para sermos “terras boas”, através das quais os que nos conhecerem possam se “alimentar” do nosso testemunho e glorificar ao Pai do Céu pelas nossas boas obras (cf. Mt 5,16).
O contrário poderá ser uma infundada desconfiança da eficácia da Palavra, pois da parte do Divino Semeador sempre prevalecerá esta verdade: “A chuva e a neve que caem do céu para lá não voltam sem antes molhar a terra e fazê-la germinar e brotar, a fim de produzir semente para quem planta e alimento para quem come, assim também acontece com a minha palava: Ela sai da minha boca e para mim não volta sem produzir seu resultado, sem fazer aquilo que planejei, sem cumprir com sucesso a sua missão” (Is 55,10-11).
Enquanto da relação da Palavra e nós, os outros de forma correta ou não também dirão algo. E se nada  disserem… Será que a nossa vida está comunicando algo? Façamos hoje e sempre o nosso exame de consciência à luz da Palavra eficaz.
Padre Fernando Santamaria
Comunidade Canção Nova