domingo, 1 de abril de 2012

Reflexão

A PISCINA E A CRUZ


Conta-se que um excelente nadador tinha o costume de correr até a água e
molhar somente o dedão do pé antes de qualquer mergulho...
Alguém intrigado com aquele comportamento lhe perguntou qual a razão
daquele hábito.

O nadador sorriu e respondeu:
Há alguns anos eu era um professor de natação de um grupo de homens.
Eu os ensinava a nadar e a saltar do trampolim.
Certa noite, eu não conseguia dormir e fui à piscina para nadar um pouco.

Não acendi a luz, pois a lua brilhava através do teto de vidro do clube.
Quando eu estava no trampolim, vi minha sombra na parede da frente.
Com os braços abertos, minha imagem formava uma magnífica cruz.
Em vez de saltar, fiquei ali parado, contemplando minha imagem.
Nesse momento pensei na cruz de Jesus Cristo e em seu significado.
Eu não era um cristão, mas quando criança aprendi que Jesus Cristo
tinha morrido para nos salvar pelo seu precioso sangue.
Naquele momento as palavras daquele ensinamento me vieram à Mente e
me fizeram recordar do que eu havia aprendido sobre a morte de Jesus Cristo.

Não sei quanto tempo fiquei ali parado com os braços estendidos.
Finalmente desci do trampolim fui até à escada para mergulhar na água.
Desci a escada e meus pés tocaram o piso duro e liso do fundo da piscina.
Haviam esvaziado a piscina e eu não tinha percebido.

Tremi todo e senti um calafrio na espinha.
Se eu tivesse saltado seria meu ultimo salto.
Naquela noite a imagem da cruz na parede salvou a minha vida.

Fiquei tão agradecido a Deus, que ajoelhei na beira da piscina,
confessei  meus pecados e me entreguei a Ele, consciente de que foi
exatamente em uma cruz que Jesus morreu para me salvar.
Naquela noite fui salvo duas vezes, e para nunca mais esquecer,
sempre que vou à piscina molho o dedão do pé antes de saltar para
 
a água.
 
 

Santo do Dia

                                                                                      São Hugo

Hugo nasceu numa família de condes, em 1053, em Castelnovo de Isère, sudoeste da França. Seu pai, Odilon de Castelnovo, foi um soldado da corte que, depois de viúvo, se casou de novo. Hugo era filho da segunda esposa. Sua mãe preferia a vida retirada à da corte, e se ocupava pessoalmente da educação dos filhos, conduzindo-os pelos caminhos da caridade, oração e penitência, conforme os preceitos cristãos. 

Aos vinte e sete anos, Hugo ordenou-se e foi para a diocese de Valence, onde foi nomeado cônego. Depois, passou para a arquidiocese de Lião, como secretário do arcebispo. Nessa época, recebeu a primeira de uma série de missões apostólicas que o conduziriam para a santidade. Foi designado, por seu superior, para trabalhar na delegação do papa Gregório VII. Este, por sua vez, reconhecendo sua competência, inteligência, prudência e piedade, nomeou-o para uma missão mais importante ainda: renovar a diocese de Grenoble. 

Grenoble era uma diocese muito antiga, situada próxima aos Alpes, entre a Itália e a França, que possuía uma vasta e importante biblioteca, rica em códigos e manuscritos antigos. A região era muito extensa e tinha um grande número de habitantes, mas suas qualidades terminavam aí. Havia tempos a diocese estava vaga, a disciplina eclesiástica não mais existia e até os bens da Igreja estavam depredados. 

Hugo foi nomeado bispo e começou o trabalho, mas eram tantas as resistências que renunciou ao cargo e retirou-se para um mosteiro. Mas sua vida de monge durou apenas dois anos. O papa insistiu porque estava convencido de que ele era o mais capacitado para executar essa dura missão e fez com que o próprio Hugo percebesse isso também, reassumindo o cargo. 

Cinco décadas depois de muito trabalho, árduo mas frutífero, a diocese estava renovada e até abrigava o primeiro mosteiro da ordem dos monges cartuchos. O bispo Hugo não só deixou a comunidade organizada e eficiente, como ainda arranjou tempo e condições para acolher e ajudar seu antigo professor, o famoso monge Bruno de Colônia, que foi elevado aos altares também, na fundação dessa ordem. Planejada sobre os dois pilares da vida monástica de então, oração e trabalho, esses monges buscavam a solidão, a austeridade, a disciplina pelas orações contemplativas, pelos estudos, mas também a prática da caridade pelo trabalho social junto à comunidade mais carente, tudo muito distante da vida fútil, mundana e egoísta que prevalecia naquele século. 

Foram cinqüenta e dois anos de um apostolado profundo, que uniu o povo na fé em Cristo. 

Já velho e doente, o bispo Hugo pediu para ser afastado do cargo, mas recebeu do papa Honório II uma resposta digna de sua amorosa dedicação: ele preferia o bispo à frente da diocese, mesmo velho e doente, do que um jovem saudável, para o bem do seu rebanho. 

Hugo morreu com oitenta anos de idade, no primeiro dia 1132, cercado pelos seus discípulos monges cartuchos que o veneravam pelo exemplo de santidade em vida. Tanto assim que, após seu trânsito, muitos milagres e graças foram atribuídos à sua intercessão. O culto a são Hugo foi autorizado dois anos após sua morte, pelo papa Inocente II, sendo difundido por toda a França e o mundo católico.

Evangelho do Dia


 Evangelho  (Marcos 15,1-39) 

Domingo, 1 de Abril de 2012
Domingo de Ramos


Narrador 1: Paixão de nosso Senhor Jesus Cristo segundo Marcos:
1Logo pela manhã, os sumos sacerdotes, com os anciãos, os mestres da Lei e todo o Sinédrio, reuniram-se e tomaram uma decisão. Levaram Jesus amarrado e o entregaram a Pilatos.
2E Pilatos o interrogou:
Pilatos: “Tu és o rei dos judeus?”
Narrador 1: Jesus respondeu:
Pres.: “Tu o dizes”.
Narrador 1: 3E os sumos sacerdotes faziam muitas acusações contra Jesus. 4Pilatos o interrogou novamente:
Pilatos: “Nada tens a responder? Vê de quanta coisa te acusam!”
Narrador 1: 5Mas Jesus não respondeu mais nada, de modo que Pilatos ficou admirado.
6Por ocasião da Páscoa, Pilatos soltava o prisioneiro que eles pedissem. 7Havia então um preso, chamado Barrabás, entre os bandidos, que, numa revolta, tinha cometido um assassinato.
8A multidão subiu a Pilatos e começou a pedir que ele fizesse como era costume.
9Pilatos perguntou:
Pilatos: “Vós quereis que eu solte o rei dos judeus?”
Narrador 2: 10Ele bem sabia que os sumos sacerdotes haviam entregado Jesus por inveja.
11Porém, os sumos sacerdotes instigaram a multidão para que Pilatos lhes soltasse Barrabás.
12Pilatos perguntou de novo:
Pilatos: “Que quereis então que eu faça com o rei dos judeus?”
Narrador 2: 13Mas eles tornaram a gritar:
Ass.: Crucifica-o!
Narrador 2: 14Pilatos perguntou:
Pilatos: “Mas, que mal ele fez?”
Narrador 2: Eles, porém, gritaram com mais força:
Ass.: Crucifica-o!
Narrador 1: 15Pilatos, querendo satisfazer a multidão, soltou Barrabás, mandou flagelar Jesus e o entregou para ser crucificado.
16Então os soldados o levaram para dentro do palácio, isto é, o pretório, e convocaram toda a tropa.
17Vestiram Jesus com um manto vermelho, teceram uma coroa de espinhos e a puseram em sua cabeça.
18E começaram a saudá-lo:
Ass.: “Salve, rei dos judeus!”
Narrador 1: 19Batiam-lhe na cabeça com uma vara. Cuspiam nele e, dobrando os joelhos, prostravam-se diante dele.
20Depois de zombarem de Jesus, tiraram-lhe o manto vermelho, vestiram-no de novo com suas próprias roupas e o levaram para fora, a fim de crucificá-lo.
21Os soldados obrigaram um certo Simão de Cirene, pai de Alexandre e Rufo, que voltava do campo, a carregar a cruz.
22Levaram Jesus para o lugar chamado Gólgota, que quer dizer “Calvário”.
23Deram-lhe vinho misturado com mirra, mas ele não o tomou.
24Então o crucificaram e repartiram as suas roupas, tirando a sorte, para ver que parte caberia a cada um.
25Eram nove horas da manhã quando o crucificaram.
26E ali estava uma inscrição com o motivo de sua condenação:
Ass.: “O Rei dos Judeus”.
Narrador 2: 27Com Jesus foram crucificados dois ladrões, um à direita e outro à esquerda.(28)
29Os que por ali passavam o insultavam, balançando a cabeça e dizendo:
Ass.: “Ah! Tu, que destróis o Templo e o reconstróis em três dias, 30salva-te a ti mesmo, descendo da cruz!”
Narrador 2: 31Do mesmo modo, os sumos sacerdotes, com os mestres da Lei, zombavam entre si, dizendo:
Ass.: “A outros salvou, a si mesmo não pode salvar!”
32O Messias, o rei de Israel... que desça agora da cruz, para que vejamos e acreditemos!”

Narrador 2: Os que foram crucificados com ele também o insultavam. 33Quando chegou o meio-dia, houve escuridão sobre toda a terra, até as três horas da tarde.
34Pelas três da tarde, Jesus gritou com voz forte:
Pres.: “Eloi, Eloi, lamá sabactâni?”
Narrador 2: Que quer dizer:
Pres.: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?”
Narrador 2: 35Alguns dos que estavam ali perto, ouvindo-o, disseram:
Ass.: “Vejam, ele está chamando Elias!”
Narrador 2: 36Alguém correu e embebeu uma esponja em vinagre, colocou-a na ponta de uma vara e lhe deu de beber, dizendo:
Leitor 1: “Deixai! Vamos ver se Elias vem tirá-lo da cruz”.
Narrador 2: 37Então Jesus deu um forte grito e expirou.
(Aqui todos se ajoelham e faz-se uma pausa.)
Narrador 1: 38Nesse momento, a cortina do santuário rasgou-se de alto a baixo, em duas partes.
39Quando o oficial do exército, que estava
 bem em frente dele, viu como Jesus havia expirado, disse: 
Leitor 1: “Na verdade, este homem era o Filho de Deus!”

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
Comentário
Desde o princípio da Quaresma preparamo-nos com obras de penitência e caridade. Neste Domingo de Ramos, a Igreja recorda a entrada de Nosso Senhor Cristo, em Jerusalém, para consumar o Seu mistério pascal. Por isso, em todas as Missas essa entrada do Senhor na Cidade Santa é comemorada, tanto com a procissão como com a entrada solene antes da Celebração Eucarística principal ou com a entrada simples antes das outras Missas.
Foi para realizar esse mistério da Sua Morte e Ressurreição que Jesus Cristo entrou na Cidade Santa. Por isso, recordando com fé e devoção essa entrada triunfal nesse local sagrado, acompanharemos o Senhor, de modo que, participando agora da Sua cruz, mereçamos um dia ter parte na Sua Ressurreição.
A leitura atenta da Paixão de Cristo suscita uma inevitável pergunta: quem foram os responsáveis pela morte de Jesus, os judeus ou os romanos?
Na Morte de Jesus misturaram-se motivos políticos e religiosos, embora a responsabilidade mais direta caia – de acordo com a narração evangélica – sobre as autoridades judaicas daquele tempo e não sobre todo o povo.
Porém, a leitura do Evangelho, com um olhar de fé, acaba por descobrir outros responsáveis pela Morte de Cristo, ou seja, todos nós.
Ele foi abatido pelas nossas iniquidades (cf. Is 53,3). Todos nós podemos ouvir, dirigidas a cada um de nós pessoalmente, as palavras que o profeta Natã dirigiu a Davi quando este lhe perguntou quem foi o malvado que matou a única ovelha do pobrezinho. Ele responde:“Esse homem és tu!” (II Rs 12,7) .
Sim, foi você. Fui eu. Fomos todos nós. Cada homem é responsável pela Morte de Cristo. Não estão sozinhos Judas que O atraiçoou, Pedro que O negou, Pilatos que lavou as mãos e a multidão que repetiu: “Crucifica-O!”, os soldados que repartem entre si as vestes do Condenado, os ladrões criminosos. Estamos todos nessa situação de responsabilidade.
Mas não podemos ficar aqui. Sabemos não só que Jesus morreu verdadeiramente e foi sepultado. Sabemos também que ressuscitou ao terceiro dia, subiu e está sentado à direita do Pai. Morreu pelos nossos pecados e ressuscitou para a nossa salvação.
Desde hoje temos de olhar já para o Domingo de Páscoa. Mas para que este olhar não seja um sentimento vazio, precisamos levá-lo verdadeiramente a sério, isto é, morrer, por intermédio do arrependimento e da confissão dos nossos pecados – sobretudo os pecados mortais – e assim ressuscitar para a vida da Graça.
“Bendito seja o que vem em nome do Senhor!” A liturgia do Domingo de Ramos é como que um pórtico de ingresso solene na Semana Santa.
Esta liturgia associa dois momentos entre si contrastantes: o acolhimento de Jesus em Jerusalém e o drama da Paixão; o “Hosana!” de festa e o grito repetido várias vezes: “Crucifica-O!”; a entrada triunfal e a derrota aparente da morte na Cruz. Assim, antecipa o “momento” em que o Messias deverá sofrer muito, será morto e ressuscitará no terceiro dia (cf. Mt 16,21), e prepara-nos para viver em plenitude o mistério pascal.
Portanto, “Solta gritos de júbilo, filha de Jerusalém! Eis que o teu rei vem a ti” (Zc 9,9). Jerusalém, a cidade em que vive a memória de Davi rejubila ao receber Jesus. A cidade dos profetas, muitos dos quais nela sofreram o martírio por causa da Verdade. A cidade da paz, que ao longo dos séculos conheceu a violência, a guerra e a deportação.
De certa forma, Jerusalém pode ser considerada a “cidade-símbolo” da humanidade, sobretudo no dramático tempo em que vivemos neste Terceiro Milênio. Por isso, os ritos do Domingo de Ramos adquirem uma particular eloquência. Ressoam confortadoras as palavras de Zacarias: “Exulta de alegria, filha de Sião! Solta gritos de júbilo, filha de Jerusalém! Eis que o teu rei vem a ti: ele é justo e vitorioso, humilde, montado num jumento. O arco de guerra será quebrado. Proclamará a paz para as nações” (Zc 9,9-10). Hoje estamos em festa, porque Jesus – o Rei da Paz – entra em Jerusalém.
“Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus!” Ouvimos de novo a clara profissão de fé, pronunciada pelo centurião, que “O viu expirar daquela maneira”. Daquilo que viu, surge o testemunho surpreendente do soldado romano, o primeiro que proclamou que aquele Homem crucificado “era o Filho de Deus”.
Senhor Jesus, também nós vimos como sofreste e como morreste por nós. Fiel até ao extremo, Tu nos libertaste da morte com a Tua morte. Senhor Jesus, como o oficial romano, confessamos a Tua condição de Filho de Deus crucificado. Que nós compreendamos o verdadeiro sentido de Tua paixão e possamos professar: VERDADEIRAMENTE ESTE HOMEM ERA FILHO DE DEUS!
Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel. Hosana nas alturas!
Padre Bantu Mendonça

sábado, 31 de março de 2012

Salmo

Reflexão

Ser grande
Ser grande não é ter orgulho,nem vaidade
Ser grande é vencer barreiras, sem temer obstáculos
Ser grande é ir à luta, ser vitorioso, não um colecionador de troféus.
Ser grande é amar ao próximo, respeitando seus erros e defeitos
Ser grande não é ser pequeno em atitudes ou palavras
Ser grande é estar em paz... em estado de graça
Ser grande na grandiosidade da palavra ou talvez, na grandeza do
significado...
Ser grande é temer a Deus, sem achar-se invencível ou imortal
Ser grande é não esquecer de onde se veio...
Ter propósitos, idealizar coisas...
Ser grande é tentar ser perfeito, mesmo com imperfeição...
Ser grande é ter ambição e não ganância...
Ter humildade, respeito por si mesmo...
Ser grande é viver cada momento...
E, acima de tudo amar a Deus
Pois só Ele é digno de toda a honra e toda a glória
E através Dele ser realmente GRANDE.

Santo do Dia

                                                                  São Guido

Guido nasceu na segunda metade do século X, em Casamare, perto de Ravena, Itália. Após concluir seus estudos acadêmicos na cidade natal, mudou-se para Roma, onde recebeu o hábito de monge beneditino e retirou-se à solidão. Sob a direção espiritual de Martinho, também ele um monge eremita e depois canonizado pela Igreja, viveu observando fielmente as Regras de sua ordem, tornando-se um exemplo de disciplina e dedicação à caridade, à oração e à contemplação. Três anos depois, seu diretor o enviou ao mosteiro de Pomposa. Embora desejasse afastar-se do mundo, seu trabalho como musicista era necessário para a comunidade cristã. 

No convento a história se repetiu. Era um modelo tão perfeito de virtudes, que foi eleito abade por seus irmãos de congregação. Sua fama espalhou-se de tal forma, que seu pai e irmãos acabaram por toma-lo como diretor espiritual e se tornaram religiosos. Sentindo o fim se aproximar, Guido retirou-se novamente para a tão almejada solidão religiosa. Mas, quando o imperador Henrique III foi a Roma para ser coroado pelo Papa, requisitou o abade para acompanhá-lo como conselheiro espiritual. 

Guido cumpriu a função delegada, mas ao despedir-se dos monges que o hospedaram, despediu-se definitivamente demonstrando que sabia que não se veriam mais. Na viagem de retorno, adoeceu gravemente no caminho entre Parma e Borgo de São Donino e faleceu, no dia 31 de março de 1046. 

Imediatamente, graças passaram a ocorrer, momentos depois de Guido ter morrido. Um homem cego recuperou a visão em Parma por ter rezado por sua intercessão. Outros milagres se sucederam e os moradores da cidade recusaram-se a entregar o corpo para que as autoridades religiosas o trasladassem ao convento. Foi necessário que o próprio imperador interviesse. Henrique III levou as relíquias para a Catedral de Spira. A igreja, antes dedicada a São João Evangelista, passou a ser chamada de São Guido, ou Wido, ou ainda Guy, como ele era também conhecido. 

A história de São Guido é curiosa no que se refere à sua atuação religiosa. Ele é o responsável pela nova teoria musical litúrgica. Desejava ser apenas um monge solitário, sua vocação original, mas nunca pode exerce-la na sua plenitude, teve que interromper esta condição a pedido de seus superiores, devido ao dom de músico apurado, talento que usou voltado para a fé. Quando pensou que poderia morrer na paz da solidão monástica, não conseguiu, mas foi para a Casa do Pai, já gozando a fama de santidade.

Evangelho do Dia


 Evangelho  (João 11,45-56) 

Sábado, 31 de Março de 2012
5ª Semana da Quaresma



— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 45muitos dos judeus que tinham ido à casa de Maria e viram o que Jesus fizera, creram nele. 46Alguns, porém, foram ter com os fariseus e contaram o que Jesus tinha feito. 47Então os sumos sacerdotes e os fariseus reuniram o Conselho e disseram: “Que faremos? Este homem realiza muitos sinais. 48Se deixamos que ele continue assim, todos vão acreditar nele, e virão os romanos e destruirão o nosso Lugar Santo e a nossa nação”.
49Um deles, chamado Caifás, sumo sacerdote em função naquele ano, disse: “Vós não entendeis nada. 50Não percebeis que é melhor um só morrer pelo povo do que perecer a nação inteira?” 51Caifás não falou isso por si mesmo. Sendo sumo sacerdote em função naquele ano, profetizou que Jesus iria morrer pela nação. 52E não só pela nação, mas também para reunir os filhos de Deus dispersos. 53A partir desse dia, as autoridades judaicas tomaram a decisão de matar Jesus.
54Por isso, Jesus não andava mais em público no meio dos judeus. Retirou-se para uma região perto do deserto, para a cidade chamada Efraim. Ali permaneceu com os seus discípulos. 55A Páscoa dos judeus estava próxima. Muita gente do campo tinha subido a Jerusalém para se purificar antes da Páscoa. 56Procuravam Jesus e, ao reunirem-se no Templo, comentavam entre si: “Que vos parece? Será que ele não vem para a festa?”

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.


Comentário


A mensagem central de hoje – e de todo o Evangelho de São João – é que “Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho Unigênito para que não morra todo aquele que nele crê, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16). A presença de Jesus, como Luz do mundo, divide os seres humanos entre os que se decidem pela Luz e, por isso, ficam do lado da vida, e os que se decidem pelas trevas, ficando do lado da morte.
Assim, os fariseus, escribas e sacerdotes não descansaram enquanto não conseguiram um jeito de anular a pessoa de Jesus Cristo. Preocupados com a fama d’Ele e a multiplicação dos milagres, estavam sem saber o que fazer. Foram muitos os enfrentamentos entre eles e Jesus, pois questionavam a pessoa de Cristo. Até que, finalmente, os sacerdotes e os fariseus convocaram o Conselho. Desde aquele momento, resolveram tirar-Lhe a vida. Decidiram matar Jesus.
Resolveram matá-lo por Ele fazer o bem, por curar e ressuscitar pessoas, por aconselhar os homens a seguir o caminho reto, a não se preocuparem com o dia de amanhã e a não ter medo, mas crer n’Ele e no Pai. O que mais indignou os sumos sacerdotes foi Jesus dizer que era o Filho de Deus. Para os judeus, isso foi blasfêmia, mas, na verdade, eles queriam “apagar” o concorrente. Então, aquele Conselho foi um pré-julgamento de Jesus, no qual o Filho de Deus foi, de antemão, condenado.
Também nós condenamos e até mesmo “queimamos” os nossos concorrentes, arrumando um jeito de diminuir as suas qualidades, seja no emprego, por ciúmes dos colegas que são mais capazes do que nós, ou por  aquele “cara forte que arrasa” quando chega na área.
Jesus era consciente de que um efeito, ainda que não desejado, do Seu trabalho fosse ser causa de divisão entre os partidários do imobilismo e os que lutam por um mundo novo. Por isso, inflamou a ira dos funcionários do Templo e de todos os que se consideravam “donos da verdade”.
Aproximando-nos da festa da Páscoa, vamos ao encontro do Senhor da Nova e Eterna Aliança. A Quaresma é ocasião oportuna para reforçarmos nossa decisão pela Luz, que é Cristo, e ajudarmos os que estão nas trevas a optar pela Luz e abandonar a morte.
Que essa Quaresma, tempo favorável da graça de Deus, nos dê as forças necessárias para renovarmos nossos corações e, assim, podemos viver a Páscoa do Senhor, que deseja nos devolver a alegria de viver.
Precisamos tomar cuidado para não fazer como os líderes judaicos daquele tempo. Tenhamos cuidado com os nossos pensamentos e palavras, e lembremos, acima de tudo, o que nos disse o Ressuscitado: “Não julguem e não serão julgados! Não condenem e não serão condenados!”
Padre Bantu Mendonça