terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Santo do Dia

São Ricardo

7 de Fevereiro


São Ricardo Nasceu na Inglaterra, no século VII e teve três filhos que também foram reconhecidos pela Igreja como santos. Ao descobrir a sua vocação para a vida matrimonial, quis ser santo, mas também quis que seus filhos o fossem, formando uma família santa para Deus. Ele fez, diariamente, a sua opção, porque a santidade passa pela adesão da nossa liberdade. Somos livres, somos todos chamados a canalizar a nossa liberdade para Deus, o autor da verdadeira liberdade.

O santo inglês quis fazer uma peregrinação juntamente com os seus filhos chamados Winebaldo, Wilibaldo e Walberga. Mas, ao saírem da Inglaterra rumo à Terra Santa, passaram por Luca, norte da África, onde São Ricardo adoeceu gravemente e faleceu no ano de 722. Para os filhos, ficou o testemunho, a alegria do pai, a doação, o homem que em tudo buscou a santidade; não apenas para si, mas para os outros e para seus filhos.

São Bonifácio, parente muito próximo, convocou os filhos de São Ricardo para a evangelização na Germânia. Que linda contribuição! Walberga tornou-se abadessa; Wilibaldo, Bispo e Winebaldo fundou um mosteiro. Todos eles, como o pai, viveram a santidade.

São Ricardo foi santo no seu tempo. De família nobre, viveu uma nobreza interior, que precisa ser a de todos os cristãos; aquela que muitos podem nem perceber, mas que Deus está vendo.

Os frutos mais próximos que podemos perceber na vida desse santo são seus filhos que, assim como o pai, também foram santos. Ele quis ser santo e batalhou para sê-lo como Nosso Senhor Jesus Cristo foi, é e continuará sendo.

Sejamos santos.

São Ricardo, rogai por nós!

Evangelho do Dia

Evangelho (Marcos 7,1-13)

Terça-Feira, 7 de Fevereiro de 2012
5ª Semana Comum


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 1os fariseus e alguns mestres da Lei vieram de Jerusalém e se reuniram em torno de Jesus. 2Eles viam que alguns dos seus discípulos comiam o pão com as mãos impuras, isto é, sem as terem lavado.
3Com efeito, os fariseus e todos os judeus só comem depois de lavar bem as mãos, seguindo a tradição recebida dos antigos. 4Ao voltar da praça, eles não comem sem tomar banho. E seguem muitos outros costumes que receberam por tradição: a maneira certa de lavar copos, jarras e vasilhas de cobre.
5Os fariseus e os mestres da Lei perguntaram então a Jesus: “Por que os teus discípulos não seguem a tradição dos antigos, mas comem o pão sem lavar as mãos?” 6Jesus respondeu: “Bem profetizou Isaías a vosso respeito, hipócritas, como está escrito: ‘Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim. 7De nada adianta o culto que me prestam, pois as doutrinas que ensinam são preceitos humanos’. 8Vós abandonais o mandamento de Deus para seguir a tradição dos homens”.
9E dizia-lhes: “Vós sabeis muito bem como anular o mandamento de Deus, a fim de guardar as vossas tradições. 10Com efeito, Moisés ordenou: ‘Honra teu pai e tua mãe’. E ainda: ‘Quem amaldiçoa o pai ou a mãe deve morrer’. 11Mas vós ensinais que é lícito alguém dizer a seu pai e à sua mãe: ‘O sustento que vós poderíeis receber de mim é Corban, isto é, Consagrado a Deus’. 12E essa pessoa fica dispensada de ajudar seu pai ou sua mãe. 13Assim vós esvaziais a Palavra de Deus com a tradição que vós transmitis. E vós fazeis muitas outras coisas como estas”.


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor. 
 
 
Comentário:
 
Marcos hoje narra o problema apresentado a Jesus por alguns fariseus e mestres da Lei vindos de Jerusalém.
Sua intenção era descobrir se, na formação dada por Jesus a Seus discípulos, Ele os incitava à não observância da Lei. A fama do Mestre havia chegado à capital onde se supunha que a prática da religião fosse irrepreensível. Pelo que se dizia d’Ele, parecia que Seus ensinamentos não se enquadravam aos padrões religiosos da época e Suas orientações rompiam com o sistema religioso estabelecido.
Quem se tinha aproximado do Mestre com o intuito de desmascará-Lo, acabou sendo desmascarado por Ele. Tudo começou com a crítica feita aos discípulos: “Por que se sentam à mesa sem antes terem lavado cuidadosamente as mãos?” Era um costume fundado numa série de preconceitos. Um deles é que o contato exterior com as coisas pode tornar impuro o coração humano. Outro era o medo de ter tido contato com algum pagão e, por isso, ter contraído alguma impureza. A impureza interior explicava-se, pois, por um gesto puramente exterior.
Jesus pôs-se a demonstrar como a tradição considerada “exemplar” era, em última análise, caduca e podia ser inescrupulosamente manipulada. Exemplo disso era a forma desumana como muitos mestres da Lei e fariseus “piedosos” tratavam seus pais, distorcendo a Lei, a ponto de interpretá-la a seu favor. A impiedade era, assim, acobertada por uma falsa piedade. O Mestre Jesus procurava evitar que Seus discípulos fossem contaminados por essa mentalidade.
É muito grave quando Deus não apenas faz advertências a respeito da conduta do Seu povo, mas o acusa da gravidade de suas escolhas. Quando Jesus diz que “vós abandonais o mandamento de Deus para seguir a tradição dos homens” está apontando o núcleo inspirador de atitudes comprometedoras de um povo que se apresenta como religioso, guardião da prática religiosa correta. No entanto, desloca Deus friamente – e com uma convicção inquestionável – do Seu lugar insubstituível de centro da vida dos que creem.
Nada é tão grave quando o coração humano e sua inteligência passam a ser a única medida correta de arbitragem do que é certo e do que é errado. Tudo é possível quando cada pessoa, ancorada em práticas religiosas, ritualmente obedecidas com rigor, se torna a medida única e última de tudo. Os resultados são arbitrariedades e insolências, impiedades e maldades que eliminam tudo e todos os que não se localizam no enquadramento estreito desta pretensão humana.
O absurdo desse procedimento alcança o ápice de pretender “envolver” a Deus, colocando-se ao Seu redor, como os conterrâneos religiosos de Jesus fizeram com Ele, certos de Sua condição moral questionável, para apresentar questionamentos de tal modo a assumirem o próprio lugar de Deus ao julgarem o Senhor e Seus seguidores incorretos, desrespeitosos e sem autoridade.
O centro da questão para a disputa estabelecida com Jesus Mestre, fruto da posição pretensiosa assumida pelos fariseus e mestres da Lei, é o fato de os discípulos de Cristo comerem sem lavar as mãos. A tradição incluía abluções rituais. Havia um escrúpulo de se ter tocado coisas impuras antes da refeição com o consequente risco de contaminação. É bom entender que a higiene focalizada não se refere àquela necessária para que não se corra o risco de comprometimentos sanitários. A preocupação e a ritualidade assumida se deve a uma concepção de puro e impuro, segundo critérios muito próprios que chegam às raias do doentio e até perverso, criando preconceitos e transformando a vivência religiosa em maldosa consideração dos outros para verificar a quem condenar ou criar condições de desmoralizações. Jesus reage à tentativa de desmoralização que buscam aplicar sobre Ele. Na verdade, em Israel, um mestre não tinha autoridade se não conseguisse que os seus discípulos obedecessem à risca todos os preceitos e ritos previstos pela prática religiosa.
Certamente, com satisfação, que é o sentimento dos perversos e dos convencidos de sua oca dignidade moral, os interlocutores de Jesus pensavam ter encontrado um meio de desmoralizá-Lo e condenar os discípulos d’Ele. Este é o único caminho comum e sempre muito explorado dos hipócritas. Buscam conquistar autoridade e validar suas posições com a desmoralização dos outros, ainda que seja fruto de suas perversas e obscuras pretensões. Os honestos, de verdade, não necessitam atacar, destruindo os outros, para encontrar o seu lugar de autoridade e reconhecimento.
Jesus chama todos estes de hipócritas. Não são poucos. A hipocrisia se vence com algo mais que ultrapassa o simples cumprimento de ritos e normas que encobrem mentiras e interesses pessoais. Hipócrita é, pois, uma condição que define aquele que é capaz de fazer e falar sem deixar transparecer os enganos, critérios perversos e mentiras que estão sempre guardadas com força de cálculo no fundo do coração. A hipocrisia é uma verdadeira cultura que muitos dela vivem sem perceber, outros a adotam como artimanha para conseguir seus propósitos e não poucos se gabam das práticas que enganam os outros para alcançarem os próprios interesses, tantas vezes imorais, prejudiciais ao bem comum, perversos e maldosos para com os demais.
Jesus contrapõe a proposta de prática religiosa dos Seus conterrâneos. Não é uma simples contestação dos ritos, menos ainda um desleixo ou uma atitude de simplesmente contestar e desconsiderar, como ato de insolência e de arbitrariedade. O coração de Deus é misericórdia, amor, sinceridade a toda prova. Deus Pai não usa artimanhas. Quem usa artimanhas não é capaz de amar de verdade. Interessa alcançar os próprios propósitos, mesmo que estes sejam destrutivos e comprometedores do bem de instituições e de pessoas. Jesus reorienta o sentido da prática religiosa mostrando que sua essência, para dar vida aos ritos de não deixá-los cair numa complicada esterilidade, supõe um cuidado especial com o próprio coração.
O discípulo, então, é aquele que nutre no coração uma experiência inspirada nos sentimentos do coração de Deus. A interioridade é, na verdade, a força sustentadora da autêntica experiência de fé, de culto a Deus e de sinceridade no relacionamento com os outros. Jesus pede dos Seus discípulos esta construção e esta conquista. Aquilo que é de fora se sustenta autenticamente a partir do que está no fundo do coração. Manter as aparências e enganar é hipocrisia.
O discípulo de Jesus não pode caminhar na direção da hipocrisia. Isso só é possível na medida em que o discípulo compreende que o impuro não é o que entra nele, vindo de fora, explicou Jesus chamando para perto d’Ele a multidão. Impuro é o que sai do interior. Ele recorda em linguagem bem direta que o que sai do interior é que é impuro: as más intenções, imoralidades, roubos, assassínios, adultérios, ambições desmedidas, maldades, fraudes, devassidão, inveja, calúnia, orgulho, falta de juízo. Cristo conclui: “Todas estas coisas más saem de dentro e são elas que tornam impuro o homem”.
É fácil colocar capas, roupas e cores que indicam outras coisas, até nobres. O que vale é verificar o fundo do coração diante de Deus e da própria consciência. Deus não se engana. Ele, mais do que qualquer outro, conhece o que há de escondido em nosso interior.
Ao discípulo só resta uma alternativa: passar a limpo a própria interioridade, permanentemente, e escolher sempre o caminho do amor que resgata, nos recria, nos perdoa e nos reconcilia com Deus. Outra opção de que devemos a todo custo fugir é a hipocrisia, isto é, a condição de um povo que “louva com os lábios, mas o coração está longe de Deus”. O nosso coração deve ser verdadeiramente íntimo de Deus.
Padre Bantu Mendonça

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Aniversariantes do dia Vandressa,Deusiane,Lazaro e Cirlene do Grupo de Jovens Nova Geração

Parabéns !!!
Nós que fazemos parte do grupo de jovens Nova Geração,
te desejamos muitas felicidades e muitos anos de vida.
Que Deus te abençoe hoje e sempre!!!
Graça e Paz!!!

Santo do Dia



 
                                                      Santo Paulo Miki e companheiros
Foi através do trabalho evangelizador de São Francisco Xavier, que o Japão tomou conhecimento do cristianismo, entre 1549 e 1551. A semente frutificou e, apenas algumas décadas depois, já havia pelo menos trezentos mil cristãos no Império do sol nascente. Mas se a catequese obteve êxito não foi somente pelo árduo, sério e respeitoso trabalho dos jesuítas em solo japonês. Foi também graças à coragem dos catequistas locais, como Paulo Miki e seus jovens companheiros.

Miki nasceu em 1564, era filho de pais ricos e foi educado no colégio jesuíta em Anziquiama, no Japão. A convivência do colégio logo despertou em Paulo o desejo de se juntar à Companhia de Jesus e assim o fez, tornando-se um eloqüente pregador. Ele porém, não pôde ser ordenado sacerdote no tempo correto porque não havia um bispo na região de Fusai. Mas isso não impediu que Paulo Miki continuasse sua pregação. Posteriormente tornou-se o primeiro sacerdote jesuíta em sua pátria, conquistando inúmeras conversões com humildade e paciência.

Paciência, essa que não era virtude do imperador Toyotomi Hideyoshi. Ele era simpatizante do catolicismo mas, de uma hora para outra, se tornou seu feroz opositor. Por causa da conquista da Coréia, o Japão rompeu com a Espanha em particular e com o Ocidente em geral, motivando uma perseguição contra todos os cristãos. Inclusive alguns missionários franciscanos espanhóis que tinham chegado ao Japão através das Filipinas e sido bem recebidos pelo Imperador.

Os católicos foram expulsos do país, mas muitos resistiram e ficaram. Só que a repressão não demorou. Primeiro foram presos seis franciscanos, logo depois Paulo Miki com outros dois jesuítas e dezessete leigos terciários.

Os vinte e seis cristãos sofreram terríveis humilhações e torturas públicas. Levados em cortejo de Meaco a Nagasaki foram alvo de violência e zombaria pelas ruas e estradas, enquanto seguiam para o local onde seria executada a pena de morte por crucificação. Alguns dos companheiros de Paulo Miki eram muito jovens, adolescentes ainda, mas enfrentaram a pena de morte com a mesma coragem do líder. Tomás Cozaki tinha, por exemplo, catorze anos; Antônio, treze anos e Luis Ibaraki tinha só onze anos de idade.

A elevação sobre a qual os vinte e seis heróis de Jesus Cristo receberam o martírio pela crucificação em fevereiro de 1597 ficou conhecida como Monte dos Mártires. Paulo Miki e seus companheiros foram canonizados pelo Papa Pio IX, em 1862.

Os crentes se dispersaram para escapar dos massacres e um bom número deles se estabeleceu ao longo do rio Urakami, nas proximidades de Nagasaki. Lá eles continuaram a viver sua fé, apesar da ausência de padres. A partir do momento em que o Japão se abriu novamente aos europeus, os missionários voltaram e as igrejas voltaram a ser construídas, inclusive em Nagasaki, a poucos quilômetros da comunidade cristã clandestina. Ela havia perdido todo contato com a Igreja Católica, mas guardava preciosamente três critérios de reconhecimento recebidos dos ancestrais: "Quando a Igreja voltar ao Japão, vocês a reconhecerão por três sinais: os padres não são casados, haverá uma imagem de Maria e esta Igreja obedecerá ao papa-sama, isto é, ao Bispo de Roma". E foi assim que aconteceu dois séculos e meio depois, quando os cristãos do Império do sol nascente puderam se reencontrar com sua Santa Mãe, a Igreja.

Evangelho do Dia

Evangelho (Marcos 6,53-56)

Segunda-Feira, 6 de Fevereiro de 2012
São Paulo Miki e Comps.


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 53tendo Jesus e seus discípulos acabado de atravessar o mar da Galileia, chegaram a Genesaré e amarraram a barca. 54Logo que desceram da barca, as pessoas imediatamente reconheceram Jesus. 55Percorrendo toda aquela região, levavam os doentes deitados em suas camas para o lugar onde ouviam falar que Jesus estava.
56E, nos povoados, cidades e campos onde chegavam, colocavam os doentes nas praças e pediam-lhe para tocar, ao menos, a barra de sua veste. E todos quantos o tocavam ficavam curados.


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor. 
 
Comentário
Depois dos discípulos terem acolhido o convite do Mestre, abandonaram a casa de Simão e partiram para outras regiões da redondeza. E, no Evangelho de hoje, vemos os discípulos fazendo a travessia do mar da Galileia com seu próprio barco e desembarcando em Genesaré. E logo o povo reconhece a Jesus.
O povo vai “em massa” atrás de Cristo. Eles vêm de todos os lados, carregando seus doentes e buscando ajuda. O que chama a atenção é o entusiasmo do povo que reconhece Jesus e vai atrás d’Ele. O que move essas pessoas nesta busca ao Senhor não é somente o desejo de se encontrarem com Ele, de estarem com Ele, mas também o desejo de obterem a cura das suas doenças e a solução de seus problemas.
A salvação é dirigida a essa multidão formada por gentios e judeus marginalizados. São os moradores dos povoados, cidades e campos por onde Jesus andava com Seus discípulos. O Messias realiza a Sua missão, sobretudo, entre as camadas mais sofredoras e abandonadas do povo, constituindo-se, assim, na única esperança dessa gente.
O enfoque é a presença física e libertadora de Jesus. As curas são conseguidas com o toque, ao menos na franja do manto d’Ele. A doença generalizada é fruto das barreiras e exclusão. A cura resulta da libertação da exclusão e é fruto da acolhida.
Assim como, fisicamente, o pão foi partilhado, o mesmo vale para o corpo. A comunicação não se faz apenas pela palavra. Faz-se também pela partilha do corpo. A presença física, o toque, o abraço, o sorriso acolhedor, o olhar compreensivo e atento e a compaixão complementam a força comunicadora da Palavra que liberta.
Desde o começo da Sua atividade missionária, Jesus anda por todos os povoados da Galileia para falar ao povo sobre o Reino de Deus, que estava chegando (cf. Mc 1,14-15). Onde encontra gente para escutá-Lo, Ele fala e transmite a Boa Nova de Deus, acolhe e cura os doentes, em qualquer lugar: nas sinagogas durante a celebração da Palavra aos sábados (cf. Mc 1,21; 3,1; 6,2); em reuniões informais na casa de amigos (cf. Mc 2,1.15; 7,17; 9,28; 10,10); andando pelo caminho com os discípulos (cf. Mc 2,23); ao longo do mar na praia, sentado num barco (cf. Mc 4,1); no deserto para onde se refugiou e onde o povo O procurava (cf. Mc 1,45; 6,32-34); na montanha, de onde proclamou as bem-aventuranças (cf. Mt 5,1); nas praças das aldeias e cidades, onde povo carregava seus doentes (cf. Mc 6,55-56); no Templo de Jerusalém, por ocasião das romarias, diariamente, sem medo (cf. Mc 14,49).
Curar e ensinar, ensinar e curar era o que Jesus mais fazia (cf. Mc 2,13; 4,1-2; 6,34). Era o costume d’Ele (cf. Mc 10,1). O povo ficava admirado (cf. Mc 12,37; 1,22.27; 11,18) e O procurava em grande número.
Na raiz desse grande entusiasmo do povo estavam, de um lado, o próprio Cristo, que chamava e atraía e, de outro lado, o abandono do povo, que era como “ovelha sem pastor” (cf. Mc 6,34). Em Jesus, tudo era revelação daquilo que O animava por dentro. Ele não só falava sobre Deus, mas também O revelava. Comunicava algo que Ele mesmo vivia e experimentava.
O Senhor não somente anunciava a Boa Nova do Reino, Ele mesmo era uma amostra, um testemunho vivo do Reino. N’Ele aparecia aquilo que acontece quando um ser humano deixa Deus reinar e tomar conta de sua vida. O que vale não são só as palavras, mas também e, sobretudo, o testemunho, o gesto concreto.
Pela fé, todos nós esperamos e sonhamos com o Reino de Deus, como um novo tempo, onde não haverá mais dor nem lágrimas. Ao curar muitas pessoas, Jesus mostra que Deus Pai reprova tudo o que faz o ser humano sofrer. Mergulhemos na certeza de que a nossa missão é seguir os passos do Mestre para construir este “novo tempo” entre nós.
Padre Bantu Mendonça

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Santo do Dia


                                                              Venerável Mestra Tecla Merlo             
 
A idéia da mulher como líder na ação da Igreja começou a tomar vulto e foi se estruturando até chegar a ser uma Congregação religiosa: Irmãs Paulinas.

Desde o início, Tiago Alberione percebeu qua a mulher deveria estar na linha de frente nesta cruzada pelo Reino de Deus, e esse seu pensamento logo se transformou em ação. Foi assim que a idéia da mulher como líder na ação da Igreja começou a tomar vulto e foi se estruturando até chegar a ser uma congregação religiosa: a Pia Sociedade Filhas de São Paulo, mais conhecida como Irmãs Paulinas.

A Congregação dos Padres Paulinos - primeira congregação fundada pelo Padre Tiago Alberione - já estava dando os seus primeiros passos. Agora, era necessário encontrar uma jovem para iniciar o ramo feminino. Deus, que estava por trás de tudo, não tardou em possibilitar o encontro de Alberione com a jovem Tecla Merlo.

Desde o início, Teresa sentiu a força de Deus e, na pobreza absoluta, apenas com a bagagem da fé, da confiança e da humildade, ela começou, orientada por Alberione, a Congregação que veria florescer no mundo inteiro, a Congregação das Irmãs Paulinas, as mensageiras de Deus, ou andarilhas de Deus, como o fundador gostava de chamá-las.

UM IDEAL: Viver como São Paulo, o apóstolo das nações: com espírito universal, na caridade que se faz "tudo para todos".

UMA PAIXÃO: Revelar a todos o Senhor Jesus, Caminho, Verdade e Vida.

UMA INTUIÇÃO: Trabalhar na evangelização com os meios modernos de comunicação: imprensa, cinema, rádio, televisão, discos, cassetes, vídeo, CR-ROM, internet...

UM PROGRAMA DE VIDA: A caridade da verdade.

Teresa Merlo nasceu a 20 de fevereiro de 1894, em Castagnito d'Alba, ao norte da Itália. Única mulher entre os quatro filhos do casal Heitor e Vincenza Rolando Merlo. De saúde frágil, dedicou-se, desde adolescente, à arte da costura, num pequeno atelier da família. Sua sensibilidade religiosa chamou a atenção de Padre Tiago Alberione, que a convidou para coordenar um grupo de jovens que se preparavam para trabalhar com a imprensa. Era o dia 15 de junho de 1915.

Teresa intuiu logo que a proposta de Padre Alberione correspondia aos seus anseios de consagrar-se a Deus. Aceitou o convite, trocando o atelier de costura pela tipografia.
De fato, em 1918, Teresa com algumas de suas companheiras, foi enviada pelo Fundador a Susa onde o bispo lhes confiou a produção e divulgação do jornal diocesano LA VALSUSA. Esse momento marcou uma etapa significativa na vida de Teresa, que passará a considerar a experiência de Susa como o início da missão das Filhas de São Paulo.

Apoiada na fé, mais do que em recursos materiais, Irmã Tecla assumiu sem medo os meios modernos de comunicação, e contando apenas com a força de Deus, encorajou, no mundo inteiro, iniciativas até então inexplora.

PENSAMENTOS DE TECLA
Se não podemos estar sempre alegres,
podemos sempre estar em paz.

Podemos ser sempre jovens e trabalhar com coragem.
Basta ter força de vontade. Procuremos ser sempre jovens.

Não nos deixemos abater pelas dificuldades.

Queria ter mil vidas para dedicá-las ao Evangelho.

Quando o coração estiver cheio do amor de Deus, esse amor
necessariamente se derramará sobre o mundo.

Emprestemos os pés ao Evangelho: que ele corra e se espalhe.

Precisa-se de apóstolos, mas verdadeiros apóstolos que tenham o coração cheio de amor de Deus.

ORAÇÃO À SANTÍSSIMA TRINDADE
por Tecla Merlo

Trindade Santíssima, Pai, Filho e Espírito Santo,
nós vos agradecemos pelos dons singulares de luz,
de graça e de virtude que concedestes
à Irmã Tecla Merlo, e por tê-la escolhido
e constituído como mãe prudente e guia seguro
das Filhas de São Paulo.
Concedei-nos, por sua intercessão,
a graça de viver amando o que ele amava:
Jesus Mestre Eucaristia, a Igreja, o Evangelho,
as pessoas procuradas e ajudadas mediante
a comunicação social, até ao completo sacrifício.
Senhor, realizai também aqui na terra,
para esta filha devotíssima de São Paulo,
a vossa divina promessa:
«Aquele que me serve, meu Pai o glorificará.»
Exaltai esta serva fiel, para a alegria da Igreja,
para o bem de muitos,
e concedei-nos, por sua intercessão,
o que nós vos pedimos.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espiríto Santo,
como era no princípio, agora e sempre.
Amém.

Evangelho do Dia

Evangelho (Marcos 1,29-39)

Domingo, 5 de Fevereiro de 2012
5º Domingo Comum


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, 29Jesus saiu da sinagoga e foi, com Tiago e João, para a casa de Simão e André.
30A sogra de Simão estava de cama, com febre, e eles logo contaram a Jesus.
31E ele se aproximou, segurou sua mão e ajudou-a a levantar-se. Então, a febre desapareceu; e ela começou a servi-los.
32À tarde, depois do pôr do sol, levaram a Jesus todos os doentes e os possuídos pelo demônio.
33A cidade inteira se reuniu em frente da casa.
34Jesus curou muitas pessoas de diversas doenças e expulsou muitos demônios. E não deixava que os demônios falassem, pois sabiam quem ele era.
35De madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus se levantou e foi rezar num lugar deserto.
36Simão e seus companheiros foram à procura de Jesus.
37Quando o encontraram, disseram: “Todos estão te procurando”.
38Jesus respondeu: “Vamos a outros lugares, às aldeias da redondeza! Devo pregar também ali, pois foi para isso que eu vim”.
39E andava por toda a Galileia, pregando em suas sinagogas e expulsando os demônios.



- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor. 
 
Comentário
O Evangelho deste 5º Domingo do Tempo Comum resume a missão de Nosso Jesus Cristo: Ele veio para levantar os homens feridos no corpo e espírito. Ao pegar na mão da sogra de Pedro e ao levantá-la, o Senhor quis também atingir a minha e a sua mão, bem como a de todos os da minha e da sua família, as quais, muitas vezes, no nosso dia a dia, se atrofiam por causa do pecado.
Ele veio, com o Seu exemplo, dizer-nos que somos chamados a entrar numa relação com Deus: “A glória de Deus é o homem vivo, a vida do homem é a visão de Deus”, dizia Santo Irineu. Se Jesus retira-se para um lugar deserto, não é para fugir do mundo, mas para falar do mundo a Seu Pai. Ele proclama a Boa Nova.
Ora, qual é esta Boa Nova senão a libertação da humanidade e a glória de Deus? Não é um exemplo que Jesus nos dá: estender as mãos aos nossos irmãos e, ao mesmo tempo, erguer os olhos para Deus na oração? Missão e contemplação não se opõem, pelo contrário: completam-se e enriquecem-se mutuamente.
As ações de Cristo em favor dos homens – que o Evangelho de hoje nos apresenta – mostram a eterna preocupação de Deus com a vida e a felicidade dos Seus filhos. O projeto de Deus para os homens e para o mundo não é um projeto de morte, mas de vida. O objetivo do Todo-poderoso é conduzir os homens ao encontro desse mundo novo, no qual não haverá mais sofrimento, maldição e exclusão, simbolizados pela expressão: “Vamos a outros lugares; às aldeias da redondeza”, onde cada pessoa terá acesso à vida verdadeira, à felicidade definitiva, à salvação.
Talvez nem sempre entendamos o sentido do sofrimento que nos espera em cada “favela”, em cada “curva apertada” da nossa vida. Talvez nem sempre sejam claros, para nós, os caminhos por onde se desenrolam os projetos de Deus. Mas Jesus veio garantir-nos verdadeiramente o empenho de Deus na felicidade e na libertação do homem. Resta-nos confiar em Deus Pai e nos entregarmos ao Seu amor. Ele convidou os Seus discípulos a saírem da sinagoga, a saírem da casa de Simão e a tomarem o rumo que vai para a minha e para a sua casa.
Assim, para mim e para você, o encontro com Jesus deve significar sempre uma experiência libertadora. E depois que o Senhor entrou na nossa casa devemos aceitar o Seu convite. E aceitar o convite de Cristo para segui-Lo e para se tornar Seu discípulo significa a ruptura com as cadeias do egoísmo, do orgulho, do comodismo, da autossuficiência, da injustiça e do pecado, que impedem a nossa felicidade e que geram sofrimento, opressão e morte na nossa vida e na vida dos nossos irmãos.
Quem se encontra com Jesus, escuta e acolhe a Sua mensagem e adere ao Reino. Assume o compromisso de conduzir a sua vida pelos valores do Evangelho e passa a viver no amor, no perdão, na tolerância, no serviço aos irmãos. É – na perspectiva da catequese que o Evangelho de hoje nos apresenta – um “levantar-se”, um ressuscitar para a vida nova e eterna.
Perguntemo-nos: O meu encontro com Jesus constitui, verdadeiramente, uma experiência de libertação e me leva a optar pelos valores do Evangelho?
As curas milagrosas de Jesus evidenciam o poder salvador do Reino de Deus, inaugurado e presente n’Ele [Jesus]. Mas como assinala a seguir o evangelista, Jesus tem esse poder devido à Sua comunhão com o Pai, com quem se mantém unido em oração. Por isso, “levantou-se de madrugada, retirou-se para um descampado e ali se pôs a orar”. É onde O encontram Pedro e os seus companheiros na manhã seguinte. E, ao encontrá-Lo, disseram-lhe: “Todos te procuram”.
A atitude do Senhor ao retirar-se para o isolamento, sem se aproveitar da popularidade conseguida, vem arrefecer o entusiasmo ambíguo do povo e de Seus discípulos. Ele sabe que a multidão não está em condições de entender ainda o mistério da Sua pessoa. Nem mesmo os Seus discípulos o entendem! O povo procura-O por interesse, para O “instrumentalizar” como curandeiro, do mesmo modo que O procurarão entusiasmados depois de se saciarem com a multiplicação dos pães.
A resposta de Jesus não deixa lugar a dúvidas. Ele tem o assunto muito claro: “Vamos a outros lugares, às aldeias próximas, para pregar também ali; pois para isso vim. Assim percorreu toda a Galileia pregando nas sinagogas e expulsando demônios”. A salvação de Deus, trazida por Cristo, não tem fronteiras. É para todos sem exceção.
Jesus não se deixa reter por uma comunidade particular. Seu ministério missionário é dirigido amplamente a toda a Galileia e aos territórios vizinhos. Por isso, Sua fama se espalhava por toda a região da Síria. Todo povo levava até Jesus pessoas que sofriam de várias doenças e de todos os tipos de males, isto é, epiléticos, paralíticos e pessoas dominadas por demônios e Ele curava a todas.
Grandes multidões O seguiam. Era gente da Galileia, das dez cidades vizinhas, de Jerusalém, da Judeia e das regiões que ficam no lado leste do Rio Jordão. O tempo para alcançar a cura, a libertação e a graça da salvação chega também hoje até a sua casa. Basta que você abra as portas do seu coração e dê livre acesso para Jesus lhe dizer: “A salvação entrou hoje em sua casa!”
Padre Bantu Mendonça